Resumo: Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)

Admirável Mundo Novo

A história se passa no ano 632 DF, equivalente ao século XXVII. “DF” significa “Depois de Ford”, em homenagem a Henry Ford, o grande industrial que tinha refinado técnicas de produção em massa de automóveis. O mundo é dirigido pelos Controladores Mundiais, que garantem a estabilidade da sociedade. A sociedade é organizada num sistema de cinco castas, dirigida pelos Alfas e Betas. A força de trabalho é formada pelas três castas inferiores, os Gamas, Deltas e Ípsilons. Uma droga chamada soma garante que ninguém jamais sente dor ou infelicidade; ela é distribuída com parcimônia e usada por todas as castas. O último elemento que garante a estabilidade social é o uso do condicionamento pré e pós-natal.

A história começa com Tomakin, Diretor do Centro de Condicionamento e Incubação de Londres guiando um grupo de jovens estudantes numa visita às instalações. Eles observam as várias técnicas para produzir mais bebês e a separação deles nas diversas castas. Depois que os bebês são decantados dos seus bocais, eles são condicionados. Os estudantes vêem um exemplo de técnica neo-Pavloviana. Os bebês são colocados numa sala cheia de livros coloridos e rosas. Quando as crianças vão mexer nos objetos, soam alarmes e sirenes estridentes, além de serem aplicados pequenos choques elétricos. Os bebês ficam tão assustados que gritam de medo ao serem expostos aos mesmos objetos. Os estudantes também assistem à aplicação da hipnopédia para ensinar ética às crianças. Enquanto os bebês estão adormecidos, frases sobre comportamento são pronunciadas inúmeras vezes, de tal forma que elas se tornam uma parte subconsciente de cada pessoa.

O Controlador Mundial para a Europa Ocidental, Mustapha Mond, aparece de surpresa e dá uma aula aos estudantes sobre como as coisas costumavam ser antes da estabilidade social. Ele conta que as pessoas tinham filhos, como os animais, e os criavam. Isto levava a lares imundos habitados por famílias, cujas emoções eram um obstáculo à felicidade e à estabilidade. Os primeiros reformadores mundiais tentaram mudar as coisas mas foram ignorados pelos antigos governos. Finalmente, aconteceu uma guerra em larga escala, culminando no uso de bombas de carbúnculo. Após a Guerra dos Nove Anos, o mundo mergulhou numa séria crise econômica. Exaustas pelas desastrosas condições de vida, as pessoas finalmente permitiram que os reformadores do mundo assumissem o poder. Eles logo erradicaram a religião, a monogamia e a maioria dos outros traços de individualismo. A sociedade se tornara estável com a introdução do sistema de castas e o uso do soma.

Bernard Marx procura o Diretor Tomakin após o término da visita dos estudantes. Ele é um Alfa moreno e bem mais baixo do que os outros membros da sua casta, que acreditam que ele tinha recebido acidentalmente uma dose de álcool no sangue durante sua decantação. Seus colegas de trabalho não o apreciam e tendem a ser agressivos ao lidarem com ele. Bernard sente-se atraído pela sua colega Lenina Crowe e a tinha convidado para uma viagem de férias a uma Reserva Selvagem várias semanas antes. Lenina vinha saindo regularmente com Henry Foster nos últimos meses, mas ela concordara em ir com Bernard na viagem, pois relacionamentos longos eram mal vistos socialmente.

Bernard consegue a assinatura do Diretor, autorizando-o a entrar na Reserva. O Diretor Tomakin conta uma história sobre uma visita que ele tinha feito à mesma Reserva muitos anos atrás, acompanhado por uma mulher. Infelizmente, as coisas tinham corrido mal e, durante uma tempestade, ela tinha se perdido e nunca mais tinha sido encontrada. Subitamente, o Diretor percebe que não deveria ter contado essa história a Bernard e se torna agressivo, gritando com ele. Bernard parte sem se abalar e vai conversar com seu bom amigo Helmholtz Watson sobre seu encontro com o Diretor.

Helmholtz Watson é um Alfa intelectualmente superior que se tornara desiludido com a sociedade. Ele está cansado do seu trabalho, que consiste em escrever slogans e frases para inspirar as pessoas. Helmholtz indica que está buscando uma maneira de expressar alguma coisa, mas ele ainda não sabe o quê. Ele tem pena de Bernard porque percebe que nenhum dos dois se encaixa completamente na sociedade.

Bernard voa com Lenina para a Reserva Selvagem. Enquanto estava lá, ele lembra que tinha deixado uma torneira de perfume aberta e liga para Helmholtz para pedir que ele a feche. Helmholtz conta a ele que o Diretor estava prestes a transferir Bernard para a Islândia, alegando que ele estava se comportando de forma antissocial ultimamente.

Bernard e Lenina entram na Reserva e observam os índios executarem uma dança ritual para garantir uma boa colheita. Um homem jovem chamado John se aproxima e conta sua história a eles. Ele era filho de uma mulher chamada Linda que tinha chegado à Reserva cerca de vinte e cinco anos atrás. John está ansioso para aprender tudo sobre o mundo exterior. Durante a conversa, Bernard percebe que Linda é a mulher que tinha acompanhado o Diretor Tomakin e sido abandonada na Reserva. Ele descobre que Linda não pudera partir porque engravidara de John e não suportaria retornar com um filho. Uma vez que a sociedade estável achava os nascimentos vivíparos repulsivos, mães e filhos eram assuntos tabus.

Bernard percebe que John e Linda podem salvá-lo de ser transferido para a Islândia. Ele liga para Mustapha Mond e recebe autorização para trazê-los de volta a Londres. Quando Bernard finalmente chega, ele é forçado a encontrar o Diretor em público. O Diretor Tomakin o trata de forma humilhante e declara que está removendo-o para a Islândia devido ao seu comportamento. Bernard ri das ameaças dele e apresenta John e Linda. Ao ver seu passado revelado e ser chamado de “pai”, Tomakin fica tão envergonhado que se demite do cargo. Bernard se torna uma celebridade devido à sua proximidade com John, o Selvagem, cuja bela aparência e passado misterioso causam furor. Aproveitando sua súbita popularidade, Bernard começa a sair com inúmeras mulheres e se torna extremamente arrogante.

Bernard dá uma festa com a presença de vários convidados importantes. John se recusa a sair do seu quarto e se encontrar com eles, embaraçando Bernard diante de todos. Os convidados vão embora indignados, enquanto Bernard se esforça em remediar a situação. Mais tarde, John se mostra satisfeito, porque Bernard é forçado a ser seu amigo novamente.

Helmholtz e John se tornam grandes amigos. Helmholtz tinha arranjado problemas quando escrevera um poema sobre solidão e o lera para seus alunos. John abriu sua antiga cópia das Obras Completas de Shakespeare, que ele tinha encontrado na Reserva, e começara a ler. Helmholtz fica fascinado pela paixão feroz das palavras e percebe que era isto que ele vinha tentando escrever.

Lenina tinha se sentido atraída pelo Selvagem e finalmente decide ir vê-lo. Depois de alguns minutos, ele confessa que estava apaixonado por ela. Lenina fica muito feliz ao ouvir isso e logo fica nua para dormir com ele. John fica estupefato antes de ficar louco de raiva com ela. Gritando “Meretriz!”, ele a espanca seguidamente, perseguindo-a até o banheiro, onde ela se tranca. Para sorte de Lenina, um telefonema interrompe John e ela consegue escapar.

John vai até o hospital, onde Linda estava agonizando por tomar soma em excesso. Enquanto ele tenta visitá-la, um grande grupo de gêmeos idênticos chega para seu condicionamento sobre a morte. Eles notam Linda e comentam que ela é muito feia. Furioso, John os expulsa de perto dela. Então ele tenta falar com Linda, que começa a perguntar por Popé, um índio com o qual ela vivia na Reserva. John quer que ela o reconheça e começa a sacudi-la. Linda abre os olhos e o vê, mas neste momento ela perde a consciência e morre. John se culpa pela morte dela. Novamente ele é interrompido pelos jovens gêmeos e deixa o quarto em silêncio.

Quando ele chega ao andar de baixo, John se depara com várias centenas de gêmeos idênticos Deltas esperando em fila pela sua ração diária de soma. Emocionado pela morte da sua mãe, ele pensa que pode mudar a sociedade e diz a eles para abandonarem o soma, que está envenenando suas mentes. John agarra as rações de soma e começa a jogá-las fora. Os Deltas se enfurecem com isto e começam a atacá-lo. Bernard e Helmholtz recebem um telefonema chamando-os até o hospital. Quando eles chegam e encontram John no meio de uma multidão, Helmholtz ri e vai se juntar a ele. Bernard fica distante porque tem medo das consequências.

Os três homens são levados ao encontro de Mustapha Mond, que revela ser um intelectual e conhece muitas obras dos antigos autores banidos. Ele diz a Bernard e a Helmholtz que eles serão mandados para uma ilha, onde outras pessoas antissociais são habitualmente enviadas quando demonstram serem incapazes de viver em sociedade. Mond diz que é uma sorte que o mundo tenha tantas ilhas, pois caso contrário essas pessoas teriam que ser executadas.

John e Mustapha se envolvem num longo debate sobre porque a sociedade é estruturada daquela maneira. John fica aborrecido ao saber que a História, a Religião e a Ciência são totalmente controladas e banidas. Mustapha diz que a sociedade é projetada para maximizar a felicidade de cada pessoa. A História, a Religião e a Ciência servem apenas para criar emoções que desestabilizam a sociedade e levam à infelicidade. Para garantir a estabilidade, cada pessoa precisa ser condicionada e forçada a ignorar coisas que levariam à instabilidade. John continua protestando, mesmo quando Mustapha enumera uma longa lista de males humanos. John exige o direito de ser infeliz.

Mustapha envia Bernard e Helmholtz para ilhas distantes, mas recusa-se a permitir a partida de John, dizendo que quer continuar o experimento um pouco mais. John foge de Londres e vai até um farol abandonado nos arredores da cidade. Ele cultiva um pequeno jardim e prepara um arco e flechas. Para aliviar sua consciência culpada pela forma como Linda tinha morrido, John faz um chicote e se espanca com ele. Ele é visto por alguns Deltas que estavam passando por acaso enquanto ele se flagelava. Três dias depois, aparecem jornalistas para entrevistá-lo. Ele consegue afugentar a maioria deles. No entanto, um homem consegue filmar a autoflagelação do Selvagem para o noticiário da noite. No dia seguinte, centenas de helicópteros chegam, trazendo pessoas que queriam vê-lo se espancar. John não consegue escapar de todos eles. Lenina e Henry Foster também chegam. Quando John vê Lenina, ele começa a chicoteá-la. A multidão fica excitada e logo começa a cantar um hino sensual, que é usado para criar um sentimento de comunhão. John é envolvido pela multidão em êxtase.

No dia seguinte, John acorda sozinho. Lentamente, ele se lembra de ter tomado soma e participado das danças sensuais e da orgia comunitária que se seguiu à música. Ele se sente profundamente culpado e cheio de desprezo por si mesmo. Naquela noite, quando a multidão retorna, ele é encontrado morto no farol, enforcado numa viga.

Veja Também:

  • Artigo sobre Aldous Huxley na Wikipedia.

 

Resumo: Os Patins de Prata (Mary Mapes Dodge)

Os Patins de Prata

A história se passa na Holanda, durante o século XVIII.

Hans Brinker é um rapaz que vive com seus pais e sua irmã Greta. Todos levam uma vida de extrema pobreza devido à doença do pai de Hans. Anos atrás, uma inundação quase destruíra a pequena cidade onde eles viviam. A cidade fora salva pelo pai de Hans, que era o homem mais forte da comunidade e sustentara o dique sozinho. Entretanto, a força das águas o deixara inconsciente, e mais tarde o incapacitara para o trabalho, impedindo que ele sustentasse sua família.

Além disso, as crianças das prósperas famílias da vizinhança tratavam mal Hans e Greta porque eles eram pobres. Apenas Peter van Holp os tratava normalmente, pois sua família lembrava com gratidão a façanha do pai de Hans.

Como Hans tinha um talento para trabalhar com madeira, a família van Holp encomendara a ele alguns objetos esculpidos e, mais tarde, móveis entalhados. Dessa forma, ele consegue alguma renda para sua família.

Hans e Greta descobrem que um famoso médico, Dr. Bochman, poderia ser capaz de tratar o pai deles, mas ele cobra muito caro pelos seus serviços e tem maneiras rudes desde que perdera sua mulher e seu filho. Ele é convencido a examinar o pai de Hans. O diagnóstico é pressão cerebral, que somente pode ser curada com uma arriscada lobotomia.

Para conseguir o dinheiro necessário para pagar o Dr. Bochman, Hans e Greta se inscrevem numa corrida de patins de gelo pelos canais congelados da cidade, cujo prêmio é um par de valiosos patins de prata. Novamente com a ajuda de Peter van Holp – que empresta aos dois patins antigos, melhores que os patins de madeira que eles possuíam – os irmãos disputam a corrida em condições de igualdade com as outras crianças. Hans vence a corrida e logo empenha seus patins de prata, conseguindo uma boa quantia. Com o dinheiro em mãos, ele procura o Dr. Bochman, que aceita fazer a cirurgia.

A operação no sr. Brinker é um sucesso. Ele recupera sua saúde e sua memória, e resgata um cofre cheio de dinheiro que ele tinha enterrado, o que acaba com a pobreza da família. O Dr. Bochman também se transforma, suavizando suas maneiras e recusando o pagamento pela cirurgia.

A história termina contando o destino dos principais personagens. Os pais de Hans e Greta tiveram uma vida longa; o Dr. Bochman apoia a ida de Hans para a escola de Medicina; Hans cresce e se torna um médico famoso; Greta se casa com Peter van Holp e os dois têm vários filhos, todos os quais se tornam campeões de patinação no gelo.

 

 

Frases: O Vermelho e o Negro (Stendhal)

  • Abade Pirard: Os homens notam que não lhe causam prazer quando lhe dirigem a palavra; em um país social como este aqui, estará predestinado à desgraça se não se valer do respeito.
  • Falcoz: Deseja viver no campo sem servir às paixões de seus vizinhos, sem sequer escutar suas tagarelices. Que erro!
  • O inconveniente do reinado da opinião, que aliás proporciona a liberdade, é imiscuir-se naquilo que não lhe compete; por exemplo: a vida privada.
  • Telêmaco: Serviços! Talentos! Mérito! Ora! Pertença a uma confraria!

Veja Também:

  • Artigo sobre Stendhal na Wikipedia.
  • Resumo de “O Vermelho e o Negro”.

Resumo: O Vermelho e o Negro (Stendhal)

O Vermelho e o Negro

A história se passa no século XIX, na fictícia cidade de Verrières, no interior da França. A cidade fica no meio das montanhas e a maioria dos seus habitantes trabalha com madeira, do sr. Sorel, um camponês dono de uma serraria, ao prefeito, o rico e estimado sr. de Rênal, um inflexível Realista, casado e pai de três filhos. O sr. de Rênal preocupa-se muito com sua riqueza e sua posição social, e tem uma grande rivalidade com o sr. Valenod, diretor do asilo de pobres.

Pensando em superar Valenod e educar seus filhos, o sr. de Rênal anuncia sua intenção de contratar Julien Sorel, filho mais novo do sr. Sorel, como tutor das crianças. Julien tinha aprendido Latim com o padre Chélan, um antigo major-cirurgião bonapartista, que esperava eventualmente enviá-lo para o seminário. Julien também é famoso pela sua prodigiosa memória. O sr. Sorel está ansioso para se livrar do seu filho, que considera preguiçoso e com mania de leitura, e os dois vão procurar Julien. Eles o encontram lendo o ”Memorial de Santa Helena”, um dos seus livros favoritos (o outro é ”Confissões” de Rousseau). O livro é lançado no riacho; Julien é arrastado para longe e, depois de barganhar os termos do emprego de Julien, tudo é arranjado. Para Julien, um trabalho respeitável é o primeiro passo em uma longa escada; sua idolatria por Napoleão é baseada na ascensão meteórica do seu herói e na facilidade com que ele permitia que pessoas de origem humilde alcançassem as maiores honrarias. Em um período anterior, Julien o teria imitado e ido para o exército; na sociedade da Restauração, uma carreira eclesiástica era o caminho mais rápido para o poder e o prestígio. Um senso de ambição ao invés de vocação forma a ”hipocrisia” de Julien. No caminho para a casa dos Rênal, ele visita a igreja, onde ele encontra um pedaço de jornal com uma descrição detalhada da execução de um certo Louis Jeurel. Este é um presságio do futuro, pois ”Louis Jeurel” é um anagrama de ”Julien Sorel”. Imperturbável, Julien segue seu caminho até a casa dos Rênal.

A sra. de Rênal, que esperava um tutor tirânico, é imediatamente cativada pelo charme juvenil e pela gentileza de Julien. Este também fica encantado de ser tratado por ”senhor” por uma mulher tão graciosa e com tão belo porte. Sua nova posição é confirmada quando o sr. de Rênal compra uma nova roupa para ele; para Julien, mudanças de roupa sempre indicam mudanças de status.

Tanto as crianças quanto a sra. de Rênal se afeiçoam ao novo tutor; esta última, de forma totalmente inocente, pois não tem nenhuma noção de amor romântico, tanto por falta de experiência quanto por desconhecer a literatura. Elisa, criada da sra. de Rênal, também desenvolve uma afeição semelhante; a sra. de Rênal tem a satisfação de revelar sua história a Julien e ver sua rival consistentemente rejeitada. Dessa maneira, ela começa a notar seus sentimentos por Julien, no momento em que seu orgulho e ambição o forçam a estabelecer um projeto de sedução, que ele considera um ”dever”. Começa uma batalha de vontades, temperada com analogias militares; Julien consegue segurar a mão dela, mas ele sofre um retrocesso quando precisa pedir que ela esconda seu retrato de Napoleão do seu marido – ela acha que é o retrato de uma rival. Atormentado pelo medo que o sr. Valenod ofereça um salário melhor para Julien, o sr. de Rênal aumenta o seu salário. Julien, encarapitado numa rocha da montanha, de forma bem típica do Romantismo, dá vazão às suas fantasias ambiciosas. A sra. de Rênal, agora totalmente consciente das implicações dos seus sentimentos, incluindo sua moralidade, torna-se obcecada pela possível existência de outra amante.

Enquanto isso, Julien vai visitar seu amigo Fouqué, um comerciante de madeira, que oferece a ele entrarem juntos nos negócios, acenando com um substancial retorno financeiro. Essa perspectiva ameaça a vocação escolhida por Julien. A sra. de Rênal sente profundamente sua ausência e renova suas ferventes atenções quando ele volta. Julien prepara um plano de batalha de sedução; durante uma visita a Verrières (a família estava na casa de campo em Vergy), ele também descobre que seu mentor, o abade Chélan, tinha sido destituído por um plano dos jesuítas.

Julien finalmente ”triunfa” sobre a sra. de Rênal ao lançar-se em lágrimas nos pés dela; mesmo assim, ele é atormentado pelo desejo de agir como um consumado sedutor. Depois de algum tempo, o amor entre ambos se fortalece e o conhecimento mundano de Julien aumenta devido aos livros enviados a ele pelo seu amigo Fouqué.

Enquanto isso, uma tola disputa sobre a política local em Verrières é rapidamente posta de lado pela visita de um rei estrangeiro à cidade. A sra. de Rênal arranja um lugar para Julien na guarda de honra, formada pelos cidadãos mais ilustres de Verrières; para essa ocasião, ele traja um uniforme militar. A natureza dupla da sua ambição é resumida quando ele comparece a uma importante cerimônia religiosa como parte da mesma visita, com as esporas aparecendo por baixo das dobras da sua batina (se o negro é a cor da Igreja, o vermelho representa combate). O cínico Julien fica vivamente impressionado com o elaborado ritual e com a juventude do bispo de Agde, que preside a cerimônia. Acima de tudo, a participação de Julien nestes eventos reforça as vantagens da ascensão social precoce. Novamente, aparecem pistas do destino de Julien: o ícone sagrado parece ter a garganta cortada e a luz que passa pelos vitrais parece formar poças de sangue pelo chão.

A religiosidade também afeta a sra. de Rênal quando ela acredita que a doença do seu filho mais novo, Stanislas-Xavier, é um castigo pelo seu adultério. O relacionamento dos amantes é ainda mais pressionado quando Elisa, enciumada, revela o segredo deles ao sr. Valenod. Ele os denuncia ao sr. de Rênal através de uma carta anônima e a sra. de Rênal é forçada a tramar um disfarce elaborado, envolvendo uma segunda carta forjada para si própria, para desviar a atenção do seu marido. Isso culmina no seu pedido para mandar Julien para longe, adicionando uma dolorosa separação às dificuldades deles. Julien se aproveita deste momento para comparecer a um jantar na casa do sr. Valenod, onde ele experimenta um senso de superioridade intelectual e moral pela primeira vez; o manipulador Valenod também está seriamente implicado em outra trama dos jesuítas, sob o controle do abade de lair. Apesar da oferta de um aumento substancial de salário pelo sr. Valenod, Julien, sob a influência do abade Chélan, para o qual Elisa tinha confessado tudo, decide resolver os problemas em Verrières partindo para o seminário em Besançon.

A falta de experiência mundana de Julien é ainda mais aparente na nova cidade. Ele visita um café pela primeira vez, onde ele flerta com uma atendente libertina e evita por pouco uma luta com outro dos amantes dela. Ele conhece o Diretor do seminário, o valoroso abade Pirard, um jansenista, do qual ele rapidamente se torna o favorito. No entanto, em pouco tempo ele também é castigado por sua inteligência pois, naqueles tempos, os livros haviam se tornado ”inimigos” da fé.

Uma cerimônia religiosa traz a sra. de Rênal a Besançon. Suas cartas para Julien tinham ficado sem resposta, pois o abade Pirard as destruíra. Embora ela estivesse cheia de remorsos e com um novo ardor religioso, uma simples visão de seu antigo amante faz com que ela desmaie. Enquanto isso, a posição do abade Pirard no seminário fica cada vez mais insustentável devido ao seu jansenismo. Um poderoso protetor, o marquês de La Mole, oferece-se para arranjar uma paróquia para ele em Paris, o que ele aceita. Pouco depois, ele consegue que Julien venha e se junte a ele no Hôtel de La Mole como secretário particular do marquês. Julien se aproveita da sua partida para arriscar uma última noite de paixão com a sra. de Rênal em Verrières.

Na viagem para Paris, Julien é acompanhado por dois liberais proprietários de terras que criticam as províncias que percorrem para diminuir seu tédio. Ao chegar a Paris, Julien faz uma rápida visita a Malmaison, a casa de Napoleão, e vai ver o abade Pirard, que o prepara para conhecer seu novo chefe. Julien retribui com gratidão filial. Apesar disso, Julien não consegue evitar cometer erros cômicos, típicos de um rapaz do interior que vem à capital pela primeira vez; ele faz uma reverência a um alfaiate e comete erros ortográficos básicos. O marquês possui dois filhos: Norbert, que faz Julien cavalgar com efeitos desastrosos, e Mathilde, uma garota espirituosa com um saudável desprezo pelas convenções sociais da sua classe e um amor ilícito pela literatura levemente perigosa. Como membro residente, espera-se que Julien jante com a família e compareça ao salão todas as noites. O clima é de tédio absoluto; frequentemente, Julien é alvo da zombaria de Norbert e seus amigos. Apesar disso, o marquês vem a apreciar seu trabalho duro.

Um incidente num café fere o orgulho de Julien e, depois de uma série de mal-entendidos, ele se vê envolvido em um duelo com a cavaleiro de Beauvoisis. Pelo bem da sua própria reputação, o cavaleiro espalha o rumor que Julien na verdade possui nascimento nobre. A ideia diverte o marquês, e ele a estimula comprando uma segunda roupa nova para Julien; o marquês o trata como um igual quando ele veste seu novo traje azul. O marquês chega mesmo a mandá-lo a negócios para a Inglaterra. Ao retornar, Julien encontra o obsequioso Valenod. Enobrecido com o título de barão, ele tenta conseguir ser introduzido ao novo e ilustre círculo social de Julien. De fato, as relações de Julien crescem constantemente. Ele comparece a um baile suntuoso dado pelo duque de Retz, onde Mathilde é muito admirada. Naquele ambiente tão frívolo, Julien se permite discutir sua opinião política honestamente com o conde Altamira. O conde é um exilado político espanhol que tinha sido condenado à morte em seu país, uma prova de heroísmo que conquista o respeito permanente de Julien. O singular orgulho de Julien também conquistara mais do que respeito da srta. da La Mole, que começa a mostrar para o secretário do seu pai sinais visíveis de devoção.

Aos poucos, os sentimentos e a personalidade de Mathilde são revelados. Ela demonstra valorizar um certo tipo de heroísmo romântico trajando luto certas épocas do ano em homenagem a um ancestral que tinha sido executado. Ela sente por Julien uma estranha mistura de sentimentos, ora mostrando atração, ora dando sinais de rejeição. Dada a distância social entre os dois, Julien é muito cuidadoso com as atenções dela, acreditando que possa estar sendo vítima de uma elaborada trama para ridicularizá-lo. No entanto, ao ouvir dizer que Julien está partindo a negócios, Mathilde implora que ele fique e declara seu amor. A declaração dela faz com que Julien sinta-se invencível, embora também faça com que ele sinta séria ansiedade. Mathilde pede um encontro ilícito naquela mesma noite.

Julien pensa a respeito por um longo tempo, mas finalmente decide colocar uma escada e subir até o quarto de Mathilde no final da madrugada; no mínimo, ela nunca poderia acusá-lo de covardia. Uma cena desagradável acontece, mas os dois cumprem os papéis que tinham atribuído a si mesmos, e Julien seduz Mathilde. Imediatamente depois do evento, os dois se esforçam em se ajustar às suas respectivas vaidades. Mathilde se horroriza com a ideia de ter se entregue voluntariamente a Julien. Por sua vez, este se mostra tão amargurado pela frieza de Mathilde que toma uma espada ornamental da parede e quase a golpeia com ela. Excitada por essa demonstração de violenta emoção, Mathilde renova sua declaração, mas Julien comete o engano fatal de revelar a extensão total da sua devoção, invertendo as posições dos dois nesta singular guerra de atrito. Uma visita à ópera restaura a paixão de Mathilde e Julien faz uma segunda visita noturna a ela. Apesar de dar a Julien uma mecha de cabelo como prova de amor, o orgulho de Mathilde reaparece e Julien é humilhado. O casal discute violentamente.

Enquanto isso, o marquês é envolvido numa trama dos ultra-realistas para fazer uma restauração completa dos antigos valores aristocráticos. O marquês coloca a extraordinária memória de Julien a serviço dos conspiradores e o envia numa missão a Estrasburgo para repetir de memória as discussões de um encontro secreto. Em Estrasburgo, ele reencontra o príncipe Korasoff, que ele tinha conhecido em Londres. Disfarçando os nomes, ele confia ao príncipe o problema do seu relacionamento com Mathilde. Como solução, o príncipe propõe que ele simule estar cortejando outra mulher. Julien imediatamente pensa na orgulhosa sra. Marechal de Fervaques e Korasoff gentilmente lhe fornece um conjunto de 53 cartas para copiar e enviar. Depois de buscar mais conselhos com Altamira, Julien embarca no seu plano ao retornar a Paris. Durante a ausência de Julien, o ilustre marquês de Croisenois tinha retomado sua corte a Mathilde. Com a volta de Julien, Mathilde fica excitada.

Julien inicia uma correspondência com a Marechal, que inicialmente parece indiferente; entretanto, ela o convida para jantar e os dois também vão à ópera. À medida que o tempo passa, Julien torna-se mais descuidado; em uma ocasião ele presta tão pouca atenção à carta que transcreve que esquece de remover passagens que insinuam que ele está em Londres. No entanto, sua persistência é recompensada quando Mathilde descobre a correspondência e a trama de Julien: ela desmaia aos seus pés. Ainda ressentido com a forma com que ele a havia tratado anteriormente, Julien exige garantias do seu amor. Entretanto, os sentimentos predominam sobre os dois. Naquela noite, ele comparece à ópera com a Marechal. Mathilde também está presente; os seus olhares se encontram e ambos são tomados por forte emoção. Ao voltarem para casa, a antiga batalha recomeça. Desta vez, Julien havia deduzido das estratégias de Napoleão que era importante manter Mathilde com medo de perdê-lo, e a experiência o ensina a disfarçar sua própria vulnerabilidade.

De qualquer modo, agora havia mais em jogo. Mathilde está grávida e não tem a menor intenção de deixá-lo; ela escreve a seu pai implorando que ele os autorize a se casarem. Furioso, o marquês convoca Julien, o qual se incrimina, inspirado em outro de seus heróis, o Tartufo de Molíère. Julien parte para a propriedade do marquês em Villequier, deixando as negociações nas mãos capazes de Mathilde, que já se vê como sua esposa. Depois de uma longa espera, o marquês dá seu consentimento, doando terras no Languedoc para o ”cavaleiro Julien Sorel de la Vernaye”, como ele será conhecido daí em diante, e também garante a ele uma comissão na cavalaria. O marquês é um homem notavelmente razoável; ele não ficará no caminho do amor, mas precisa de tempo para se convencer que Julien não tinha seduzido sua filha por interesse. Orgulhoso do seu uniforme e casado com a mulher mais cobiçada da França, Julien tinha conseguido triunfar.

No entanto, para Julien o drama tinha apenas iniciado. Mal ele começara a usufruir sua nova posição, Mathilde, em pânico, avisa a ele que tudo estava arruinado. O marquês tinha recebido uma carta da sra. de Rênal, escrita sob pressão do seu confessor. Ela denunciava Julien como um sedutor contumaz, interessado apenas em ascender socialmente. Julien toma medidas imediatas. Ele volta a Verrières, compra um par de pistolas, entra na igreja e atira duas vezes na sra. de Rênal. Ele a deixa como morta e é levado pela polícia.

Na prisão, ele demonstra estar perfeitamente consciente das consequências de um assassinato premeditado; ele sabe que não escapará da guilhotina. Julien não se defende e escreve um conjunto final de instruções a Mathilde. Mesmo assim, ele fica cheio de alegria ao descobrir que a sra. de Rênal não havia morrido. Ele recebe as visitas do horrorizado abade Chélan e do estupefato Fouqué, mas não teme nada mais do que a chegada do seu pai. Os passos que parecem anunciar sua chegada na verdade são da srta. de La Mole, disfarçada de camponesa, que tinha conseguido convencer o abade Frilair a facilitar seu acesso a Julien. No entanto, Mathilde o deixa frio; ele não acredita que ela irá cuidar do seu filho. Toda sua ambição tinha desaparecido e ele sente um profundo remorso por ter tentado matar a sra. de Rênal. Mathilde, que lamenta ser impossível subornar o júri desde a Revolução Francesa, e um advogado tentam convencer Julien a se defender, mas ele se recusa. A sra. de Rênal também escreve uma carta a todos os jurados, uma brilhante referência sobre a personalidade do acusado, destacando que não tem desejo de se vingar dele.

Chega o dia do julgamento. Apenas o medo de morrer como um homem odiado faz com que Julien fale. Ele confessa seu crime: ambição e o desejo de fugir de uma pobreza abjeta. Julien é condenado à morte. De volta à sua cela, ele é visitado pela desesperada Mathilde, mas todos os seus pensamentos estão agora com a sra. de Rênal. Ele novamente se recusa a apelar da decisão do júri.

Para sua agradável surpresa, ele é acordado pela sra. de Rênal. Eles renovam seu amor e ela jura dedicar sua vida ao filho dele. Em contraste, a presença contínua de Mathilde serve apenas para irritá-lo. Ele recebe a temida visita do seu pai; eles fazem um acordo sobre o dinheiro de Julien, uma transação que termina o relacionamento deles de forma parecida como tinha começado. Julien é deixado com suas reflexões filosóficas.

Para desgosto de Mathilde, a sra. de Rênal recebe permissão para visitá-lo duas vezes por dia; raramente Julien tinha vivido tão completamente no presente e sido tão feliz. Dois eventos ameaçam perturbar sua paz: seu confessor promete arranjar um perdão se ele fizer uma conversão superficial aos jesuítas, e a sra. de Rênal traça um plano para apelar diretamente ao Rei. Ele recusa a primeira oferta e a dissuade da segunda ideia.

Julien é executado sem cerimônia. Fouqué guarda o corpo decapitado até que Mathilde chega e, revivendo o papel da sua ancestral heroína, beija a cabeça cortada. Julien é enterrado segundo os desejos dela. Três dias depois, a sra. de Rênal morre.

Veja Também:

 

Resumo: Ulisses (James Joyce)

Ulisses

A história se passa em Dublin, Irlanda, durante o dia 16 de junho de 1904. Os dois personagens principais são Leopold Bloom, um judeu de meia-idade cujo trabalho como vendedor de anúncios o força a cruzar a cidade diariamente, e Stephen Dedalus, um jovem estudante.

Molly, a esposa de Bloom, é cantora e está tendo um caso com um colega de trabalho, Blazes Boylan. No início da manhã de 16 de junho, Bloom descobre que Molly planeja trazer Boylan para a cama deles à tarde. Os Blooms têm uma filha de quinze anos, Milly, que está longe de casa, estudando fotografia. Dez anos atrás, Molly tinha dado à luz um menino mas ele tinha morrido com onze dias de vida. Bloom frequentemente pensa no paralelo entre seu filho morto, Rudy, e seu pai morto, Rudolph, que tinha se matado vários anos antes.

A história começa às 8 horas da manhã, descrevendo as atividades matinais de Stephen Dedalus. Ele é um acadêmico e professor que tinha trocado a Irlanda por Paris, mas fora forçado a voltar ao saber que sua mãe estava gravemente doente. Stephen sente-se culpado por ter se afastado da Igreja Católica e se recusar a rezar ao lado do leito de morte da sua mãe, apesar dela ter feito este pedido a ele. Stephen tem ambições literárias, mas sua pretensão de escrever o primeiro épico verdadeiro da Irlanda é equilibrada pelo seu medo que a ilha seja muito estúpida para ele ser um sucesso. Stephen vive na torre Martello com Buck Mulligan e Haines, um estudante inglês, e a personalidade introvertida de Stephen o impede de se afirmar. Ao invés disso, seus amigos o ajudam e se aproveitam dele.

Durante a manhã, Stephen toma seu desjejum, dá aulas numa escola em Dalkey e perambula por Sandymount Strand, onde ele é tentado pelas moças na praia.

O dia de Leopold Bloom também começa às 8 da manhã, com a narrativa dos seus rituais matinais. Bloom revela ser um marido servil, que prepara o desjejum e perambula pela casa, fazendo pequenas tarefas no lugar da sua esposa Molly, que permanece semi-adormecida. Bloom também se mostra preocupado com comida e sexo. Ele saboreia um rim ligeiramente queimado e mostra uma atração pelo voyeurismo.

Mais tarde, Bloom comparece ao enterro do seu amigo Paddy Dignam no cemitério de Glasnevin. Ele se sente desconfortável como sempre, sendo um judeu numa comunidade esmagadoramente católica. A insegurança de Bloom é aumentada ainda mais pelo seu conhecimento prévio da infidelidade de Molly. Tanto Leopold Bloom quanto Stephen Dedalus fazem um longo percurso pela cidade que ocupa a maior parte da tarde, e os dois estão cruzando seus caminhos continuamente antes de acabarem se encontrando, o que acontecerá à noite.

Após o enterro, Bloom segue para o jornal no centro da cidade, cujo edifício é compartilhado por três companhias. Considerando-se o ritmo frenético das atividades jornalísticas, o tratamento dado a Bloom pelos empregados parece excessivamente rude e distante, e a tentativa de Bloom para garantir uma renovação tranquila dos anúncios exige uma ida à Biblioteca Nacional.

Bloom visita a Biblioteca. No caminho, ele passa rapidamente por Stephen, mas os dois seguem trajetos diferentes e não tomam conhecimento um do outro. Bloom sofre durante a tarde, temendo o encontro adúltero da sua esposa, que está marcado para as quatro e meia. Enquanto circula pela cidade, o desespero de Bloom encontra um paralelo na miséria vivida diariamente pelas famílias mais pobres da região.

A infeliz solidão de Bloom contrasta violentamente com a atmosfera musical e alegre que ele encontra ao passar pela zona boêmia e artística da cidade. Bloom simplesmente deixa de lado seus preconceitos resultantes das suas queixas, aceita sua solidão como seu destino e, mesmo nessa altura, tenta ignorar os sérios problemas no seu casamento.

No final da tarde, Bloom entra no bar de Kiernan. Ele é atacado verbalmente pelo Cidadão, um patriota meio cego, cujo anti-semitismo explícito força Bloom a afirmar sua identidade, declarando que pode ser simultaneamente judeu e irlandês. O Cidadão se aquieta por pouco tempo e depois prossegue com seus insultos. Tendo chamado a atenção do bar inteiro com suas ameaças, o Cidadão concentra o peso do seu ataque em Bloom, a quem acusa de roubar viúvas e órfãos, no exato instante em que ele se levantava para visitar a viúva de Paddy Dignam. Bloom responde friamente que o próprio Cristo era judeu, o que deixa o Cidadão indignado. Quando Bloom sai do bar, o bêbado enfurecido lança uma lata de biscoitos na sua cabeça, mas Bloom escapa sem ser atingido. Embora as faculdades embotadas do Cidadão o atrapalhem, ele é vencido pela luz do sol, que o ofusca quando Bloom se afasta do bar. Assim, o “judeu errante” parece ascender ao Céu, tal como o profeta Elias na Bíblia. Embora os problemas de Bloom com Molly permaneçam, sua vitória no bar de Kiernan antecipa sua transformação final numa figura paternal temporária para Stephen. Tal como Elias, Bloom passa o “manto” para Stephen Dedalus.

No início da noite, Bloom se mostra como um homem cansado e incrivelmente solene. Enquanto ele caminha pela praia de Sandymount Strand, a noite que cai parece corresponder ao seu envelhecimento e à sua deprimente perda de virilidade. Mesmo embora Bloom seja apenas um homem de meia-idade com uma filha de quinze anos, ele carrega a imagem de um andarilho idoso. Uma jovem chamada Gerty MacDowell está sentada dentro do seu alcance visual. Enquanto Gerty é possuída por um amor saudoso e maternal, ela percebe que Bloom está olhando para ela enquanto se masturba visivelmente através do seu bolso. Gerty procura oferecer um “refúgio” para Bloom e ela encoraja seu ato de forma maliciosa, deixando que ele entreveja sua roupa íntima. Depois de se masturbar, Bloom fica nervoso, queixando-se que Gerty tinha enfraquecido o seu vigor.

Inesperadamente, Bloom se encontra com Dedalus na Maternidade Nacional, quando ele chega para visitar a Sra. Mina Purefoy, que estava em trabalho de parto há três dias. Stephen tinha acompanhado vários amigos ao hospital, incluindo Mulligan, que tinha corrompido seus amigos em uma mesa barulhenta de jovens bêbados. Bloom se preocupa com a segurança de Stephen e ele eventualmente acompanha o jovem até “Nighttown”, a zona do meretrício.

Bloom sofre “alucinações” enquanto caminha pela rua e elas continuam dentro do bordel de Bella Cohen. As alucinações de Bloom combinam sentimentos de culpa religiosa, atos de sadomasoquismo e a vergonha de ser traído pelo popular mulherengo Blazes Boylan.

Quando Bloom reemerge das suas alucinações, ele percebe que Stephen está completamente vulnerável, tendo se degenerado numa criatura débil e intoxicada. Stephen salta pela sala e pula nos móveis até esmagar sua bengala num candelabro. Ele estava lutando com o invisível fantasma da sua mãe, que tinha vindo atormentá-lo e forçá-lo ao Cristianismo. A situação fica caótica enquanto Bloom ajuda Stephen a sair do bordel. Stephen fica sozinho depois que seu amigo Vincent Lynch o abandona. É Bloom quem cuida de Stephen quando ele desmaia, após levar um murro de um soldado inglês brigão, que o agredira porque nota que Stephen era incapaz de se defender. Bloom vê este incidente como uma oportunidade de forjar um relacionamento com Stephen. Bloom consegue transportar Dedalus para um outro bar para tomar um pouco de café, e eles continuam sua conversa sobre amor e música na casa de Bloom. A despeito da insistência de Bloom, Stephen declina da oferta feita por este para passar a noite na sua casa. Tudo indica que Dedalus também irá embarcar numa jornada heroica, tal como Bloom.

A história termina com a avaliação de Bloom feita por Molly. Ela se sente empurrada para a infidelidade pela enorme falta de empatia de Bloom. No entanto, ela ama verdadeiramente o seu marido, apesar das questões do seu casamento.

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Resumo: Tarzan dos Macacos (Edgar Rice Burroughs)

Tarzan

John Clayton, nascido nas selvas da África equatorial, era filho de um casal de náufragos, John e Alice Clayton, Lorde e Lady Greystoke. Lorde Greystoke tinha sido morto por Kerchak, o feroz rei dos macacos. Adotado quando bebê pela macaca Kala depois da morte dos seus pais, Clayton é chamado de “Tarzan” (“macaco branco”, na língua dos macacos) e é criado sem saber da sua condição humana.

Os anos passam. Sentindo-se alienado dos outros macacos pelas suas diferenças físicas, ele encontra a antiga cabana dos seus pais. Tarzan descobre a existência de outros como ele nos livros, nos quais aos poucos ele aprende a ler. Certo dia, ao voltar de uma visita à cabana, ele é atacado por um grande gorila. Embora ele fique terrivelmente ferido na luta, Tarzan consegue matar o gorila com a faca do seu pai.

À medida que cresce, Tarzan se torna um excelente caçador, causando inveja a Kerchak, o líder dos macacos, que finalmente o ataca. Tarzan mata Kerchak e toma o lugar dele como o “rei” dos macacos.

Mais tarde, uma tribo de negros africanos se instala na região, e Kala é morta por um dos caçadores deles. Ao se vingar do assassino, Tarzan começa uma luta feroz com a tribo, atacando a aldeia em busca de armas e tramando ciladas cruéis para os nativos. A tribo passa a considerá-lo um espírito do mal e tenta aplacá-lo.

Tempos depois, um novo grupo de brancos naufraga na costa, incluindo Jane Porter, a primeira mulher branca que Tarzan jamais vira. O primo de Tarzan, William Cecil Clayton, usurpador acidental da antiga propriedade inglesa do homem-macaco, também faz parte do grupo. Tarzan espiona os recém-chegados, os ajuda secretamente e salva Jane dos perigos da selva. Ausente quando eles são resgatados, Tarzan é mais tarde introduzido nos mistérios da civilização pelo belga Paul D’Arnot, a quem ele salva dos nativos. D’Arnot ensina Tarzan a falar francês e como se comportar entre homens brancos, além de servir como guia aos entrepostos comerciais mais próximos.

Depois de algum tempo, Tarzan viaja até Baltimore, onde vive Jane, e descobre que ela estava nas florestas de Wisconsin. Tarzan finalmente encontra Jane em Wisconsin, renovam seu relacionamento, e ele descobre que ela se tornara noiva de William Clayton. Enquanto isso, objetos retirados da cabana dos pais de Tarzan tinham permitido a D’Arnot estabelecer a verdadeira identidade dele. Ao invés de reclamar sua herança, Tarzan decide ocultá-la e renunciar a ela pelo bem da felicidade de Jane.

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  • Artigo sobre Edgar Rice Burroughs na Wikipedia.

 

Resumo: O Sol Também Se Levanta (Ernest Hemingway)

O Sol Também Se Levanta

A história se passa durante a década de 1920. Robert Cohn, tímido e inseguro, é atormentado por um complexo de inferioridade por ser judeu. Ele começa a praticar boxe para se sentir melhor sobre si mesmo. Ele se casa com a primeira garota com a qual tem um encontro depois da faculdade. Embora o casal seja infeliz, Cohn sofre muito quando ela o deixa. Ele se muda para a Califórnia e encontra uma nova mulher. Os dois viajam para a Europa, onde ele escreve um romance. Depois que vai para os Estados Unidos publicá-lo, Cohn perde sua timidez, mas se torna malvado e egoísta. Sem ter um rumo claro na sua vida, Cohn tenta convencer seu amigo Jake Barnes a ir para a América do Sul com ele, mas Jake não se interessa.

Em Paris, Jake conhece uma garota num café e ele a leva consigo até um clube de dança. Ao chegar lá, ele encontra Brett, o amor da sua vida. Durante a Primeira Guerra Mundial, Jake tinha sido ferido e ficara impotente; Brett adora sexo e não consegue abrir mão dele, mesmo para ficar com o homem que ela ama. Cohn também está no clube e não tira os olhos de Brett, mas ela sai do clube do Jake.

Eles passeiam por Paris e falam sobre os motivos de não poderem ficar juntos. Os se beijam mas não podem ir além. Jake vai para casa sozinho, pensa sobre diversas coisas e chora. Ele adormece, mas é acordado pouco depois pelo som de uma discussão na escadaria da sua casa. É Brett, que está embriagada. Ela sobe, mas vai embora pouco depois. Ela marca um encontro com Jake no dia seguinte, pois agora ela está sendo esperada por outro homem, um conde.

No dia seguinte, Cohn chega e sai para almoçar com Jake. Ele faz perguntas a Jake sobre Brett e este diz que ela está comprometida. Cohn acha que ele está apaixonado por ela. Jake, irritado com as suas perguntas, o manda para o inferno e Cohn perde a cabeça.

Brett não aparece no encontro que tinha marcado. Jake se encontra com seu amigo Harvey Stone, um jogador falido. Quando Cohn chega, ele e Stone quase têm uma briga. Cohn está infeliz, pois sofre de um bloqueio de escritor. Além disso, ele não quer se casar com Francês, sua namorada. Ela também não está satisfeita com ele. Frequentemente ela humilha Cohn em público e ele ouve tudo em silêncio.

Brett e o conde se encontram com Jake naquela noite para tomarem alguns drinques. Ela e Jake conversam um pouco mais sobre como se amam. Brett diz que, para o bem dele, ela está indo embora para San Sebástian por algum tempo. Os três vão até um clube e Jake e Brett dançam juntos.

Chega Bill Gorton, um amigo de Jake, e os dois se preparam para sua viagem à Espanha. Quando partem, eles vêem Brett num café, acompanhada de seu noivo, Mike Campbell. Mike está grudado em Brett e ele faz com que os dois sejam convidados para a viagem de Jake.

Brett pergunta se Cohn estará na viagem. Ela esteve com ele em San Sebástian. Jake fica irritado e com ciúmes, especialmente com Cohn. A despeito da grosseria, Cohn ainda quer participar da viagem. Bill e Jake combinam se encontrar com Cohn em Bayonne e depois seguirem até Pamplona para encontrar o resto do grupo.

Os três homens se encontram em Bayonne e lá alugam um carro, seguindo para Pamplona. Brett e Mike deveriam chegar naquela noite mas não aparecem. Eles tinham ficado em San Sebástian e Cohn vai vê-los, sem ter sido convidado. Jake e Bill prosseguem até Burguete e passam alguns dias pescando. É um período muito agradável e eles fazem um novo amigo. Eles recebem uma mensagem de Mike avisando que estará em Pamplona naquele dia, e os dois seguem para lá.

Jake e Bill encontram Mike, Brett e Cohn num café. O casal parece aborrecido com Cohn. Mike está especialmente irritado com ele, pois Cohn seguira Brett por toda parte em San Sebástian. Mike e Cohn quase chegaram às vias de fato.

A fiesta começa. É um festival de uma semana de bebedeiras e festas, com touradas todos os dias. O grupo bebe e se diverte toda a noite. Jake conhece Pedro Romero, um dos toureiros. Na arena, Romero é maravilhoso. Brett fica fascinada pelo jovem e atraente toureiro.

Chove durante um dos dias do festival e não há tourada. Jake e seus amigos tomam uma bebida com Romero. Brett conversa longamente com ele e Mike fica muito agressivo. Ele e Cohn quase brigam novamente. Jake e Brett saem para dar uma caminhada e ela confessa estar apaixonada por Romero. Jake encontra Romero e dá um jeito para que ele e Brett possam sair juntos.

Cohn encontra Jake e exige saber onde está Brett. Ele chama Jake de proxeneta e então o agride. Jake volta para o hotel e Bill diz a ele para ir ver Cohn. Ele está chorando e pede perdão a Jake. Jake o perdoa com relutância. Cohn planeja ir embora pela manhã.

Jake descobre que Cohn tinha surrado Romero na noite anterior. Romero exige que Cohn vá embora de manhã. Brett agora passa todo o seu tempo com Romero, que tinha ficado seriamente machucado na luta. Romero ainda participa da última tourada. Seu primeiro touro tinha visão defeituosa, mas o segundo é perfeito e Romero brilha na arena. Ele é muito melhor que os outros dois toureiros. Naquela noite, Brett parte com Romero sem se despedir de Jake.

O festival acaba e Jake segue para o norte com Bill e Mike. Depois eles se separam, com Jake viajando sozinho até San Sebástian, onde ele lê, nada e relaxa após o desgastante período em Pamplona. Ele está lá há apenas poucos dias quando recebe um telegrama de Brett, que está em Madri e pede sua ajuda. Jake, envergonhado de si mesmo, encurta sua viagem e ruma para Madri.

Jake encontra Brett arrasada num hotel vagabundo. Ela diz que tinha mandado Romero embora, pois sabia que não era boa para ele e não queria magoá-lo.

Brett e Jake deixam o hotel. A conta tinha sido paga por Romero. Eles bebem um pouco e então dão uma volta por Madri. Eles conversam novamente sobre seu romance frustrado.

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Resumo: Rinoceronte (Eugène Ionesco)

Rinoceronte

Ato I

A peça começa num cenário comum com personagens comuns. Entram Bérenger e Jean, dois amigos cuja aparência e comportamento são profundamente contrastantes. Bérenger parece desleixado, com uma camisa solta e cabelo desgrenhado. Ele bebe diariamente, não consegue cumprir horários e sente que sua vida é um caos. Por outro lado, Jean está vestido de forma elegante e imaculada, com sapatos lustrosos e cabelo bem penteado. Ele se orgulha muito da ordem e da estrutura que mantém. Quando os dois se sentam num café da praça, Jean tenta ajudar Bérenger a se recompor. Ele sugere que seu amigo visite museus para adquirir cultura e observa que Bérenger tem que se esforçar para melhorar sua situação. Um tanto deprimido, Bérenger não acredita que possa fazer tais progressos, mas diz que irá tentar.

Enquanto Jean e Bérenger discutem a vida e seus desafios, várias outras conversas se desenrolam ao redor deles. São conversas banais e que evocam o ritmo cotidiano de qualquer cidade. Estão presentes a Garçonete do café, o Merceeiro e sua esposa, a Dona de Casa com seu gato, um Lógico e um Senhor Idoso. Os dois últimos conversam sobre Lógica, discutindo quantas patas possui um gato e deduzindo que qualquer coisa com quatro patas é um gato. O tom é ligeiramente absurdo, com vários raciocínios falsos sobre a experiência humana.

Subitamente, um rinoceronte passa cambaleando pela praça. As pessoas não sabem o que pensar sobre isso e, antes que elas terminem de discutir o assunto, o rinoceronte retorna. Desta vez, ele mata o gato da Dona de Casa. Os personagens reagem a esses estranhos eventos discutindo obsessivamente os detalhes dos acontecimentos, tentando esclarecer a questão. Elas se preocupam em discutir quantos rinocerontes existiam, quantos chifres cada um deles tinha, e que tipos de rinocerontes possuem um ou dois chifres. A situação fica cada vez mais confusa. Fica no ar uma sensação desconfortável de que há algo de errado com a cidade ou com seus habitantes.

Ato II

No escritório de Bérenger, estão seus colegas Dudard e Botard e seu chefe, o Senhor Papillon. Daisy, por quem Bérenger é apaixonado, também trabalha ali. Todos discutem o artigo que foi publicado no jornal a respeito do incidente com o rinoceronte na véspera. Botard não acredita que o incidente aconteceu, a despeito dos testemunhos de Daisy e Bérenger. Da mesma forma que o Lógico, Botard aplica a Lógica para entender o que houve mas confunde os outros.

Enquanto isso, um dos colegas de Bérenger, o Senhor Boeuf, não tinha aparecido para trabalhar. Quando seu atraso já estava se tornando inaceitável, sua esposa, Madame Boeuf, entra histérica, dizendo que seu marido tinha se transformado num rinoceronte. Ele a tinha acompanhado até o escritório e estava esperando na escada. Os outros não sabem como lidar com essa situação absurda e ficam analisando detalhes ridículos, tal como a possibilidade dela receber o seguro pelo evento. Finalmente, ela decide ficar com seu marido apesar de tudo, e salta pela janela montada nas costas dele. A confusão se instala e os bombeiros resgatam as pessoas do escritório.

A seguir, Bérenger visita seu amigo Jean. Sentindo remorso pela conversa no café, ele começa a se desculpar, mas nota que Jean está se comportando de um jeito diferente. Ele parece apático e distante, tem uma saliência na testa, e Bérenger não consegue reconhecer a voz dele. Enquanto Bérenger narra a história dos rinocerontes, ele vê a saliência aumentar diante dos seus olhos. Subitamente, Jean se transforma num rinoceronte. Aterrorizado, Bérenger sai correndo em busca de socorro.

Ato III

Vários dias se passaram e surgiram muitos rinocerontes na cidade. Dudard entra na sala de Bérenger para visitá-lo. Ele diz que o chefe deles, o Senhor Papillon, decidira se juntar aos rinocerontes. Daisy entra logo a seguir. Os três parecem dispostos a resistir e permanecerem humanos. No entanto, enquanto discutem o assunto, Dudard começa a usar lógica falsa para defender os rinocerontes. Ele se torna cada vez mais atraído pelos apelos dos rinocerontes na rua, até que finalmente ele salta pela janela e se torna um deles.

Daisy e Bérenger parecem estar apaixonados. Bérenger percebe que eles são os dois únicos humanos que restam no mundo e acha que é dever deles repopular o planeta. Mas Daisy começa a duvidar da posição deles. Como Dudard, ela se deixa atrair pelos rinocerontes e acaba se juntando a eles.

Sozinho, Bérenger luta com sua própria sanidade. Pela primeira vez, ele pensa em se tornar também um rinoceronte, mas toma uma atitude decisiva. A peça termina com Bérenger afirmando que não desistirá, pois está em jogo sua humanidade, sua individualidade e sua moralidade.

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  • Artigo sobre Eugène Ionesco na Wikipedia.

 

Resumo: Otelo (William Shakespeare)

Otelo

A história começa na cidade de Veneza, à noite. Rodrigo está tendo uma discussão com Iago, que está amargurado por ter sido preterido como tenente de Otelo, o guerreiro negro dos mouros, em favor de Cássio, um cavalheiro veneziano. Iago diz que somente quer ser útil a Otelo; no entanto, ele está sendo falso e admite que sua natureza não é bem a que ele aparenta. Iago sabe que Desdêmona, a filha de Brabante, um nobre veneziano de certa importância, tinha fugido com Otelo. Brabante e muitos outros nada sabem deste relacionamento; Iago decide atrair Rodrigo para sua causa, pois este deseja ardentemente Desdêmona, e vai despertar Brabante com gritos que sua filha tinha se ido.

Rodrigo é quem mais fala com Brabante, mas Iago também está lá, gritando injúrias sobre Otelo e suas intenções sobre Desdêmona. Brabante entra em pânico, e chama pessoas para procurar sua filha e trazê-la de volta. Iago se afasta, não querendo que ninguém saiba que ele traiu seu próprio líder. Brabante parte em busca de Desdêmona.

Mais tarde, Iago encontra Otelo e diz a ele que Rodrigo o traiu revelando a notícia do seu casamento para Brabante. Cássio chega, seguido por Rodrigo e Brabante, o qual está muito zangado; ele jura que Otelo tinha enfeitiçado sua filha, e irá levá-lo a julgamento por isso. Otelo retruca dizendo que o Doge de Veneza precisa ouvir o que ele tem a dizer, e que a justiça estará ao seu lado, pois ele nada tinha feito de mal.

Brabante e Otelo se dirigem aos líderes venezianos, que estavam reunidos para discutir assuntos militares. Brabante apresenta sua queixa contra Otelo por ter se casado com sua filha sem seu consentimento. Otelo se dirige à assembleia, admitindo que tinha se casado com Desdêmona, mas apenas distraiu-a com histórias e não a tinha tocado nem feito nenhuma injúria a ela. Desdêmona também se apresenta para falar, e confirma as palavras de Otelo. A queixa de Brabante é rejeitada, e Desdêmona é autorizada a ficar com Otelo. Entretanto, Otelo é intimado a seguir para Chipre, onde seus serviços como guerreiro são grandemente necessários. Otelo e Desdêmona apelam para não se separarem; os líderes aceitam o pedido, e decidem que Otelo partirá imediatamente, enquanto Desdêmona ficará com Iago por algum tempo até poder viajar também para Chipre.

Rodrigo fica aborrecido por terem autorizado a união de Otelo e Desdêmona, pois ele a deseja. Mas Iago garante que esse assunto não terminou, pois ele acha que o relacionamento não irá durar muito e logo Desdêmona cairá nos braços de Rodrigo. Iago pretende usar Rodrigo como um instrumento da sua vingança contra Otelo, sem revelar abertamente sua maldade.

Uma terrível tempestade se abate sobre Chipre, enquanto os turcos se aproximam; ela atinge seriamente o navio de Otelo. Chega um mensageiro trazendo a notícia da dispersão da frota turca pela tempestade; ele também informa a chegada de Cássio, e que Otelo ainda está em alto-mar. Um outro navio se aproxima, trazendo Iago, Desdêmona e Emília. Desdêmona e Iago discutem sobre a natureza das mulheres, e Iago afirma que elas são pouco dignas de mérito.

Finalmente, Otelo chega, e fica muito satisfeito de encontrar sua esposa, muito antes do que ele imaginava. Iago fala com Rodrigo e afirma que Desdêmona irá trair Otelo, como ela já tinha feito antes com Cássio. Ele convence Rodrigo a atacar Cássio naquela noite, uma vez que ele planeja destruir tanto Otelo quanto Cássio.

Iago e Cássio estão de vigia juntos; Iago faz com que Cássio beba um pouco, pois sabe que ele se embriaga facilmente. Iago também procura fazer com que Desdêmona pareça sedutora para Cássio, mas as intenções de Cássio são inocentes e amigáveis, e esta tentativa fracassa. Iago espera que Cássio fique bêbado e se desentenda violentamente com Rodrigo, que já estava predisposto contra ele graças às suas intrigas. Desta forma, Iago espera que Cássio caia em desgraça e ele possa tomar o seu lugar.

Chegam Montano e alguns outros. Enquanto Iago os distrai com música e conversa fiada, ouvem-se ruídos de luta à distância. Rodrigo aparece subitamente, fugindo da perseguição de Cássio. Montano tenta atrapalhar Cássio, mas este acaba ferindo-o. Todo esse barulho desperta Otelo, que desce para saber o que estava acontecendo. Montano relata o que sabe, complementado por Iago, que inventa toda a sua parte na trama.

Cássio lamenta ter perdido sua reputação juntamente com seu posto, pois ela é muito cara a ele. Iago tenta convencê-lo que uma reputação pouco significa; além disso, se ele falar com Desdêmona, talvez ele possa fazer com que ela interceda por ele junto a Otelo. Iago pensa saber o que Desdêmona falará por Cássio, e que isso poderá ser usado contra ambos.

Iago entra e Cássio diz que ele pretende falar com Desdêmona para que ela possa esclarecer as coisas com Otelo. Emília sai e convida Cássio a entrar e falar com Desdêmona. Desdêmona acredita que Cássio é uma boa pessoa, e tinha cometido um erro neste caso; ela promete fazer tudo o que estiver ao seu alcance para persuadir seu marido a aceitar Cássio de volta. Ele sai assim que Otelo entra para evitar um confronto. Iago aproveita esta oportunidade para jogar com as inseguranças de Otelo, e faz com que a saída de Cássio pareça incriminatória e culpada. Desdêmona declara sua preocupação com Cássio; ela é bastante persistente nos seus argumentos, e Otelo se desagrada com isso.

Iago então faz Otelo acreditar, através de insinuações, que há alguma coisa acontecendo entre Desdêmona e Cássio. Otelo hesita e Iago procura aumentar suas suspeitas. Em pouco tempo, Otelo começa a duvidar da sua esposa, e as insinuações de Iago ganham a força de uma acusação contra ela. Desdêmona entra, e eles têm uma rápida conversa; Otelo admite que ele está com problemas, embora ele não declare a razão.

Desdêmona deixa cair o lenço que Otelo deu a ela na sua lua-de-mel; Emília sabia que seu marido o queria para alguma coisa, então ela não sente culpada em pegá-lo. Emília o entrega a Iago, que decide usar o lenço para seus próprios objetivos. Otelo retorna e diz a Iago que ele agora duvida da sua esposa. Ele exige uma prova da desonestidade de Desdêmona. Iago inventa uma história sobre ter ouvido Cássio falando durante o sono, e diz que Cássio está com o lenço que Otelo deu a Desdêmona. Iago sabe que este lenço é muito importante para Otelo; além de ter sido dado a ele por sua mãe, foi o primeiro presente que ele deu a Desdêmona. Otelo fica perplexo ao ouvir que Desdêmona daria para outra pessoa algo tão precioso; isto o convence que as insinuações de Iago são verdadeiras e que Desdêmona é culpada. Otelo então jura matar Cássio e se vingar de Desdêmona pela traição inexistente.

Desdêmona procura por toda parte pelo lenço, e fica muito triste por tê-lo perdido. Otelo entra e pergunta pelo lenço de Desdêmona. Ela admite que não o possui mais, e Otelo fala sobre seu significado e seus possíveis poderes mágicos. Desdêmona interrompe o interrogatório de Otelo ao abordar a tentativa de reabilitação de Cássio no favor de Otelo; Otelo fica furioso e sai muito irritado. Tanto Desdêmona quanto Emília percebem que Otelo está muito diferente; ele está rude e parece enciumado. Elas acham essa mudança repentina muito suspeita.

Cássio então entra, acompanhado por Iago; ele lamenta que seu apelo não tenha sido bem sucedido e que Otelo aparentemente não irá aceitá-lo de volta. Desdêmona diz a Cássio e Iago que Otelo está agindo de forma estranha e está aborrecido; Iago vai procurar por ele, simulando estar preocupado. Emília acha que a mudança em Otelo tem algo a ver com Desdêmona, ou com a natureza ciumenta de Otelo; mesmo assim, elas ainda não conseguem imaginar o que aconteceu e saem, deixando Cássio sozinho. Bianca chega, e Cássio pede a ela para guardar o lenço que ele achou no seu quarto; é o lenço de Desdêmona, embora Cássio não tenha ideia disso. Ele afirma que não a ama, e fica zangado quando ela insinua que o lenço é um presente de outra mulher. Mas Bianca não se perturba e se retira, levando o lenço.

Mesmo depois de jurar que Desdêmona foi infiel, Otelo está tentando não condená-la muito severamente. Ele está conversando com Iago ainda sobre o lenço e a importância de achá-lo; mas logo Iago atiça a raiva de Otelo através de novas insinuações. Otelo tem num acesso de fúria, e Iago decide confirmar definitivamente as ideias falsas de Otelo sobre sua esposa. Iago chama Cássio, enquanto Otelo se esconde para ouvir a conversa. Iago fala a Cássio sobre Bianca, mas Otelo, no seu estado perturbado, acredita que Cássio está falando sobre Desdêmona. Esta é a última “prova” de que ele precisa antes de declarar sua esposa culpada.

Agora, Otelo está decidido a matar Desdêmona pessoalmente, e encarrega Iago de assassinar Cássio. Ludovico, um nobre veneziano conhecido de Desdêmona, tinha desembarcado há pouco; Desdêmona e Otelo o recebem. Mas quando Desdêmona menciona o nome de Cássio, Otelo se torna muito zangado e a esbofeteia diante de todos; ela se afasta correndo, muito aborrecida. Ludovico fica especialmente chocado com esta mudança em Otelo, e diz que não imaginava que um homem tão nobre pudesse agir tão cruelmente.

Otelo questiona Emília sobre a culpa de Desdêmona e sobre a possibilidade de que ela tenha tido um caso com Cássio. Emília jura que ela tinha visto e ouvido tudo o que tinha se passado entre Cássio e Desdêmona, e que Desdêmona é pura e verdadeira. Otelo acredita que Emília está envolvida na trama também; ele acusa Desdêmona, e sua insistência que ela é inocente apenas o enfurece mais. Emília pensa que alguém tinha manipulado Otelo para acusar Desdêmona e tinha envenenado sua mente; no entanto, Iago está lá para desfazer essa opinião. Após deixar as mulheres, Iago se encontra com Rodrigo, que não está satisfeito com Iago por ele não ter cumprido suas promessas em relação a Desdêmona. Iago o acalma fazendo com que ele acredite que, matando Cássio, ele conseguirá conquistar Desdêmona. Rodrigo decide prosseguir, mas Iago está agora perigosamente perto de ser desmascarado.

Otelo manda Desdêmona ir para a cama e dispensa Emília; Emília lamenta o casamento de Desdêmona, embora Desdêmona não consiga dizer que não ama Otelo. Desdêmona sabe que irá morrer em pouco tempo; ela canta uma canção de tristeza e resignação, e decide se entregar ao seu destino. Desdêmona pergunta a Emília se ela cometeria adultério para dar o mundo ao seu marido. Emília, bastante prática, acha que não é um preço grande demais para um pequeno ato; Desdêmona, no entanto, é muito boa e muito devota para concordar com isso.

Iago tinha envenenado a mente de Rodrigo, preparando-o para enfrentar e matar Cássio; a morte de qualquer um dos dois irá beneficiar Iago, pois suas intrigas poderão não ser descobertas. Rodrigo e Cássio lutam, e ambos ficam seriamente feridos. Iago entra, fingindo que nada sabe do que está se passando; Graciano e Ludovico também chegam apressados, sem ter idéia do que aconteceu. Rodrigo ainda está vivo, então Iago finge uma briga e acaba com ele. Bianca chega e vê Cássio ferido e Iago faz um comentário para implicá-la na luta. Cássio é levado e Rodrigo já está morto.

Otelo entra no quarto de Desdêmona enquanto ela está adormecida. Embora ela esteja linda e pareça inocente, ele ainda está determinado a matá-la. Desdêmona desperta, acredita que não haja nada que ela possa fazer para impedi-lo de matá-la, e continua a jurar sua inocência. Otelo diz que achou seu lenço com Cássio, embora Desdêmona insista que isto não pode ser verdade. Ela implora a Otelo para que ele não a mate, mas ele começa a estrangulá-la. Emília bate na porta, curiosa sobre o que está se passando. Otelo a deixa entrar, mas tenta ocultar o corpo de Desdêmona, que ele pensa já estar morta. Emília traz a notícia da morte de Rodrigo e do ferimento de Cássio.

Emília logo descobre que Desdêmona está agonizante, e tinha sido morta pelas mãos de Otelo; Desdêmona fala suas últimas palavras, e então Emília enfrenta Otelo por ter cometido este crime horrível. Otelo não se convence do seu erro até que Iago confessa seus atos, e Cássio fala sobre o uso do lenço; então Otelo é tomado por uma profunda dor e tristeza. Iago apunhala Emília por contar tudo sobre suas intrigas, e Emília morre. Os nobres venezianos revelam que Brabante, o pai de Desdêmona, está morto, e portanto será poupado desta tragédia. Otelo apunhala Iago quando ele é trazido de volta; Otelo então diz aos presentes para lembrar dele como ele é, e se mata. Cássio se torna o líder temporário das tropas em Chipre, e Ludovico e Graciano são encarregados de levar as notícias da tragédia de volta para Veneza.

Veja Também:

  • Artigo sobre William Shakespeare na Wikipedia.

 

Resumo: O Livro da Selva (Rudyard Kipling)

O Livro da Selva

Diversas histórias são narradas, fora de ordem cronológica, e sobre assuntos variados. No entanto, o tema central é sempre a poderosa força dos animais e da Natureza nos seus confrontos com o Homem.

Mowgli, o Menino-Lobo. Um guarda-florestal inglês na Índia encontra um misterioso rapaz chamado Mowgli que parece conhecer todos os segredos da selva. Mowgli coloca-se espontaneamente ao seu serviço, sem pedir nada em troca. Aos poucos, o guarda descobre que Mowgli conversa com os animais, tendo sido criado desde pequeno por uma alcateia de lobos. Mowgli impede que o guarda seja roubado pelo seu criado muçulmano, que temia Mowgli e a atração que sua filha sentia por ele. Mowgli acaba se casando com a jovem e os dois têm um menino.

O Avanço da Selva. Mowgli salva seus pais de torturas na pequena aldeia onde viviam. Como vingança, ele organiza a destruição sistemática da aldeia pelos animais da selva.

Meu Senhor, o Elefante. Na Índia, um soldado inglês ajuda um elefante em dificuldades num ato corajoso e insensato. Tempos depois, os dois se reencontram em circunstâncias bastante cômicas.

Os Irmãos de Mowgli. O Conselho dos Lobos expulsa Mowgli da alcateia, mas ele declara que permanecerá um lobo no seu coração.

A Foca Branca. Após muitas peripécias, uma foca branca lidera as outras focas para um lugar isolado, longe da ilha onde haviam nascido e onde eram caçadas impiedosamente pelos homens.

Jacala, o Crocodilo. Um enorme e idoso crocodilo sagrado recorda para outros animais sua bela vida como deus do rio, mas acaba sendo morto por um oficial inglês, o qual ele tentara devorar quando ainda era um menino pequeno.

Os Cães Vermelhos. Os lobos, liderado por Mowgli, enfrentam e derrotam um terrível bando de ferozes cães selvagens.

Tigre! Tigre! Mowgli enfrenta e mata o terror da selva, o poderoso tigre Shere Khan.

Como Apareceu o Medo. Durante uma grande seca, o elefante Hathi descreve o motivo dos tigres terem direito a um dia para matarem alguém por simples prazer.

Veja Também:

  • Artigo sobre Rudyard Kipling na Wikipedia.