Resumo: Elas São Todas Iguais (Lorenzo da Ponte / Wolfgang Amadeus Mozart)

Elas São Todas Iguais

A história se passa em Nápoles, Itália, no século XVIII.

O filósofo Dom Alfonso ensina a dois jovens oficiais do exército, Ferrando e Guglielmo, que não se pode confiar nas mulheres. Indignados, eles se gabam da fidelidade das noivas, as irmãs Dorabella e Fiordiligi. Dom Alfonso propõe uma aposta para testar sua fidelidade. Os oficiais aceitam suas condições: nada dizer às noivas e, durante 24 horas, obedecer suas ordens.

Sonhando com o casamento, Fiordiligi e Dorabella admiram os retratos dos noivos em medalhões. Dom Alfonso traz a notícia de que eles foram convocados. Elas se juntam a ele na despedida dos soldados. Fiordiligi e Dorabella ficam inconsoláveis, mas a criada Despina garante que homens são um produto fácil de se encontrar. Como parte do teste, Dom Alfonso suborna Despina para apresentar dois homens a elas. Disfarçados de albaneses, Ferrando e Guglielmo se atiram aos pés das espantadas irmãs. Fiordiligi proclama sua inabalável fidelidade, e os homens confiam que vencerão a aposta. Mas quando Dom Alfonso manda que eles simulem suicídio, as irmãs finalmente se mostram preocupadas. Disfarçada de médico, Despina finge curá-los. Para ajudar na recuperação, os dois pedem um beijo, que é negado.

Dorabella sugere à irmã que se divirtam um pouco, e Fiordiligi propõe que ela escolha entre os dois albaneses. Para complicar, fazem uma troca: Dorabella prefere o moreno (Guglielmo) e Fiordiligi, o louro (Ferrando). Dom Alfonso e Despina conduzem as duas aos pretendentes “albaneses”. Guglielmo se diz doente de amor, e Dorabella se rende. Fiordiligi rejeita Ferrando, mas logo parece vacilar. Guglielmo se orgulha da fidelidade de Fiordiligi, e Ferrando fica abalado ao saber que Dorabella até jogou fora seu retrato. Por fim, Fiordiligi confessa amar outro homem, mas decide ir ao encontro do noivo na frente de batalha. Ao ouvir isso, Ferrando exige que ela enterre uma espada no seu coração, e também ela cede.

Despina anuncia que as irmãs estão prontas para se casar. Os oficiais se queixam a Dom Alfonso, que explica que elas são todas iguais. O tabelião (mais uma vez Despina, disfarçada) lê o contrato de casamento e, quando as duas mulheres assinam, Dom Alfonso anuncia a volta dos noivos. Os “albaneses” desaparecem e retornam com as verdadeiras identidades. Quando mostram os contratos de casamento, as mulheres confessam culpa. Mas, ao serem revelados os disfarces albaneses, elas pedem perdão. Dom Alfonso diz aos casais que perdoem e esqueçam, e todos concluem que é melhor rir que chorar.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Lorenzo da Ponte na Wikipedia.
  • Artigo link externo sobre Wolfgang Amadeus Mozart na Wikipedia.

 

Resumo: O Dia das Trífides (John Wyndham)

O Dia das Trífides

O protagonista é Bill Masen, um inglês que ganha sua vida trabalhando com “trífides”, plantas capazes de comportamento agressivo e aparentemente inteligente: elas são capazes de se mover sobre suas três “pernas”, parecem se comunicar entre si e possuem um ferrão venenoso mortal semelhante a um chicote, que lhes permite matar e se alimentar das carcaças em decomposição de suas vítimas. Aparentemente, elas foram produzidas artificialmente na União Soviética e, em seguida, libertadas acidentalmente na Natureza, quando um avião carregando suas sementes foi derrubado. As trífides começam a brotar por todo o mundo, e seu extrato revela-se superior aos óleos vegetais existentes. O resultado é o cultivo mundial de trífides.

A história começa com Masen no hospital, com os olhos vendados, depois de terem sido borrifados com gotas de veneno trífide em um acidente de laboratório. Durante sua convalescença, ele é informado da inesperada chuva verde de meteoros que o mundo inteiro está assistindo. Ele acorda na manhã seguinte num hospital em silêncio e descobre que a luz daquela visão incomum cegou a todos que a assistiram. Mais tarde é sugerido que a “chuva de meteoros” pode ter sido um sistema de armas que foi acionado acidentalmente.

Após retirar a venda dos seus olhos, ele perambula por uma Londres em grande parte cega, assistindo a civilização desmoronar ao seu redor. Masen encontra uma mulher com visão, a rica romancista Josella Playton, que estava sendo forçada a guiar um homem cego violento. Ela e Masen começam a se apaixonar e decidem deixar Londres. Depois de serem atraídos por uma única luz em uma cidade completamente às escuras, Bill e Josella descobrem e se associam a um grupo de sobreviventes com visão em uma universidade de Londres liderado por um homem chamado Beadley, que está planejando estabelecer uma colônia no interior. Beadley pretende ter somente homens com visão que terão várias mulheres para reconstruir rapidamente a população humana.

Este esquema de poligamia incomoda profundamente um dos outros líderes do grupo, a religiosa srta. Durrant. Antes que esta divergência possa ser resolvida, um homem chamado Wilfred Coker toma para si a missão de salvar o maior número possível de cegos. Ele simula um incêndio na universidade e durante o caos que se seguiu sequestra um alguns indivíduos com visão, incluindo Bill e Josella. Cada um é acorrentado a um grupo de cegos e obrigados a levá-los ao redor de Londres, coletando comida e suprimentos, que estão acabando rapidamente. Bill e seu grupo veem-se cercados por trífides soltas e uma gangue rival agressiva de salteadores liderado por um homem ruivo cruel.

Masen, no entanto, fica com seu grupo até que todas as pessoas a seu cargo começam a morrer de alguma doença desconhecida. Ele parte e tenta encontrar Josella, mas sua única pista é um endereço deixado pelos membros do agora desfeito grupo de Beadley. Acompanhado do arrependido Coker, ele dirige para o local, uma propriedade rural denominada Tynsham, em Wiltshire, mas nem Beadley nem Josella estão lá; Durrant tomara a liderança para si e organizara a comunidade em linhas “cristãs”. Masen e Coker procuram infrutiferamente Beadley e Josella por vários dias, antes de Bill lembrar de um comentário casual feito por Josella sobre uma casa de campo em Sussex. Ele parte em busca dela, enquanto Coker retorna para Tynsham.

Uma moça com visão chamada Susan junta-se a Bill; eles conseguem localizar Josella, que estava realmente na casa de Sussex. Bill e Josella se consideram casados, e consideram Susan como sua filha. Eles tentam transformar a fazenda de Sussex em uma colônia autossuficiente, mas com sucesso muito pequeno, enquanto as trífides se tornam cada vez mais numerosas, rodeando sua pequena ilha de civilização. Os anos passam e torna-se cada vez mais difícil manter as plantas distantes.

Um dia, um piloto de helicóptero representante do grupo de Beadley pousa na fazenda e relata que o grupo estabeleceu uma colônia na Ilha de Wight, e que Coker sobreviveu e se juntou a eles. Apesar de suas dificuldades cada vez maiores, os Masens ficam relutantes em deixar suas casas, mas sua decisão é forçada no dia seguinte pela chegada de um esquadrão de soldados que representam um novo governo despótico, que está criando enclaves feudais em todo o país. Masen reconhece o líder, Torrence, como o homem ruivo de Londres. Torrence anuncia sua intenção de colocar muitos outros sobreviventes cegos sob os cuidados dos Masens e transferir Susan para outro enclave. Depois de fingir um acordo, os Masens sabotam o veículo dos soldados e fogem durante a noite. Eles se juntam à colônia da ilha de Wight, e preparam-se para a longa luta à frente, determinados a encontrar uma maneira de destruir as trífides e reclamar a Terra de volta para a Humanidade.

 

Resumo: Caminhos do Destino (O. Henry)

Caminhos do Destino

A história começa em Vernoy, na França. O jovem pastor David Mignot, que deseja ser poeta, sente-se deslocado e incompreendido na sua aldeia. Embora esteja apaixonado pela bela Yvonne e leve uma vida simples, cuidando do rebanho de carneiros do seu pai, ele deseja algo melhor para si. Certa noite, tendo brigado seriamente com Yvonne, ele decide ir embora de Vernoy e buscar fama como poeta. Ele junta suas coisas e caminha por alguns quilômetros pela estrada, até chegar a uma encruzilhada. David para, indeciso sobre qual estrada deverá tomar.

Estrada da esquerda

David segue pela estrada da esquerda. Após andar algum tempo, ele encontra uma carruagem atolada num lamaçal, com um nobre sinistro e uma bela jovem de pé na estrada. David ajuda os cocheiros a desatolarem a carruagem e é convidado pelo nobre a viajar com eles. Depois de algum tempo, eles chegam a uma estalagem, onde o nobre se apresenta como o marquês de Beaupertuys e faz uma estranha proposta a David. O marquês declara que a jovem é sua sobrinha, Lucie de Varennes, e que ela acabara de se recusar a se casar com o pretendente escolhido por ele, o conde de Villemaur. Insultado, ele jurara que Lucie se casaria naquela mesma noite com o primeiro homem que encontrassem. Como David era esse homem, ele dá dez minutos para que ele decida se quer casar ou não com ela. Após conversar um pouco com a jovem, David se sente enamorado e aceita. O marquês providencia um padre e os dois se casam em poucos minutos. Logo depois, David, na qualidade de marido, desafia o marquês para um duelo, pois não suportava mais a forma vil com que ele se referia constantemente a Lucie. O marquês aceita e os dois travam um duelo com pistolas dentro da estalagem. David morre com um tiro no coração, e o marquês parte da estalagem com Lucie novamente, em busca de outro marido para ela.

Estrada da direita

David segue pela estrada da direita. Depois de alguns dias de viagem, ele chega a Paris, onde se instala num pequeno quarto no último andar de uma casa num bairro modesto. Ele passa os dias escrevendo, enquanto pensa em maneiras de divulgar sua poesia antes que seu parco dinheiro acabe. Certo dia, David encontra uma bela jovem nas escadas e conversa rapidamente com ela. O olhar e os modos da jovem o fazem sentir-se apaixonado. Na verdade, a jovem era a condessa Quebedeaux, que se reunia regularmente num dos aposentos da casa com o marquês de Beaupertuys e o capitão Desrolles, tramando a morte do rei. Tudo está preparado para um atentado naquela noite, faltando apenas enviar um mensageiro ao palácio com o sinal para os demais conspiradores. A condessa lembra de David e o convence a levar uma mensagem cifrada ao palácio. Por precaução, o marquês e a condessa deixam Paris, mas o marquês deixa sua pistola com Desrolles para que ele a use no atentado. David chega ao palácio e é preso pelo duque D’Aumale, que suspeita de uma conspiração há tempos. David é levado ao rei e interrogado. Embora o rei esteja convencido da inocência do poeta, o duque ainda tem dúvidas, e propõe que David substitua o rei na carruagem naquela noite. Todos concordam, e David é vestido com as roupas do rei e colocado na carruagem. Durante o percurso, a carruagem é atacada e o capitão Desrolles consegue atirar na figura indistinta que está lá dentro. Os conspiradores são postos em fuga e, dentro da carruagem, fica apenas o corpo do pobre poeta, morto por um tiro da pistola do marquês de Beaupertuys.

Estrada principal

Após refletir bastante, David arrepende-se da sua decisão e resolve retornar à aldeia. Ele se reconcilia com Yvonne e acaba se casando com ela. Um ano depois, o pai de David morre, deixando como herança o rebanho de carneiros e a sua casa. Durante algum tempo, tudo corre bem, mas logo David recomeça a se dedicar aos seus poemas e negligencia o rebanho, que diminui rapidamente. Yvonne começa a brigar com David, que se concentra ainda mais na poesia. Aconselhado pelo notário da aldeia, David leva seus poemas a um professor de literatura em outra cidade. Ele lê os poemas com cuidado e não vê valor literário neles, recomendando que David se dedique ao seu rebanho. Desgostoso, David volta para Vernoy. Ao chegar na aldeia, ele para numa loja de penhores e compra uma pistola usada, que pertencera a um nobre exilado recentemente por traição. David lança seus poemas no fogo e depois se mata com um tiro no coração. Ao contemplar o corpo, o notário repara que a arma possui o brasão do marquês de Beaupertuys.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre O. Henry na Wikipedia.

Resumo: O Burguês Fidalgo (Molière)

O Burguês Fidalgo

A peça se passa em Paris, no final do século XVII.

Monsieur Jourdain é um burguês de meia-idade cujo pai enriquecera como mercador de tecidos. O tolo Monsieur Jourdain tem agora um objetivo na vida – sair da classe média e ser aceito como um fidalgo na aristocracia. Para isso, ele ordena novas roupas suntuosas, se deliciando quando o ajudante do alfaiate ironicamente o trata como “Vossa Excelência”. Além disso, apesar da sua idade, ele também se aplica em aprender as artes que deveriam ser dominadas por um aristocrata: dança, música, esgrima e Filosofia. Durante suas aulas, Monsieur Jourdain se comporta tolamente, para desgosto dos professores que contratara. Por exemplo, sua lição de Filosofia se transforma numa aula básica sobre linguagem, e ele se mostra agradavelmente surpreso ao descobrir que falara prosa toda sua vida sem saber.

Madame Jourdain, sua sensível esposa, percebe que seu marido está se tornando ridículo e insiste para que ele volte à sua velha e despretensiosa vida burguesa, mas ele não lhe dá ouvidos. Um nobre falido e parasita chamado Dorante tinha se aproximado de Monsieur Jourdain. Ele secretamente despreza aquele burguês bobo, mas alimenta seus delírios aristocráticos, fazendo assim com que Monsieur Jourdain pague suas dívidas. Os sonhos de ascensão social de Monsieur Jourdain aumentam cada vez mais. Ele se imagina casando com a Marquesa Dorimene e casando sua filha Lucille com algum nobre. No entanto, Lucille está apaixonada pelo burguês Cléonte e, é claro, Monsieur Jourdain se recusa a dar sua permissão para que os dois se casem.

Com a ajuda do seu criado Covielle, Cléonte se disfarça e se apresenta a Monsieur Jourdain como o filho do Sultão da Turquia. Monsieur Jourdain fica radiante de alegria e rapidamente consente que sua filha se case com um príncipe estrangeiro. Ele fica ainda mais feliz quando o falso príncipe turco o informa que, na qualidade de pai da noiva, ele também será agraciado com um título de nobreza numa cerimônia especial. A peça termina com esta ridícula cerimônia, cheia de salamaleques sem significado.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Molière na Wikipedia.

 

Resumo: Amar Verbo Intransitivo (Mário de Andrade)

Amar Verbo Intransitivo

A história se passa em São Paulo, no final da década de 1920.

Souza Costa é o pai de uma típica família burguesa paulista do início do século. Ele contrata os “serviços” da alemã Elza, conhecida como Fräulein, com o intuito de que seu filho inicie sua vida sexual de forma limpa, asséptica, sem se “sujar” com prostitutas e aproveitadoras. Ela afirma naturalmente que é uma profissional, séria, e que não gostaria de ser tomada como aventureira. Oficialmente, Fräulein seria a professora de alemão e piano da família Souza Costa.

Carlos aparece brincando com as irmã, ainda muito “menino”. No início, Fräulein se ressente por não prender a atenção de Carlos, pois ele era muito disperso, mas gradualmente vai envolvendo-o na sua sedução. Eles tinham todas as tardes aulas de alemão e cada vez mais Carlos se esforçava para aprender e aguardava ansioso as aulas.

Fräulein, em momentos de devaneios, criticava os modos dos latinos, se sentia uma raça superior, admirava e lia incessantemente os clássicos alemães, Goethe, Schiller e Wagner. Compreendia o expressionismo mas voltava à Goethe e Schiller. A esposa de Souza Costa, vendo as intimidades do filho para com ela, resolve falar com Elza e pedir para que deixem a família. Fräulein esclarece seu propósito de forma incrivelmente natural, e após uma conversa com o marido, a mãe decide que é melhor para seu filho que ela continuasse com suas lições.

Carlos após ter tido a aula mestra, começa a viciar-se em “estudar”. Certamente a didática de Fräulein era muito boa. Era tempo para Fräulein se despedir, tendo este trabalho concluído. Ela sabia que os afastamentos eram sempre seguidos de muitos protestos e gritos, então organiza um flagrante com o pai de Carlos. Souza Costa surpreende Carlos com Fräulein e utiliza-se deste pretexto para separá-los. Carlos reage e defende Fräulein, mas mesmo ele fica aturdido diante do argumento do pai: e se ele tivesse um filho? Ainda relutante, ele deixa-a ir.

Depois algumas semanas apático, Carlos volta a viver normalmente. Após se recuperar, Carlos avista acidentalmente Fräulein, já em um novo trabalho, e apenas a saúda com a cabeça. A vida continua para Carlos. Fräulein ainda iria seguir com alguns trabalhos a mais até conseguir dinheiro suficiente para voltar à sua terra.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Mário de Andrade na Wikipedia.

 

Resumo: Thérèse Desqueyroux (François Mauriac)

Thérèse Desqueyroux

A história se passa na França, em 1927.

Em Paris, Thérèse deixa o Palácio da Justiça, acompanhada pelo seu advogado, e se encontra com seu pai, sr. Larroque, conhecido político. O juiz acaba de encerrar um processo contra ela. Acusada de envenenar Bernard, seu marido, Thérèse é salva pelo depoimento dele, que lhe foi favorável. Toda a família havia se mobilizado para abafar o crime, que seria ruinoso para a reputação de todos, especialmente para o sr. Larroque.

Para Thérèse, o casamento havia sido uma decepção, pois fora totalmente diferente do que ela havia imaginado. Nem mesmo o nascimento da filha do casal, Maria, fizera muita diferença, pois Thérèse não quisera ter filhos e dedicava à criança um amor um tanto distante e discreto. Com o passar do tempo, Thérèse passa a sentir cada vez mais repulsa do marido.

Certo dia, acontece um incêndio sem maiores consequências na propriedade do casal em Argelouse. Bernard, distraído com o episódio, acidentalmente toma duas vezes o remédio que seu médico prescrevera. O remédio continha uma dose de arsênico e Bernard sente-se mal. Thérèse vê neste fato o caminho para sua libertação e começa, aos poucos, a realmente envenenar o marido.

Depois de livrar-se do processo, ela teme encontrar-se com Bernard novamente. Thérèse propõe ao pai voltar para a casa dele, mas o sr. Larroque prontamente rejeita a ideia. Ela terá que ir para a companhia do marido, nem que seja para manter as aparências. Assim, Thérèse volta para Argelouse, chegando a imaginar que ainda poderia viver com Bernard, caso se abrisse com ele numa confissão patética.

Antes de chegar a Argelouse, ela passa pela propriedade do pai, e se recorda que foi pela vizinhança das duas terras que ela acabara por se casar. E, no entanto, Thérèse achara na época que havia se casado por amor, apesar do interesse na junção das propriedades. Depois de casada, Thérèse percebera que havia se enganado, e que boa parte do sentimento que achara que sentia por Bernard era devido à grande amizade que ela tinha por Ana de la Trave, meia-irmã dele.

Ana tivera um romance com um judeu português, Jean Azevedo, fortemente combatido pela família. Um dia, Thérèse vai ao lugar onde Ana se encontrava secretamente com Jean e os dois conversam ali. Ao fim dessa entrevista, Thérèse se sente presa ao namorado da amiga. Os dois se encontram outras vezes. Mas Jean vai embora para Paris. Tempos depois, no silêncio de Argelouse, sentindo o vazio da vida à sua volta, é que Thérèse decidira matar Bernard.

De volta a Argelouse, logo Thérèse vê frustrada sua ideia de reconciliação. O que ela encontra é a firme determinação do seu marido em relegá-la a um dos quartos da casa, longe de todos, especialmente da filha. Caso ela tente fugir, o processo que acaba de ser arquivado será reaberto, por iniciativa da família Desqueyroux.

Esse isolamento quase a leva ao suicídio. Certo dia, Bernard a revê e se assusta com sua aparência, pois Thérèse está magra e desfigurada. Ele fica ainda mais alarmado quando ela desmaia. Ele próprio decide separar-se dela, deixando-a em Paris.

A história termina com o instante da separação, naquela quente manhã de março. Bernard vai embora num táxi, enquanto Thérèse, na calçada do Café de la Paix, retoca a maquiagem e ganha a rua, caminhando ao acaso.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre François Mauriac na Wikipedia.

 

Resumo: Sem Família (Hector Malot)

Sem Família

Livro 1

A história se passa na França, no século XIX.

Jerome Barberin vive com sua esposa em uma pequena cidade francesa, Chavanon. Ele normalmente não está em casa, já que ele trabalha em Paris como pedreiro. Um dia, ele encontra um bebê. O menino veste roupas muito finas, o que indica que os seus pais são ricos. Barberin se oferece para cuidar da criança, na esperança de obter uma boa recompensa. Ele dá o menino para sua esposa, e o chama de Remi. Mais tarde, Barberin fica ferido em um acidente. Ele culpa seu patrão e espera receber uma compensação financeira em um julgamento. O processo custa muito dinheiro, e Barberin diz à esposa para vender sua vaca (sua principal fonte de riqueza) e para se livrar de Remi. Ela apenas vende a vaca.

Quando Remi tem oito anos, Barberin volta para casa inesperadamente. Ele vê que Remi ainda está lá e decide se livrar dele o quanto antes. No dia seguinte, Barberin encontra no bar local um artista itinerante. Seu nome é Vitalis, e ele viaja pela França com três cães – Capi, Zerbino e Dolce – e um macaco, Joli-Coeur. Vitalis se oferece para cuidar de Remi e ele deixa a casa da sua infância, sem sequer ter uma chance de dizer adeus à sua mãe adotiva (que teria feito tudo para impedir a transação), iniciando uma jornada pelas estradas da França. Vitalis se revela um homem gentil, certamente uma companhia melhor do que Barberin. Vitalis o ensina a tocar harpa e a ler. Muitas vezes, Remi está com fome e não tem um lugar para dormir, mas ele ganha queridos amigos nos animais (especialmente Capi), e ele encontra o pai que lhe falta em Vitalis. Juntos, eles viajam através da França, e eles ganham a vida dando espetáculos musicais e teatrais.

Quando eles estão em Toulouse, acontece um triste incidente, que coloca Vitalis na cadeia. Não é fácil para uma criança de dez anos se alimentar e cuidar de quatro animais. Eles quase morrem de fome, até que encontram o “Cisne” – um pequeno barco fluvial de propriedade da Sra. Milligan e seu filho doente Arthur. Eles contratam Remi para entreter o menino doente, mas logo começam a ver uma pessoa em Remi, e ele torna-se parte da família. Ele descobre que Arthur tinha um irmão mais velho, que desapareceu antes de Arthur nascer, e James, cunhado da Sra. Milligan, tentara encontrá-lo em vão. Isto foi vantajoso para James Milligan, uma vez que, pela lei inglesa, ele herdaria toda a fortuna de seu irmão se ele morresse sem filhos. Isso não funcionou, porque logo Arthur nascera. Depois de dois meses, Vitalis é liberado da prisão. Remi e os Milligans gostariam de ficar juntos, mas Vitalis quer Remi de volta, e assim eles se despedem. No entanto, a Sra. Milligan considera Vitalis um homem honesto e muito gentil.

Vitalis diz a Remi que ele fizera uma boa escolha, pois é preciso ganhar o seu próprio pão. Mas, durante uma tempestade de neve no caminho para Paris, Zerbino e Dolce são devorados por lobos na floresta e Joli-Coeur pega uma pneumonia. Numa tentativa de arrecadar dinheiro para o médico, Remi e Vitalis fazem uma apresentação e Vitalis canta. Remi nunca tinha ouvido cantar Vitalis tão lindamente. E não só Remi está perplexo: uma jovem e, aparentemente, rica senhora diz a Vitalis que ela está espantada em ouvir sua voz maravilhosa. Vitalis reage com raiva. Ele explica a sua habilidade para a senhora, contando que ele costumava ser o servo de um cantor. A senhora explica que ele se parece com o cantor Vitalo Pedrotti do Scala de Milão, que desaparecera. Ele não demonstra alegria nem mesmo quando a senhora dá uma moeda de ouro para Capi. Eles retornam a Joli-Coeur com o dinheiro, mas é tarde demais: Joli-Coeur está morto.

Eles continuam sua viagem para Paris. Vitalis decide deixar Remi com um “padrone” para o inverno, enquanto ele treina outros animais. Um “padrone” era um homem que mantinha um grupo de meninos, vendidos pelos seus pais pobres, e que trabalhavam para ele. Vitalis traz Remi para Garofoli, um “padrone” que ele conhece. Garofoli não está em casa. Vitalis diz para Remi esperar lá e que ele voltará em breve. Remi fica lá por duas horas horríveis, aguardando Garofoli e conversando com um menino adoentado, Mattia. Ele cuida da casa porque Garofoli acredita que ele é estúpido demais e incapaz de trabalhar fora, mas mantém a panela de sopa trancada para que Mattia não coma dali. Quando os outros meninos retornam, Remi observa como Garofoli espanca e deixa sem comida aqueles que não trazem para casa a quantia de dinheiro necessária. Quando Vitalis volta e vê como os meninos estão sendo açoitados, diz a Garofoli que ele poderia ir até a polícia, mas Garofoli ameaça dizer “apenas um nome a algumas pessoas, o que fará Vitalis ficar vermelho de vergonha”. Vitalis vai embora com Remi, que fica grato por não retornar nunca mais a Garofoli.

Mas esse ato de amor custa a Vitalis sua vida. Naquela noite, incapazes de encontrar um lugar para ficar, Vitalis e Remi se abrigam de uma tempestade de neve sob uma cerca e acabam desmaiando de frio.

Remi acorda em uma cama, com pessoas ao seu redor: um homem, dois meninos e duas meninas. Uma das meninas tem cerca de 6 anos de idade, e observa Remi com olhos tristes. Então, Remi recebe a terrível notícia: Vitalis está morto. Numa tentativa de descobrir sua identidade, os policiais levam Remi a Garofoli, que revela a verdade: Vitalis era o famoso cantor italiano Carlo Balzani. Quando ficou mais velho, sua voz piorou, e ele ficou tão envergonhado por isso que decidiu desaparecer. Ele mudou sua identidade e passou a chamar-se Vitalis.

A família adota Remi e Capi. Remi ganha um verdadeiro pai, o jardineiro Pierre Acquin, dois irmãos, Alexis e Benjamim, e duas irmãs, Étienette e a pequena Lise. Remi adora especialmente Lise, que é muda. Ele a ensina a ler e toca harpa para ela. Lise ama uma canção napolitana em particular. Remi torna-se um jardineiro, e seguem-se dois anos de trabalho duro e domingos alegres.

Um dia, uma terrível tempestade de granizo destrói os vidros na estufa. Como Acquin tem dívidas que não pode pagar, ele é preso por não pagar os credores. As crianças precisam ir morar com seus tios e tias, que vivem em diversas cidades diferentes. Embora as crianças insistam que Remi também pertence à família, nenhum dos tios e tias se dispõe a cuidar dele. Novamente com o coração partido, Remi toma sua harpa e parte com Capi para as estradas, prometendo a seus irmãos e irmãs visitá-los em seu caminho e trazer notícias do pai deles.

Livro 2

Não passou muito tempo até ele encontrar uma companhia. Mattia, o garoto de Garofoli, está passando de fome nas ruas de Paris. Garofoli está na prisão por bater em um menino até a morte. Mattia pede a Remi para levá-lo em sua trupe. Remi tem medo, pois Mattia poderia morrer de fome, tanto com ele quanto sozinho. Mas Mattia o convence que os dois nunca morrerão de fome porque um ajuda o outro. Assim, a “trupe Remi” consiste agora de dois garotos de doze anos de idade e um cachorro. Mattia é um violinista talentoso, toca também outros instrumentos também, e tinha trabalhado por algum tempo em um circo. Como o circo tinha dois palhaços ingleses, ele também sabe um pouco de Inglês.

Primeiro, os meninos vão para visitar Alexis, que agora vive com seu tio Gaspar (irmão de Acquin) na cidade mineira de Varses, onde ele trabalha na mina com seu tio. Quando Alexis fica ferido e incapaz de trabalhar por algum tempo, Remi se oferece para substituí-lo. Um dos mineiros é um homem velho e sábio, apelidado de Mestre. Ele se torna um bom amigo e conta a história do carvão. Um dia, a mina é inundada, provavelmente pelo rio que corre na superfície. Sete mineiros, incluindo Tio Gaspar, o Mestre e Remi, encontram abrigo, mas ficam presos. Eles esperam ser resgatados, mas não sabem sequer se as obras de resgate estão acontecendo. Um dos homens confessa um crime, se culpa pelo desastre e comete suicídio. Os outros passam uma quinzena presos no subsolo, famintos, machucados mas otimistas – e, finalmente, são salvos. Capi fica louco de felicidade; Mattia está em lágrimas. Ele diz que nunca acreditou que Remi poderia estar morto, e Remi se orgulha de forte crença de seu amigo nele. Este terrível episódio acaba aproximando mais Remi e Mattia: agora, eles são amigos para a vida e a morte.

Remi quer que Mattia aprenda música e eles visitam um músico. Sr. Espinassous fica surpreso com grande talento de Mattia e tenta convencê-lo a ficar e aprender, mas Mattia nem pensa em deixar Remi. Os meninos agora seguem para Chavanon, onde esperam encontrar a mãe adotiva de Remi, a Mãe Barberin. Durante a viagem, eles economizaram o dinheiro, na esperança de comprar uma vaca para ela. Ao passarem por Ussel, não muito longe de Chavanon, eles compram uma vaca para substituir a amada Rosette, que foi vendida quando Barberin sofreu o acidente. Para se certificar de que eles não vão comprar uma vaca ruim, eles pedem ajuda a um veterinário. O veterinário é muito simpático e os meninos compram uma vaca maravilhosa.

Na cidade seguinte, os meninos são acusados de roubar a vaca. Por que dois músicos de rua têm uma vaca, afinal? Eles explicam a sua história para o prefeito. O prefeito conhece a Mãe Barberin, ouviu sobre o acidente na mina, e está disposto a acreditar que os meninos são honestos. Para ter certeza, o veterinário é chamado para depor, e os meninos podem continuar a sua jornada.

Remi e a Mãe Barberin finalmente se encontram. Mãe Barberin diz a Remi que Barberin está em Paris à sua procura, porque seus pais reais parecem estar em busca dele. Entretanto, ela sabe muito pouco, porque Barberin nunca lhe disse todos os detalhes. Remi fica ansioso para conhecer os seus verdadeiros pais. Remi e Mattia decidem voltar a Paris e encontrar Barberin.

No caminho para Paris, eles passam por Dreuzy, onde fazem uma visita a Lise Acquin. Remi e Lise gostam muito um do outro. Quando os meninos chegam em Paris, eles descobrem que Barberin morreu. Remi escreve uma carta para Mãe Barberin. Mãe Barberin responde e ela inclui uma carta enviada por Barberin antes de morrer. A carta menciona o endereço de um escritório de advogados em Londres, que está responsável pela busca de Remi. Assim os garotos vão para Londres, onde eles são levados diretamente para os pais de Remi. O nome deles é Driscoll. Remi fica terrivelmente decepcionado: os Driscolls são frios com ele e seu pai mantém os meninos trancados. Eles se revelam ser ladrões e usam Capi para ajudá-los em seu trabalho.

Certo dia, os Driscolls recebem uma visita. É um homem que parece estar interessado em Remi, mas Remi não entende inglês muito bem. O visitante não se encontra com Mattia, mas Mattia ouve a conversa dos adultos. O visitante é James Milligan e ele parece ser o tio de Arthur. Ele espera que Arthur morra, de modo que ele herde a fortuna de seu falecido irmão. Os garotos concordam que a Sra. Milligan deve ser avisada, mas eles não têm ideia de onde encontrá-la. Mattia encontra alguém que ele conhece. É Bob, um palhaço do circo onde Mattia trabalhava. Bob acaba sendo um grande amigo.

Quando Remi é acusado de um assalto cometido por seus pais, Bob e Mattia o ajudam a fugir da prisão. Com o auxílio do irmão marinheiro de Bob, eles retornam para a França. Eles vão procurar a Sra. Milligan, para avisá-la sobre seu cunhado. Isto é mais fácil do que parece, já que seu barco, o Cisne, é facilmente reconhecido, e logo encontram pessoas que o tinham visto. Eles só têm de seguir os rios e canais. No caminho, eles passam por Dreuzy, onde esperam encontrar Lise novamente. No entanto, eles descobrem que o tio de Lise, morreu, e que uma gentil senhora inglesa, que viajava em um barco, se ofereceu para cuidar de Lise. Essa devia ser a Sra. Milligan. Claro que isso é mais um incentivo para encontrarem o Cisne. Remi e Mattia seguem o Cisne através da França até a Suíça. Finalmente, eles encontram o barco, mas ele está vazio. Eles fazem indagações e descobrem que o barco era incapaz de continuar viajando rio acima, e que a família continuou a sua viagem por carruagem, provavelmente para Vevey. Quando eles chegam à cidade onde ”a mulher inglesa com o menino doente e a menina muda” supostamente estão, eles começam a cantar perto de cada muro. Vários dias se passam antes de encontrar a família. Um dia, quando Remi canta sua canção napolitana, ele ouve um grito e uma voz fraca que continua a canção. Eles correm para a voz e encontram Lise, cuja voz voltou quando ela ouviu seu Remi há muito perdido. Os meninos agora descobrem que James Milligan também está lá. Como Remi tem medo de encontrá-lo, ele se esconde. Mattia não tem medo, pois James não o conhece. Mattia imediatamente conta sua história à Sra. Milligan. Ela presume que Remi deve ser seu filho mais velho desaparecido, mas ela diz a Mattia que isso não pode ser dito para Remi até que ela tenha certeza. Ela providencia que os meninos fiquem em um hotel, onde eles podem ter bastante comida, camas confortáveis, e onde eles são visitados por um barbeiro e um alfaiate. Depois de alguns dias, a Sra. Milligan convida os meninos a visitá-la. Lá, eles encontram Mãe Barberin, que também tinha sido chamada pela Sra. Milligan. Mãe Barberin mostra as roupas de bebê de Remi. A Sra. Milligan reconhece as roupas que seu filho usava quando foi roubado. Muito feliz, ela declara que Remi é seu filho. Fica evidente que o Sr. Driscoll roubou o menino a mando de James Milligan.

A história termina bem para todos. Remi encontra sua família e descobre que é o herdeiro de uma fortuna. Eles mandam vir da Itália a querida irmã de Mattia, Cristina, e todos eles crescem juntos. Arthur recupera sua saúde e se torna um atleta. Mattia torna-se um famoso violinista. Remi se casa com Lise e eles têm um filho chamado Mattia, cuja babá é a Mãe Barberin.

 

Resumo: Os Ratos (Dyonélio Machado)

Os Ratos

Naziazeno é um simples funcionário público que dispõe de apenas um dia para pagar a dívida com o leiteiro do bairro, que o intima a liquidar suas contas atrasadas sob ameaça de corte no fornecimento de leite. Então, ele pega o bonde que leva à repartição onde trabalha e onde planeja pedir dinheiro emprestado ao diretor da repartição, seu chefe, e recorrer ao amigo Duque.

Quando chega à repartição, seus planos vão por terra: não consegue encontrar o chefe nem seu amigo Duque. Quando finalmente defronta-se com o chefe, este recusa-se emprestar a quantia, agravando ainda mais sua condição psicológica. Angustiado, Naziazeno consegue algum dinheiro emprestado para apostar na roleta. Ao chegar no cassino, Naziazeno pensa em apostar em apenas um número, porém se arrepende, e acaba apostando em cinco números diferentes, incluindo o que estava disposto a apostar. Por azar, o resultado acaba sendo bem aquele que ele iria apostar sozinho e, em vez dos cento e setenta e cinco mil-réis que teria ganho se tivesse apostado em um único número, ele ganha quinze mil-réis; guarda dez no bolso e pega cinco, com os quais compra mais fichas de aposta, na esperança de multiplicar seus ganhos. Porém, ele perde tudo.

No fim do dia, encontra os amigos Alcides e Duque, e os três procuram casas de agiotas, sem sucesso. Duque convence Alcides, que possui um anel penhorado com um agiota, a reavê-lo e renovar a penhora com outro agiota. Porém, para recuperar o anel, o trio é levado a fazer um empréstimo com outro agiota, Mondina.

Com o anel em mãos, Naziazeno e Alcides são instruídos por Duque a procurar Dupasquier, um comerciante de ouro. Mas conselho de Duque não logra êxito, já que Dupasquier trabalha apenas com venda, não com penhora. Quando finalmente os três conseguem negociar o penhor do objeto, e conseguem o dinheiro, Naziazeno chega em casa, exausto, e pensa e repensa o dia que passara, em estado psicológico abalado e de crescente angústia. O clímax da paranoia chega à forma de uma alucinação: seu subconsciente devaneia uma legião crescente de ratos que, com o passar do tempo, roem o dinheiro que obtivera, reduzindo-o a migalhas. Ele fantasia ouvir o barulho dos ratos na cozinha, nos pratos, nas panelas, na mesa.

De repente, tudo fica em silêncio, e Naziazeno se dá conta que está sentado na cama, ao lado de sua mulher, Adelaide. Ele fica insone por horas a fio, até o amanhecer. Naziazeno só dorme após perceber o leite sendo deixado à porta de sua casa.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Dyonélio Machado na Wikipedia.

 

Resumo: Profissão (Isaac Asimov)

Profissão

Na sociedade centralizada da Terra do século LXV, as crianças são educadas de forma quase instantânea através de uma ligação direta entre o computador e o seus cérebros. Eles são ensinados a ler na idade de oito anos e, em seguida, instruídos numa profissão na idade de dezoito anos. A escolha da especialidade profissional é ditada pela análise do cérebro, sem escolhas permitidas para o destinatário. As melhores pessoas instruídas competem nas Olimpíadas, disputas de desempenho profissional em tarefas específicas, na esperança de serem contratadas por um Mundo Externo avançado. Para elas, permanecer na Terra é quase uma admissão de fracasso.

George Platen está determinado a ser um programador de computador, uma profissão bastante procurada, e ele espera se qualificar para “exportação” para um Mundo Externo. No Dia da Leitura, são levantadas preocupações sobre a capacidade de George para ser instruído. No Dia da Instrução, ele é informado de que seu cérebro é impróprio para qualquer tipo de profissão. George não aceita esse diagnóstico e reage violentamente. Ele acaba sendo drogado e levado para uma Casa para Débeis Mentais.

Apesar de não estar sob guarda, ele permanece na Casa por um ano. Durante este período, ele lê livros e assiste a aulas onde as coisas são explicadas lentamente. Certo dia, ele decide sair para procurar o médico que disse que ele era débil mental e convencê-lo de que ele estava errado. Ele se encontra com um desconhecido que se apresenta como um Historiador Registrado, e os dois conversam sobre História e a sociedade. Ele exige e consegue uma entrevista com um Espacial, que não entende a alegação de George que as pessoas podem aprender de outras formas, tais como a leitura de livros e debate com aqueles que já têm o conhecimento desejado. O Espacial expressa para o Historiador Registrado sua irritação sobre a Terra continuamente introduzir pequenas alterações nas fitas de treinamento – como a recente adição do espectrógrafo Beeman para metalúrgicos – que obrigam os Mundos Externos a gastar dinheiro para manterem-se atualizados.

George é levado de volta para a Casa e a verdade é revelada: a Casa é na realidade um Instituto de Estudos Avançados. Aqui a elite da população, que tem o desejo de criar, apesar de terem sido informados de que são incapazes, são enviados para apoiar o avanço da Ciência e da Civilização. George percebe que um homem chamado Beeman teria sido o inventor do espectrógrafo Beeman. Beeman não poderia ter sido instruído normalmente, pois assim ele não poderia ter criado o novo dispositivo. Alguém teria que preparar as fitas de instrução para os demais. George tinha estado sob observação permanente em todos os momentos, e foi deliberadamente provocado para sair e procurar o médico que o mandara para lá.

A história termina com George ponderando sobre seu destino, e indagando por que a competição dos profissionais se chama Olimpíadas.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Isaac Asimov na Wikipedia.

 

Resumo: Memórias de um Sargento de Milícias (Manuel Antonio de Almeida)

Memórias de um Sargento de Milícias

A história se passa no Rio de Janeiro, em meados do século XIX. Ela começa narrando a origem do protagonista, Leonardo Pataca. Ele é fruto de uma pisadela e de um beliscão – estranha forma de cortejo entre seu pai (também chamado Leonardo Pataca) e sua mãe (Maria Saloia) que garantiu a atribulada união do casal. Nasce daí Leonardinho, que já desde bebê mostra-se um tormento, com sua capacidade de chorar uma oitava acima do normal. Na infância, a melhor definição para seu comportamento é “flagelo”, tal o terror que causa aos que o rodeiam.

Uma importante mudança acontece ainda na meninice de Leonardinho. Seu pai flagrou Maria Saloia em flagrante de adultério, o que provoca a separação espalhafatosa do casal e o abandono da criança nas mãos do padrinho, o Barbeiro.

Pouco depois da separação, Leonardo Pataca apaixona-se por uma cigana, que o abandona mais tarde. Na esperança de reconquistá-la, chega a participar de um ritual de magia negra, o que o faz ser humilhantemente preso pelo temido chefe da polícia do Rio de Janeiro da época, o Major Vidigal. Ainda assim, ao descobrir que o motivo do desprezo é a presença de um outro homem, um padre (Mestre de Cerimônias), apronta vingança extremamente maquiavélica: com a ajuda de um amigo arruaceiro, Chico-Juca, ele consegue causar imensa confusão na festa de aniversário da cigana, provocando a prisão de vários presentes, inclusive do sacerdote, que estava no quarto da cigana, em roupa íntima.

Complicações também vão existir do lado de Leonardinho. Seu padrinho entrega-se todo ao menino, estragando-o com tanto mimo. Seu projeto é transformá-lo em padre, mas o garoto é um completo desastre na escola. Nem mesmo sua atividade como coroinha é perfeita, pois, mais preocupado em brincar e aprontar do que em exercer sua função corretamente, ele acaba sendo expulso.

Assim, de fracasso em fracasso, Leonardo acaba-se tornando um exemplo perfeito da vadiagem. Até que surge uma interessante oportunidade: casar-se com a abastada Luisinha, sobrinha da rica D. Maria. Porém, Leonardo precisa vencer dois obstáculos para conquistar o coração de sua amada: o caráter desligado de Luisinha e a concorrência do esperto José Manuel. A Comadre, sempre protetora do afilhado, consegue eliminar o rival, atribuindo-lhe falsamente a responsabilidade do rapto de uma moça.

No entanto, com a morte do Barbeiro, Leonardo volta a ficar sob a guarda do seu pai, num ambiente mergulhado de desentendimentos, o que provoca sua fuga de casa. Neste momento, ele reencontra o amigo de traquinagens dos tempos de coroinha, que o acolhe em casa. Enquanto está morando com ele, Leonardo conhece Vidinha, por quem se apaixona. O projeto de casamento é esquecido, o que é vantagem para José Manuel, que, com a ajuda do Mestre de Rezas, tem seu lugar garantido na casa de D. Maria e, portanto, consegue o casamento.

A situação de Leonardo é instável. Seu enlace amoroso com Vidinha irrita dois primos dela, que já a disputavam. Dessa forma, eles tramam contra o intruso invocando a autoridade legal: Leonardo quase é preso por crime de vadiagem. Por sorte, ele consegue fugir, num lance que deixa Vidigal extremamente irritado com a afronta. Só escapa da vingança do poderoso porque a Comadre arranja-lhe um emprego na Ucharia Real, o que o afasta do crime de vadiagem.

No entanto, Leonardo é flagrado em situação inadequada com a esposa de um funcionário da Ucharia, o Toma-Largura. Tal escândalo tem consequências complicadas. A primeira é a perda do emprego. A segunda é a explosão de ciúme de Vidinha que, ao saber do motivo da demissão, vai tomar satisfações na Ucharia. Leonardo segue-a, na tentativa de impedi-la de causar mais escândalo, mas, antes que entre no antigo local de trabalho, acaba preso por Vidigal.

O encarceramento provoca a aproximação entre Vidinha e Toma-Largura e a elevação de Leonardo a soldado. Ainda assim, ele não se acerta, pois acaba detido duas vezes: a primeira quando é flagrado participando de uma brincadeira em que se ironizava o Major e a segunda quando se descobre que ajudou na fuga de um procurado pela polícia, o Teotônio. Na realidade, essas faltas revelam uma fraqueza de caráter motivada mais pela bondade de Leonardo do que por uma suposta malignidade.

Por infringir demais a ordem, o castigo de Leonardo pode incluir algo mais grave do que o encarceramento: chibata. A Comadre e D. Maria vão, então, interceder junto a Vidigal e, para tanto, utilizarão uma pessoa bastante influente: Maria Regalada, caso antigo do policial. Com a intervenção delas e principalmente com a promessa de que, em troca, finalmente iria morar com Maria Regalada, Vidigal não só liberta Leonardo, mas também o promove a sargento de milícias.

Finalmente, a vida de Leonardo ganha estabilidade. Morre José Manuel, Luisinha fica viúva para pouco depois se casar com Leonardo, o qual, tendo dado baixa de seu cargo, pode garantir uma situação tranquila para sua esposa.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Manuel Antonio de Almeida na Wikipedia.