Resumo: Adeus às Armas (Ernest Hemingway)

Adeus às Armas

O tenente Frederic Henry, um jovem motorista de ambulância americano com o Exército italiano durante a Primeira Guerra Mundial, tira uma licença de inverno do front. Quando retorna, ele encontra e rapidamente se apaixona por Catherine Barkley, uma auxiliar de enfermagem inglesa no hospital britânico da cidade. Ela ainda lamenta a morte do seu noivo na guerra no ano passado, e ela avidamente entra na agradável distração que o jogo do amor com Henry oferece. Também Henry é revivido pelo amor depois dos horrores que ele tem visto da guerra.

O joelho de Henry é terrivelmente atingido durante um bombardeio de artilharia, e ele é enviado a um hospital em Milão para uma operação. Catherine pede transferência para seu hospital e o ajuda a se recuperar da cirurgia. Eles passam todo seu tempo livre juntos, e seu amor se aprofunda à medida que eles gradualmente reconhecem que estão enfrentando sozinhos o mundo cruel. Antes que Henry retorne ao front, Catherine revela que está grávida. No entanto, ambos ficam contentes com a notícia, e mal podem esperar para se verem novamente.

De volta ao front, os alemães e austríacos irrompem através da linha aliada, e os italianos são forçados a fazer uma longa retirada. Henry viaja com alguns outros motoristas, dois sargentos de Engenharia italianos e duas moças italianas. Quando os sargentos abandonam os motoristas após o carro atolar, Henry atira em um deles, e outro motorista o liquida. Mais tarde, a excitada retaguarda italiana atira em um dos motoristas italianos por engano. Um dos motoristas deserta o grupo, preferindo ser feito prisioneiro do que enfrentar a morte potencial. Em uma ponte sobre um rio transbordado, os corruptos militares italianos identificam Henry como um tenente e o acusam de traição, levando à derrota italiana. Sabendo que será executado, Henry pula no rio e escapa pela correnteza.

Henry consegue sair do veloz rio e salta em um trem para Milão. Ela pensa que fez uma “paz em separado” e que não está mais ligado aos militares. Ele encontra Catherine na cidade de Stresa e, antes da prisão de Henry por deserção, os dois fazem uma ousada fuga noturna em um barco emprestado para a Suíça. Eles gozam de uma vida idílica e isolada naquele inverno na cidade suíça de Montreux, passando o tempo ao ar livre e se preparando para a chegada do seu bebê; contudo, Henry não sente completamente sem culpa por abandonar seus amigos no front.

Eles se mudam para a cidade de Lausanne na primavera para estar perto do seu hospital, e Catherine em breve entra em trabalho de parto. O parto é longo e doloroso, e o bebê, nascido através de uma cesariana, nasce morto. Catherine morre pouco depois de múltiplas hemorragias, com Henry ao seu lado. Ele se despedir dela, mas é como dizer adeus a uma estátua, e ele caminha na chuva de volta para seu quarto de hotel.

Veja Também:

  • Artigo sobre Ernest Hemingway na Wikipedia.

 

Frases: Billy Budd (Herman Melville)

  • A ação apoia-se tanto na suspeita quanto na certeza. E a retaliação pode ser monstruosamente desproporcional à suposta ofensa: pois, quando a vingança deixou de ser um agiota desmedido?
  • A paixão, e a paixão profunda, não é algo que exija um palco palaciano para interpretar seu papel. Entre a ralé, entre os mendigos e os lixeiros, também existe a paixão. E as circunstâncias que a provocam, não importa o quanto sejam banais ou mesquinhas, não são medidas da sua força.
  • Embora muitas criaturas levadas a julgamento tenham confessado crimes horríveis na esperança de obter sentenças mais brandas, alguém algum dia admitiu abertamente ter sido movido pela inveja? Há algo nesse sentimento que é universalmente percebido como sendo mais vergonhoso que o mais hediondo dos crimes. E não apenas todos o negam, como os melhores homens tendem à incredulidade quando ele é seriamente imputado a alguém inteligente. Mas como a inveja se aloja no coração, e não no cérebro, não há grau de intelectualidade que forneça alguma garantia contra ela.
  • O patriotismo é o último refúgio de um canalha.
  • Todo vilão vulgar é precoce.

Veja Também:

  • Artigo sobre Herman Melville na Wikipedia.
  • Resumo de “Billy Budd”.

 

Resumo: Billy Budd (Herman Melville)

Billy Budd

A história se passa no fim do século XVIII. Billy Budd é um jovem marinheiro num navio mercante chamado Rights-of-Man, comandado pelo capitão Gravelling. Billy é um belo jovem, inocente, enjeitado, e seu charme e boa natureza colocam à vontade os homens ao seu redor. Ele é conhecido por todos como o “Belo Marinheiro”. Sua única fraqueza séria é gaguejar violentamente quando tomado por forte emoção.

É uma época temível para o Império Britânico: do continente europeu, as ambições de Napoleão e o furor revolucionário da França ameaçam o mundo. A Marinha está extremamente carente de pessoal, e recentes motins ameaçaram a força que é a base da prosperidade e da defesa da Grã-Bretanha. A Marinha continua a depender da conscrição (recrutamento à força) para preencher suas fileiras.

O navio mercante de Billy é abordado pelo HMS Bellipotent, e o oficial que sobe a bordo, tenente Ratcliffe, escolhe apenas Billy como conscrito. Mesmo assim, o capitão Gravelling protesta, dizendo que Billy é o pacificador do navio. Através da sua beleza e da sua bondade, ele coloca os homens de bom humor. Apesar disso, Billy e seu capitão não têm escolha, e Billy se coloca a caminho, despedindo-se dos seus antigos camaradas.

A vida a bordo do novo navio transcorre bem para Billy. Ele se torna o vigia da gávea e adora sua nova posição. Embora seja menos o centro das atenções do que era no navio mercante, Billy não percebe a diferença. Ele tem boa índole e faz amigos com facilidade. Billy traz sorrisos aos rostos dos oficiais e dos marinheiros experimentados. Mas também atrai a atenção do mestre quarteleiro, John Claggart.

Claggart se torna obcecado com Billy, desprezando a bondade que ele nunca terá. Através dos seus ajudantes, ele encontra pequenas formas de expor Billy, criticando cada ligeiro desvio dos procedimentos e do regulamento. Ele próprio, no entanto, sempre tem palavras gentis para Billy. Apesar dos avisos de Dansker, um sábio e idoso marinheiro que faz amizade com ele, Billy não acredita que Claggart lhe deseje qualquer mal.

Uma noite, Billy é abordado por um vigia da popa, que pergunta se ele colaboraria no caso de um motim. Chocado por ter sido abordado de maneira tão traiçoeira, Billy despacha o homem. Devido ao seu medo juvenil de denunciar seus colegas, ele não relata o ocorrido a nenhum oficial. Ele conta apenas para Dansker, que acha que Claggart está por trás de alguma espécie de tramoia. Mas mesmo Dansker, que reluta em se envolver em assuntos que não o afetam diretamente, dá poucos conselhos a Billy.

O ódio de Claggart por Billy o consome cada vez mais. Finalmente, o mestre quarteleiro vai até o capitão Vere e declara que Billy está por trás de um motim que está sendo tramado. Sem acreditar muito em Claggart, Vere reúne os dois homens na sua cabine. Ao ouvir as acusações de Claggart, Billy fica tão chocado que não consegue falar, apesar de várias tentativas. Indefeso e aterrorizado, o ingênuo rapaz se defende da única maneira que conhece: ele atinge Claggart com um poderoso murro na cabeça. Mas Billy não conhece sua própria força, e Claggart morre com a pancada.

Vere, lamentando a sorte de Billy no seu íntimo, convoca uma corte marcial para decidir o caso dele. Depois que Billy fala e responde às perguntas do tribunal, ele deixa a sala para que o capitão possa se dirigir à corte. Vere afirma que, na realidade, o tribunal tem pouco a decidir. Um marinheiro matara um oficial. Devido ao descontentamento na Marinha e ao grande número de homens impressionáveis no Bellipotent, qualquer coisa que não fosse a execução de Billy poderia geral um violento motim. Mais ainda, as disposições do código sob o qual eles operam são claras: um tripulante matara um oficial, e este tripulante tem que morrer.

O tribunal condena Billy, e ele é enforcado na manhã seguinte. Antes de morrer, ele parece ser tão belo quanto uma visão celestial; nenhum dos marinheiros consegue deixar de olhar para ele. Billy grita “Deus abençoe o capitão Vere”, o que é repetido por toda a tripulação, que teria repetido qualquer coisa que ele dissesse. A luz do amanhecer toca seu corpo, fazendo com que ele pareça alguma espécie de divindade enquanto morre. Milagrosamente, seu corpo não apresenta nenhum dos espasmos que caracterizam as mortes por enforcamento.

Algum tempo depois, Vere é mortalmente ferido numa batalha. Antes de morrer, o ouvem murmurar o nome de Billy Budd.

Os marinheiros vigiam a localização da trave onde Billy fora enforcado. Embora eles nada saibam dos detalhes do caso de Billy, instintivamente todos sabem que ele era inocente. Um pedaço da trave, para eles, é o mesmo que um pedaço da Cruz.

A história termina com uma canção composta por um dos colegas de vigia de Billy, que o descreve esperando a execução e pensando que tudo iria acabar em breve.

Veja Também:

Resumo: Os Contos da Cantuária (Geoffrey Chaucer)

Os Contos da Cantuária

A história se passa na Inglaterra do século XIV, durante uma peregrinação de um grupo de pessoas ao túmulo de São Tomás Beckett, na Cantuária (em inglês, Canterbury). O grupo é formado por um Cavaleiro, seu filho, o Escudeiro, o Criado do Cavaleiro, uma Prioresa, uma Freira, um Monge, um Frade, um Mercador, um Clérigo, um Escrivão, um Proprietário de Terras, um Tecelão, um Tintureiro, um Carpinteiro, um Tapeceiro, um Mascate, um Cozinheiro, um Marinheiro, um Físico, um Pároco, um Moleiro, um Reitor, um Bailio, um Oficial de Justiça, uma Mulher de Bath e o próprio Chaucer. Estes viajantes, que pararam no Tabard Inn, decidem contar histórias para passar o tempo na viagem. Cada um dos peregrinos contará duas histórias no caminho até Cantuária e duas outras na viagem de volta. O Estalajadeiro os acompanhará e decidirá qual foi a melhor das histórias. Eles decidem tirar a sorte para ver quem terá a honra de contar a primeira história, e o escolhido é o Cavaleiro.

Conto do Cavaleiro. O Cavaleiro conta uma história sobre dois cavaleiros, Arcite e Palamon, que são capturados numa batalha e aprisionados em Atenas por ordem do Rei Teseu. Enquanto estavam aprisionados numa torre, ambos veem Emília, a irmã da Rainha Hipólita, e imediatamente se apaixonam por ela. Os cavaleiros acabam deixando a prisão separadamente: um amigo de Arcite implora a Teseu pela sua libertação, enquanto Palamon consegue fugir mais tarde. Arcite retorna à corte ateniense disfarçado como servo, e, quando Palamon foge, os dois cavaleiros se encontram. Eles lutam por Emília, mas seu combate é interrompido pela chegada de Teseu. Teseu estabelece as regras para um duelo entre os dois cavaleiros pelo amor de Emília, e cada um passa um ano preparando um exército para uma batalha a ser travada na data definida pelo rei ateniense. Antes da batalha, Arcite reza a Marte pela vitória no combate, Emília reza a Diana para que ela seja feliz no casamento e Palamon reza a Vênus para ter Emília como sua esposa. Os três deuses ouvem suas preces e discutem sobre quem deverá prevalecer. Saturno intervém e decide mediar a questão. Arcite vence a batalha, mas, no momento em que ia ser coroado vencedor, acontece um terremoto que o mata. Antes de morrer, ele se reconcilia com Palamon e diz que ele merece se casar com Emília. Palamon e Emília se casam.

(Quando o Cavaleiro termina sua história, todos se mostram satisfeitos com suas nobres e honradas qualidades. No entanto, o Moleiro, embriagado, insiste em que ele deve contar a próxima história.)

Conto do Moleiro. O Moleiro conta uma história cômica sobre Nicholas, um estudante que vive com o carpinteiro John e sua esposa Alison, muito mais jovem do que ele, e pela qual Nicholas se apaixona. Outro homem, o romântico e cortês Absalão, também se apaixona por ela. Nicholas trama passar um dia com Alison dizendo a John que um dilúvio igual ao de Noé chegará em breve, e a única maneira deles sobreviverem é se escondendo dentro de caixas separadas colocadas no telhado, longe das vistas de todos. Enquanto John permanece na sua caixa, Nicholas e Alison saem para fazer sexo, mas são interrompidos por Absalão, que exige um beijo de Alison. Ela diz para ele fechar os olhos e depois dar o beijo. Ele obedece, e ela levanta sua saia, de forma que ele acaba beijando o traseiro dela. Humilhado, Absalão decide dar uma lição em Alison. Ele pega um ferro em brasa na forja do ferreiro e volta à casa de Alison. Desta vez, Nicholas tenta o mesmo truque e Absalão queima o traseiro dele. Nicholas grita por água, acordando John, que tinha adormecido no telhado. Ele cai lá de cima, se machuca e todos são humilhados.

(Os peregrinos riem gostosamente desta história, mas Oswald, o Bailio, se ofende, pensando que o Moleiro pretende menosprezar homens mais velhos. Em resposta, ele conta uma história sobre um moleiro desonesto.)

Conto do Bailio. Symkyn é um moleiro trapaceiro, que engana seguidamente seus clientes, que incluem o colégio de Cambridge. Dois estudantes de Cambridge, Aleyn e John, vão ao moleiro comprar farinha e trigo. Enquanto eles estão ocupados, Symkyn solta os cavalos deles e rouba seu trigo. Eles são forçados a passar a noite com Symkyn. Durante a noite, Aleyn seduz a filha do moleiro, Molly, enquanto John seduz a esposa dele. Quando Aleyn conta sua façanha a John, Symkyn o ouve por acaso e luta com ele. A esposa do moleiro acerta a cabeça de Symkyn com um pedaço de pau e o põe a nocaute, enquanto os dois estudantes escapam com o trigo que Symkyn tinha roubado.

(O Conto do Cozinheiro vem a seguir, mas existe apenas um fragmento incompleto, com menos de cinquenta linhas. O próximo a contar a história é o Escrivão.)

Conto do Escrivão. Ele narra a história de Constância, a filha de um Imperador romano que se torna noiva do Sultão da Síria com a condição de que ele se converta ao Cristianismo. Enfurecida pela ordem de conversão forçada, a mãe do Sultão assassina seu filho e Constância escapa por pouco do mesmo destino. Ela é exilada num navio que atraca na Bretanha, onde é acolhida pelo guardião de um castelo próximo e sua esposa, a Dama Hermenegilda. Ambos se convertem ao Cristianismo pouco depois de conversarem com ela. Um jovem cavaleiro se enamora de Constância; ao ser rejeitado, ele assassina a Dama Hermenegilda e acusa Constância pelo crime. O Rei Alla exige que o cavaleiro confirme a acusação jurando sobre a Bíblia; ao fazê-lo, o cavaleiro fica imediatamente cego. Constância é inocentada e se casa com o Rei Alla. Eles têm um filho, Maurício, que nasce quando o rei está ausente, guerreando na Escócia. A Dama Donegilda trama o banimento de Constância, interceptando as cartas entre Alla e Constância e substituindo-as por cartas falsas. Desta maneira, Constância acaba sendo mandada embora novamente, e durante sua viagem seu barco é interceptado por um navio de guerra romano. Um senador acaba enviando-a para Roma, onde ninguém a reconhece como a filha do Imperador. Depois de algum tempo, o Rei Alla faz uma peregrinação a Roma, onde ele se reencontra com Constância. O Imperador romano descobre que Maurício é seu neto e o nomeia herdeiro do trono.

(A Mulher de Bath irá contar a próxima história. Inicialmente, ela faz uma longa dissertação sobre o casamento, na qual ela relembra cada um dos seus cinco maridos. Seus primeiros maridos eram homens idosos, os quais ela intimidava, através de remorsos e recusa de favores sexuais, obrigando-os a fazerem as suas vontades. No entanto os dois últimos maridos eram mais jovens e mais difíceis de dobrar. Jankin, o último marido, tinha apenas vinte anos, a metade da idade dela. Ele se mostrou muito difícil de controlar, pois ele se recusava a deixar a Mulher de Bath dominá-lo, e lia livros que diziam que as mulheres deveriam ser submissas. Quando ele arrancou uma página de um desses livros, Jankin a espancou, fazendo com que ela ficasse surda de um dos ouvidos. No entanto, ele sentiu tanto remorso com sua atitude que ele se tornou totalmente submisso a ela, e os dois permaneceram felizes. A seguir, ela conta sua história, que trata da dinâmica de um casamento.)

Conto da Mulher de Bath. Um certo cavaleiro é condenado à morte por ter violentado uma jovem. Entretanto, ele é poupado pela rainha, que o libertará se ele puder responder à pergunta “O que as mulheres querem?”. O cavaleiro não consegue encontrar uma resposta satisfatória até que ele encontra uma velha muito feia, que promete contar a resposta a ele se ambos se casarem. Ele concorda, e é libertado quando diz à rainha que as mulheres querem comandar os seus maridos. No entanto, o cavaleiro está insatisfeito por ter que se casar com aquela megera idosa. Ela então propõe uma escolha: ele poderá ter uma esposa velha e feia porém submissa, ou uma jovem e bela porém dominadora. Ele escolhe tê-la como jovem e, embora ela tenha autoridade sobre ele, os dois são completamente felizes daí em diante.

(O Frade conta a história seguinte. Ele começa se desculpando com o Oficial de Justiça, pois sua história expõe a fraude da sua profissão.)

Conto do Frade. A história do Frade fala sobre um oficial de justiça malvado que, enquanto entregava intimações para o tribunal eclesiástico, encontra-se com um viajante misterioso, que acaba se revelando ser o próprio Diabo. Os dois trocam segredos sobre suas profissões, e o Diabo diz que eles acabarão se encontrando no Inferno se o oficial continuar a trabalhar tão bem. O oficial visita uma velha, entrega uma intimação a ela e então se oferece para receber um suborno como pagamento para impedir sua excomunhão. A velha acredita que não tem pecados e amaldiçoa o oficial. O Diabo então aparece e lança o oficial no Inferno.

(O Oficial de Justiça se enfurece com o conto do Frade. Antes de começar sua história, ele conta uma breve anedota. Um frade visitou o Inferno e ficou surpreso ao notar que não haviam outros frades. Então, o anjo que o acompanhava levantou a cauda de Satã e milhares de frades saíram correndo assustados de lá. O Oficial conta uma história sarcástica atacando os frades.)

Conto do Oficial de Justiça. O Oficial fala sobre um frade que se hospeda com um estalajadeiro e sua mulher, aborrecendo-os tremendamente ao se queixar que eles pouco contribuíam para a Igreja, além de não terem ido à missa recentemente. Indignado, o estalajadeiro se explica dizendo que não tinha ido à missa porque estava doente, além de sua filha pequena ter morrido há pouco tempo. O frade tenta primeiramente acalmá-lo, e depois volta a pedir doações. O estalajadeiro promete dar ao frade um presente, e acaba soltando gases com grande barulho.

(O Estalajadeiro ordena ao Clérigo, um estudante de Oxford que tinha ficado quieto todo esse tempo, que conte a próxima história.)

Conto do Clérigo. Walter era um marquês italiano que finalmente decide tomar esposa, depois que o povo da sua província reclama do seu longo período como solteiro. Walter se casa com Griselda, uma mulher plebeia mas extraordinariamente virtuosa e amada por todos. No entanto, Walter decide testar sua devoção. Quando sua primeira filha nasce, Walter diz a ela que seu povo está infeliz e deseja a morte do bebê. Ele leva embora a criança, presumivelmente para ser morta, mas ao invés disso a entrega à sua irmã para criá-la. Ele repete a trama com o bebê seguinte, um menino. Finalmente, Walter diz a Griselda que o Papa exige que eles se divorciem. Ele a manda embora da sua casa completamente nua, pois ela não tinha nenhum pertence quando ela chegara lá. Griselda aceita cada uma dessas tragédias com grande paciência. Logo Walter decide acabar com a provação e manda buscar seus dois filhos. Ele diz a Griselda que irá se casar novamente, e a apresenta à sua suposta noiva, a qual ele revela ser a filha deles. A família se reúne novamente. O Clérigo termina aconselhando as mulheres a se esforçarem para ser tão fiéis quanto Griselda, mesmo que tais fatalidades sejam improváveis.

(O Mercador elogia Griselda pela sua fidelidade, mas afirma que sua esposa é muito diferente da virtuosa mulher da história do Clérigo. Ele, portanto, conta uma história sobre uma mulher infiel.)

Conto do Mercador. O Mercador descreve January, um cavaleiro idoso e cego que decide desposar uma mulher muito mais jovem, apesar das objeções do seu irmão, Placebo. January se casa com a jovem e bela May, que logo se aborrece com a constante atenção sexual dele e decide ter um caso com Damian, o escudeiro de January. Quando January e May estão no jardim, May se afasta sorrateiramente para fazer sexo com Damian. Os deuses Plutão e Prosérpina observam a cena, se aborrecem com o comportamento da jovem e decidem intervir, restaurando a visão de January. Quando January vê o que está acontecendo, May diz a ele para não acreditar nos seus olhos, e ele acredita nela.

(O Escudeiro conta a próxima história, que está incompleta. A seguir, é a vez do Proprietário de Terras.)

Conto do Proprietário de Terras. Ele começa sua história descrevendo o casamento do cavaleiro Arviragus e da dama Dorigen. Quando Arviragus viaja numa expedição militar, Dorigen lamenta sua ausência e teme que, ao voltar, o navio dele se despedace nos inúmeros rochedos que existem na costa. Um jovem, Aurelius, se apaixona por ela, mas ela se recusa a retribuir seus favores. Ela concorda em se deitar com Aurelius apenas se ele encontrar uma maneira de tirar os rochedos do mar, uma tarefa que ela crê ser impossível. Aurelius procura um feiticeiro, que concorda em resolver o problema desde que Aurelius pague uma grande soma a ele. O feiticeiro cria a ilusão do desaparecimento dos rochedos, enquanto Arviragus retorna são e salvo para casa. Dorigen conta a seu marido a promessa que tinha feito, e Arviragus diz que ela precisa cumprir o prometido. Ele ordena que ela vá se deitar com Aurelius, mas percebe a dor que isso causaria em Dorigen e decide não obrigá-la a fazer isso. Por sua vez, o feiticeiro perdoa a dívida de Aurelius. A história termina perguntando qual desses homens se comportou de forma mais honrosa.

Conto do Físico. A história seguinte fala sobre Virginius, um respeitável cavaleiro romano, cuja filha, Virgínia, possuía beleza incomparável. Appius, o juiz que governava a cidade, desejava Virgínia ardentemente e colaborou com Claudius, que declarou no tribunal que Virgínia era sua escrava e que Virginius a tinha roubado dele. Appius ordena que Virgínia seja devolvida ao seu “dono”. Virginius, sabendo que Appius e Claudius tinham agido desta forma para violentar sua filha, pede a ela que escolha entre a morte e a desonra. Ela escolhe morrer, e Virginius corta a cabeça da sua filha, levando-a até Appius e Claudius. O povo da cidade fica tão chocado com esta atitude que conclui que Appius e Claudius tinham sido venais e mentirosos nesta questão. Appius é preso e comete suicídio, enquanto Claudius é banido.

(Antes de começar a próxima história, o Vendedor de Indulgências faz uma longa introdução sobre a natureza da sua profissão. Ele conta os segredos do seu negócio, incluindo a venda de itens inúteis como relíquias de santos, e admite que seu trabalho não é afastar as pessoas do pecado, mas sim assustá-las o bastante para que elas paguem por indulgências.)

Conto do Vendedor de Indulgências. Ele fala sobre três rufiões que procuram a Morte para derrotá-la e viverem para sempre. Eles encontram um velho, que diz a eles que a Morte pode ser encontrada debaixo de uma árvore próxima. Os três vão até lá, mas ao invés da Morte encontram um vasto tesouro. Dois dos malandros enviam o terceiro até a aldeia para comprar comida e bebida para festejarem durante a noite; secretamente, eles planejam fugir com a parte dele. Enquanto ele estava fora, os dois pensam melhor e decidem simplesmente matá-lo. Por sua vez, o terceiro homem envenena a bebida para ficar com todo o tesouro para si. Quando ele retorna, os dois companheiros o esfaqueiam; depois, bebem o vinho envenenado e também morrem. Assim, todos os três encontram a Morte sob a forma da Avareza. O Vendedor de Indulgências termina sua história com uma diatribe contra o pecado e implora aos viajantes que comprem suas indulgências, mas o Estalajadeiro o enfrenta.

Conto do Marinheiro. O Marinheiro conta a história de um mercador sovina que exige que sua esposa pague cem francos que ela tinha pego emprestado dele. A esposa insatisfeita se queixa sobre isso com o irmão Dan John, um monge conhecido do casal. Ele se oferece para pagar a dívida se ela aceitar dormir com ele. A mulher concorda, e o irmão Dan John consegue os cem francos pegando-os emprestados com o próprio mercador. No entanto, ele percebe que a mulher o estava pagando com o mesmo dinheiro que ele tinha emprestado ao monge. Portanto, a esposa diz que pode saldar a dívida com ele na cama.

Conto da Prioresa. Ela conta a história de um menino cristão que vivia numa cidade da Ásia que era dominada por uma população judia perversa. Quando o menino aprendeu a canção Alma Redemptoris, que louvava a Virgem Maria, ele voltou da escola para casa cantando-a. Os judeus, enfurecidos pelo seu comportamento, capturam a criança e cortam sua garganta, abandonando-a numa cisterna para morrer. A mãe do menino procura por ele freneticamente. Quando ela o encontra, ele ainda não tinha morrido, pois a Virgem Maria tinha colocado uma semente na sua língua para permitir que o menino falasse enquanto ela estivesse lá. Ao retirarem a semente, o menino morre e vai para o Paraíso. A história termina com um lamento pelo menino e uma maldição aos judeus que cometeram este crime atroz.

(O conto seguinte será narrado pelo próprio Chaucer. Ele começa uma história interminável sobre Sir Thopas, fazendo um poema tão rebuscado e maçante que consegue aborrecer todos os peregrinos. O Estalajadeiro o interrompe bruscamente e exige que ele conte outra história.)

Conto de Chaucer. Ele fala sobre Melibeu, um poderoso governante cujos inimigos violentam sua esposa, Prudência, e quase matam sua filha, Sofia. Enquanto decidia sobre declarar guerra aos seus inimigos, Prudência o aconselha a se manter tolerante, e eles se envolvem numa longa discussão sobre o curso de ação apropriado. Por fim, Melibeu permite aos seus inimigos escolherem ser sentenciados por ele ou pela sua esposa. Eles se submetem ao julgamento de Melibeu. A princípio, ele pretende exilar os criminosos e confiscar seus bens. No entanto, ele acaba acatando o pedido de clemência feito pela sua esposa.

Conto do Monge. O Monge não conta uma história propriamente dita, mas ao invés disso faz uma longa lista de figuras históricas e literárias que experimentaram uma desgraça. Ele menciona, entre outros, Adão, Sansão, Hércules, o Rei Pedro da Espanha, Bernabò Visconti, Nero, Júlio César e Creso. Os peregrinos interrompem a história do Monge, achando que esta lista de tragédias históricas era monótona e deprimente.

Conto da Freira. A Freira narra a história do galo Chantecler e da galinha Pertelote. Chantecler julgava que era muito importante, pois, se não cantasse toda madrugada, o sol não nasceria. Certa noite, Chantecler estava doente e teve um sonho no qual ele era caçado por uma raposa. Ele temia que seu sonho fosse profético, mas Pertelote garante que este sonho era fruto da sua doença, e que ele devia procurar ervas para se curar. Chantecler insiste em que os sonhos têm um significado mais profundo, mas acaba concordando com sua esposa. Quando ele vai procurar ervas, ele é realmente perseguido por uma raposa. Ele é salvo pelos gritos de Pertelote, que atraíram a dona da fazenda onde as aves viviam, e que consegue expulsar a raposa de lá.

Conto da Segunda Freira. Ela conta a vida de Santa Cecília, que converte seu marido e seu irmão ao Cristianismo no tempo do Império Romano, quando a fé cristã era ilegal. Os dois são executados pelas suas crenças, e ela mesma é cortada por uma espada três vezes durante sua execução, mas não morre imediatamente. Durante sua longa agonia, que dura vários dias, ela ordena que seus bens sejam distribuídos pelos pobres. Após sua morte, ela é santificada pelo Papa Urbano.

(Depois que a Segunda Freira termina sua história, um Alquimista e seu Criado juntam-se ao grupo de viajantes. O Alquimista tinha ouvido que eles estavam contando histórias e também gostaria de participar. O Criado fala sem parar sobre o Alquimista, contando histórias fantásticas sobre ele. Isso aborrece tanto o seu mestre que ele vai embora subitamente. O Criado resolve então contar uma história pessoalmente.)

Conto do Criado do Alquimista. O Criado fala longamente sobre o trabalho de um alquimista e os meios pelos quais ele e seu mestre enganam os tolos, fazendo com que elas pensem que eles conseguem duplicar seu dinheiro.

(O Estalajadeiro ordena que o Cozinheiro conte a próxima história, mas o homem está bêbado demais para falar algo coerente. Portanto, o Reitor faz a narrativa seguinte.)

Conto do Reitor. Ele fala sobre o deus Febo, que era um marido ciumento quando assumia forma mortal. Ele vigiava de perto sua esposa, temendo que ela fosse infiel. Febo tinha um corvo branco que podia falar a linguagem dos homens e tinha uma bela voz. Quando o corvo branco descobre que a esposa de Febo o traía, ele dá a má notícia ao seu dono. Enfurecido, Febo agride o corvo e o amaldiçoa. De acordo com o Reitor, isto explica porque os corvos são negros e somente podem cantar de forma desagradável.

Conto do Pároco. O Pároco não conta uma história propriamente dita. Na verdade, ele faz um longo sermão sobre a natureza do pecado e os três componentes do perdão: a contrição, a confissão e a satisfação. A narrativa do Pároco dá exemplos dos sete pecados capitais e os explica, e também detalha o que é necessário para a redenção.

(Chaucer termina os contos com uma retratação, pedindo àqueles que se ofenderam com as histórias para culpar a grosseria e falta de educação do autor, pois suas intenções não foram imorais, e também pedindo àqueles que acharam algo louvável nas histórias para darem o crédito a Cristo.)

Veja Também:

  • Artigo sobre Geoffrey Chaucer na Wikipedia.

 

Resumo: David Copperfield (Charles Dickens)

David Copperfield

A história se passa na Inglaterra, no início do século XIX.

David Copperfield é órfão de pai e passa o início da sua infância com sua mãe e a gentil criada Peggotty. Mas, quando sua mãe se casa com o cruel sr. Murdstone, ele é enviado para Salem House, um internato decadente em Londres, onde os meninos são espancados pelo sr. Creekle. Ele faz amizade com Tommy Traddles e o aristocrático James Steerforth.

A mãe de David morre pouco depois de ter um filho do sr. Murdstone. David é retirado da escola e forçado a trabalhar na destilaria de Murdstone. Ele vive com a empobrecida família Micawber, à qual ele se afeiçoa. Quando Micawber é enviado para a prisão dos devedores, David foge do seu trabalho e vai viver com sua indomável tia-avó, srta. Betsy Trotwood. A srta. Trotwood adota David e o envia para a escola do dr. Strong em Canterbury, onde ele progride bastante.

Em Canterbury, David vive com um advogado, sr. Wickfield e sua filha, Agnes. O intrigante contador de Wickfield, Uriah Heep, se aproveita do alcoolismo do advogado para garantir para si uma posição como sócio da firma. David e Agnes se tornam grandes amigos. Quando David conclui a escola do dr. Strong, ele vai trabalhar no escritório de advocacia do sr. Spenlow e do sr. Jorkins, onde ele se apaixona e se torna noivo de Dora Spenlow.

Emily, sobrinha de Peggotty e amiga de infância de David, foge com Steerforth, e o irmão de Peggotty sai em busca dela. A srta. Trotwood é inesperadamente lançada na ruína, e David começa a fazer trabalho extra para ajudá-la. Ele aprende taquigrafia e começa a dar notícias sobre o Parlamento para os jornais, além de também escrever histórias para revistas. Ele se casa com Dora, que se mostra incompetente para trabalhos domésticos. Pouco depois, ele fica chocado ao saber que o sr. Micawber passara a trabalhar como escrevente para Uriah Heep e que este pretende se casar com Agnes.

Dora adoece depois do nascimento do filho deles e morre, juntamente com a criança. Com a ajuda de Martha Endell, David e o sr. Peggotty conseguem localizar Emily: os Peggottys planejam emigrar para a Austrália e começar uma nova vida. Depois de denunciar Uriah Heep como criminoso e farsante – e forçá-lo a fazer reparações por todo o dinheiro do qual ele se apossara – o sr. Micawber também planeja mudar-se com sua família para a Austrália.

Steerforth e Ham – primo de Emily, apaixonado por ela – morrem em um naufrágio. David continua profundamente abatido pela morte de Dora. Ele viaja pelo exterior por vários anos, mas acaba retornando para a Inglaterra, percebendo que amava e sempre tinha amado Agnes Wickfield. Agora um famoso escritor, David se casa com Agnes e os dois vivem felizes daí em diante, bem como seus amigos na Austrália.

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  • Artigo sobre Charles Dickens na Wikipedia.

 

Resumo: Édipo Rei (Sófocles)

Édipo Rei

A cidade de Tebas está sofrendo com uma peste que deixa seus campos e suas mulheres estéreis. Édipo, o rei de Tebas, tinha enviado seu cunhado Creonte para o templo de Apolo para perguntar ao oráculo como acabar com a peste. Creonte retorna com boas notícias. O oráculo dissera que a peste terminará assim que for encontrado o assassino do rei anterior, Laio. Ele também tinha sido o marido anterior de Jocasta antes que ela se casasse com Édipo. Ao ouvir isso, Édipo jura que irá encontrar o assassino e o banirá de Tebas. Ele faz algumas perguntas a Creonte, querendo saber onde Laio tinha sido morto, se havia alguma testemunha do crime e quantos homens haviam participado do assassinato. Creonte responde que Laio tinha sido morto fora da cidade por um bando de ladrões, e a única testemunha era um pastor que ainda vivia próximo dali. Édipo se volta para o Coro (que representa o povo de Tebas) e pergunta se alguém sabe algo mais sobre a morte do rei. O Coro sugere que Édipo consulte Tirésias, o profeta cego. Édipo diz a eles que já tinha mandado chamá-lo.

Quando Tirésias chega, ele parece relutante em responder às perguntas de Édipo, alertando-o que ele não irá querer saber as respostas. Édipo o ameaça de morte, e finalmente Tirésias conta que o próprio Édipo é o assassino, e seu casamento é uma união incestuosa com sua mãe. Édipo toma isto como um insulto e conclui que Creonte pagara Tirésias para dizer estas coisas. Ele também menospreza Tirésias dizendo que ele não era um profeta verdadeiro, pois deveria ter sido capaz de decifrar o enigma da Esfinge, o que apenas ele, Édipo, conseguira. Tirésias retruca que, embora ele não tenha visão, era Édipo quem era cego à verdade. Ele pergunta ao rei de quem ele era filho e o lembra da maldição sobre as cabeças dos seus pais. Ele também profetiza que Édipo deixará Tebas envergonhado. Furioso, Édipo o manda embora e Tirésias sai, repetindo que o assassino de Laio estava diante dele; um homem que era o assassino do próprio pai e marido da própria mãe, e que viera enxergando mas partiria cego.

Creonte chega, perguntando se era verdade que Édipo falsamente o acusara. O Coro tenta apaziguá-lo, mas Édipo entra e o acusa de traição. Os homens discutem até a chegada de Jocasta, a esposa de Édipo. Eles explicam a razão da sua discussão para Jocasta, que pede a Édipo que acredite em Creonte. O Coro também pede a Édipo que seja mais tolerante, e ele cede de má vontade, deixando Creonte partir. Jocasta pergunta a Édipo por que ele estava tão irritado, e ele conta a profecia de Tirésias. Jocasta o acalma, afirmando que os oráculos e profetas são mentirosos, e que pode provar isso com um exemplo pessoal. Há muito tempo, um oráculo dissera a Laio que seu próprio filho iria matá-lo. Para evitar esta desgraça, ele e Jocasta haviam entregue o seu filho pequeno para um pastor, com ordens de levá-lo até as montanhas para morrer, com um espeto perfurando seus tornozelos. No entanto, Laio havia sido morto por ladrões, não pelo seu filho, provando que o oráculo estava errado. Mas um detalhe na história de Jocasta perturba Édipo. Ela tinha dito que Laio morrera num lugar onde três estradas se encontravam. Isto faz com que Édipo se lembre de um incidente do seu passado, quando ele matara um estranho que o insultara num lugar semelhante. Ele pede que Jocasta descreva Laio, e a descrição dela combina com sua memória. Jocasta também afirma que a única testemunha da morte de Laio jurava que ele tinha sido morto por cinco homens. Édipo manda chamar esta testemunha.

Enquanto aguardam o homem chegar, Jocasta pergunta a Édipo por que ele parecia tão abalado. Édipo conta a ela a história do seu passado. Certa vez, quando ele era jovem, um homem que ele havia encontrado dissera que ele não era filho do seu pai. Ele perguntara sobre isso aos seus pais, que tinham negado a história. No entanto, isso o perturbara o bastante para ir até um oráculo em busca da verdade. O oráculo dissera que ele mataria seu pai e se casaria com sua mãe. Isso o assustara tanto que ele deixara sua cidade e jamais retornara. Durante suas viagens, ele se encontrara com um homem pomposo numa encruzilhada e o matara quando ele o ofendera. Édipo receia que o homem que ele havia matado tenha sido Laio. Se isso for verdade, Édipo será banido para sempre de Tebas (pois essa era a punição que ele jurara dar ao assassino de Laio) e de Corinto, sua cidade natal (porque ele temia que a profecia do oráculo se realizasse). Se essa testemunha jurar que os ladrões mataram Laio, então Édipo estará livre, e ele reza para que seja isso o que aconteça. Édipo e Jocasta entram no palácio para esperar pela testemunha.

Jocasta sai do palácio e segue para o templo, onde ela irá rezar por Édipo. Um mensageiro chega de Corinto com a notícia que Políbio, pai de Édipo, está morto. Radiante, Jocasta manda chamar Édipo, contente em ter mais uma prova da inutilidade dos oráculos. Édipo se alegra, mas afirma ainda recear a parte da profecia que dizia que ele se casaria com sua mãe. O mensageiro garante que ele não precisa temer se aproximar de Corinto, uma vez que Mérope, esposa de Políbio, não é sua mãe verdadeira, e o mesmo se aplica a Políbio. Abalado, Édipo pergunta como ele sabe disso. O mensageiro responde que, anos atrás, um homem dera um bebê a ele, e ele o entregara ao rei e à rainha de Corinto, e este bebê era o próprio Édipo. A debilidade dos tornozelos de Édipo é uma prova da sua história, pois os pés do bebê tinham sido perfurados através dos tornozelos. Édipo pergunta ao mensageiro quem tinha dado o bebê a ele e o homem responde que tinha sido um dos servos de Laio. O rei manda seus soldados acharem este homem. O mensageiro sugere que Jocasta deveria ser capaz de ajudar a identificá-lo. Subitamente, Jocasta percebe a horrível verdade e implora a Édipo para que ele suspenda as investigações. Édipo replica que tinha jurado desvendar o mistério e ele o fará. Jocasta corre para dentro do palácio, dando um último adeus para Édipo.

Novamente, Édipo jura que descobrirá este segredo, não importando quão vil seja a resposta. Ele presume que Jocasta esteja envergonhada da sua provável origem humilde. O Coro sente que alguma coisa ruim irá acontecer. Os soldados de Édipo entram, trazendo um velho pastor, que tem medo de responder à perguntas do rei. Finalmente, ele conta a verdade a Édipo. Ele realmente tinha dado um bebê ao mensageiro e este bebê era o filho de Laio, o mesmo que Jocasta e Laio tinham deixado para morrer na montanha por causa da profecia do oráculo.

Finalmente a verdade é revelada e Édipo corre pelo palácio, gritando de desespero. Ele pega uma espada e procura por Jocasta, querendo matá-la. Mas quando Édipo entra no quarto da rainha, ele descobre que ela já tinha se enforcado. Ele toma os broches de ouro com os quais ela tinha afivelado seu vestido e fura seus próprios olhos. Ele sai do palácio novamente, com sangue escorrendo dos seus olhos vazios. Édipo grita que ele, que tinha visto tantas coisas vis, agora jamais enxergará novamente. Ele implora ao Coro que o mate. Creonte entra, tendo ouvido toda a história e pede a Édipo que entre, onde ele não poderá ser visto. Édipo implora a ele para ser permitido que ele deixe a cidade, mas Creonte diz precisar consultar Apolo primeiro. Édipo diz que a punição que ele tinha declarado para o assassino de Laio era o banimento, e Creonte concorda. Antes de partir, no entanto, Édipo se despede das filhas e pede a Creonte que cuide delas. Então Édipo é levado embora e Creonte e as meninas entram novamente no palácio. O Coro, sozinho, lamenta a triste história de Édipo, o maior dos homens, e que caiu tão baixo.

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  • Artigo sobre Sófocles na Wikipedia.

 

Resumo: Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa)

Grande Sertão - Veredas

Riobaldo, fazendeiro do estado de Minas Gerais, conta sua vida de jagunço a um ouvinte não identificado. Trata-se de um monólogo onde a fala do outro interlocutor é apenas sugerida. São histórias de disputas, vinganças, longas viagens, amores e mortes vistas e vividas pelo ex-jagunço nos vários anos que este andou por Minas, Goiás e sul da Bahia. Toda a narração é intercalada por vários momentos de reflexão sobre as coisas e os acontecimentos do sertão. O assunto parece sempre girar na existência ou inexistência do Diabo, já que Riobaldo parece ter vendido sua alma numa certa ocasião.

Riobaldo era um dos jagunços que percorriam o sertão abrindo o caminho à bala. Entre seus companheiros, havia um que muito lhe agradava: Reinaldo, ou Diadorim. Conhecera-o quando menino e mantinha com ele uma relação que muitas vezes passava de uma simples amizade. O jagunço, que admirava e cultivava um terno laço com Diadorim, perturbava-se com toda aquela relação, mas a alimentava com uma pureza que ia contra toda a rudeza do sertão, beirando inclusive o amor e os ciúmes.

Nas longas tramas e aventuras dos jagunços, Riobaldo conhece um dos seus heróis: o chefe Joca Ramiro, verdadeiro mito entre aqueles homens, que logo começa a mostrar certa confiança por ele. Isso dura pouco tempo, já que Riobaldo logo perde seu líder. Joca Ramiro acabou sendo traído e assassinado por um dos seus companheiros, chamado Hermógenes. Riobaldo jura vingança e persegue Hermógenes e seus homens por toda aquela árida região.

Como o medo da morte e uma curiosidade sobre a existência ou não do Diabo tomam cada vez mais conta da alma de Riobaldo, evidencia-se um pacto entre o jagunço e o Príncipe das Trevas, apesar de não explícito. Acontecido ou não o tal pacto, o fato é que Riobaldo começa a mudar à medida que o combate final contra Hermógenes se aproxima. E a crescente raiva do jagunço só é contida por uma relação mais estreita com Diadorim, que já mostra marcas de amor completo.

Segue-se, então, o encontro com Hermógenes e seus homens, e a vingança é enfim saboreada por Riobaldo. Vingança, aliás, que se tornou amarga: Hermógenes mata, durante o combate, o grande amigo Diadorim.

A narrativa termina com uma surpreendente revelação: na hora de lavar o corpo de Diadorim, Riobaldo percebe que o velho amigo de aventuras que sempre lhe cativou de uma forma especial era, na verdade, uma mulher.

Veja Também:

  • Artigo sobre Guimarães Rosa na Wikipedia.

 

Resumo: Fidelio (Joseph Sonnleithner / Ludwig van Beethoven)

Fidelio

A história se passa na Espanha, perto de Sevilha, no fim do século XVIII.

No pátio da prisão onde vive, a jovem Marzelline sonha em se casar com o novo empregado, Fidelio. Ela conta com a aprovação do seu pai, Rocco, o carcereiro da prisão. No entanto, “Fidelio” é na verdade Leonore, disfarçada de homem para libertar o marido, Florestan, que fora preso injustamente.

O governador da prisão, Don Pizarro, planeja matar Florestan e ordena a Rocco que cave uma sepultura para ele na masmorra. Horrorizada, Leonore afirma sua fé no amor conjugal e convence Rocco a desobedecer Pizarro, deixando que os presos cheguem ao pátio. Todos eles, exceto Florestan, reveem assim a luz do dia e sentem o gosto da liberdade. Furioso, Pizarro ordena que todos retornem às suas celas.

Confinado na masmorra, Florestan imagina sua libertação por um anjo. Chegam Rocco e “Fidelio” para cavar seu túmulo. Quando Pizarro faz menção de matá-lo, “Fidelio” revela sua verdadeira identidade.

Subitamente, chega o ministro Don Fernando, velho amigo de Florestan, e imediatamente toma atitudes que salvam a situação. Ele ordena a libertação dos prisioneiros e a detenção de Pizarro. Don Fernando se surpreende ao rever Florestan, que julgava morto. Marzelline também se espanta ao descobrir que seu amado “Fidelio” é a esposa de Florestan. Enquanto Pizarro é levado para ser executado, Leonore exalta a coragem que o amor lhe infundiu para libertar o marido.

Veja Também:

  • Artigo sobre Joseph Sonnleithner na Wikipedia.
  • Artigo sobre Ludwig van Beethoven na Wikipedia.

Resumo: O Homem Nu (Fernando Sabino)

O Homem Nu

A história começa com um homem conversando com sua mulher em casa, e pedindo para que ela não abra a porta, caso toquem a campainha. A razão é que ele está aguardando o cobrador da geladeira, mas ele esqueceu de tirar o dinheiro do banco. Assim, se eles fingirem que não estão em casa, o cobrador voltará no dia seguinte, e o homem irá pagá-lo, pois já terá o dinheiro em mãos. Mesmo a contragosto, a esposa concorda.

O homem tira sua roupa e se prepara para tomar banho, mas sua esposa entrou no banheiro antes. Enquanto aguarda ela sair, ele decide fazer um café e pegar o embrulho de pão que está do lado de fora da porta. Ao sair para pegar o pão a porta se fecha com o vento, e o homem se vê nu no corredor.

Ele tenta chamar a esposa, tocando a campainha e batendo na porta da forma mais discreta possível, mas ela não abre, pois pensa que é o cobrador. Quando ele começa a insistir, ele ouve passos na escada. Para não ser visto, ele se refugia no elevador, que estava parado no andar. Enquanto a pessoa passa pela escada, a porta do elevador se fecha e ele começa a descer. Em pânico, ele trava a porta do elevador e consegue fazer com que ele suba de volta para seu andar sem que ninguém entre.

Voltando ao seu apartamento, ele começa a esmurrar a porta e chamar a esposa. Uma vizinha idosa abre a porta, se assusta ao vê-lo. Ele se cobre com o embrulho de pão. Sem reconhecê-lo, ela fecha a porta e começa a chamar por socorro, gritando que o padeiro está nu. Outras pessoas abrem a porta, inclusive sua esposa, atraída pelo tumulto. Ele se refugia em casa e veste uma roupa, esquecendo o banho. Em pouco tempo, batem na sua porta. Ele abre, pensando que é a polícia, mas é o cobrador que ele queria evitar.

Veja Também:

  • Artigo sobre Fernando Sabino na Wikipedia.