Resumo: As Crônicas Marcianas (Ray Bradbury)

As Crônicas Marcianas

“As Crônicas Marcianas” são diversas histórias interligadas, de tamanho variado, que narram as aventuras da exploração terrestre em Marte, entre 1999 e 2026. As histórias são:

  • O Verão do Foguete / Ylla. Uma mulher marciana sonha com um foguete descendo do céu, contendo uma criatura de pele clara e olhos azuis, chamada Nathaniel York. Seu marido se cansa do falatório da mulher e, quando o foguete pousa, ele atira nos homens.
  • A Noite de Verão / Os Homens da Terra. Por todo o planeta Marte, as pessoas começam a murmurar melodias da Terra e têm sonhos estranhos. Quando um segundo foguete aterriza, os astronautas saem para explorar o lugar. Eles encontram marcianos e dizem que são terrestres, mas todos acham que eles são dementes e que materializaram seu foguete como parte das suas alucinações. Os astronautas acabam sendo mortos a tiros por um psiquiatra.
  • O Contribuinte / A Terceira Expedição. Um contribuinte enlouquecido tenta embarcar no terceiro foguete para Marte, mas é impedido. Quando o foguete pousa, os astronautas se veem numa pequena cidade americana ideal. Eles encontram seus parentes mortos e se separam para jantar com pais e irmãos perdidos. O capitão John Black vai para a cama próximo ao seu irmão morto há tantos anos, apenas para notar que talvez isso tudo seja uma armadilha marciana. Seu “irmão” o mata antes que ele consiga sair do quarto, e o mesmo acontece com toda a sua tripulação.
  • …E a Lua Continua tão Brilhante. Um ano depois, aterriza a quarta expedição, que é bem sucedida. Quase todos os marcianos morreram de gripe, aparentemente contraída de uma das expedições anteriores. O capitão Wilder deixa seus homens cantarem e dançarem, mas isso enfurece o arqueólogo da expedição, Jeff Spender. Spender se sente humilhado pela grande civilização marciana e quer que o resto da tripulação se comporte dignamente. Ele enlouquece e tenta matar seus colegas. Wilder discute com ele e é um tanto compreensivo sobre o seu ponto de vista, mas, no final, tem que matá-lo a tiros.
  • Os Colonizadores / A Manhã Verde. Começam a chegar colonos a Marte, atraídos pela promessa de trabalho. O trabalho de Benjamin Driscoll é plantar árvores. Uma manhã, depois que finalmente chove, ele se vira para trás e vê que a paisagem outrora arenosa e desolada está agora coberta de verde.
  • Os Gafanhotos / Encontro Noturno. Outro colono, Tomás Gomez, passa por uma experiência ainda mais estranha quando, no meio do nada, ele se encontra com um marciano. Eles não podem se tocar, pois aparentemente existem em diferentes planos temporais.
  • A Praia / Os Balões de Fogo. O Padre Peregrine descobre que os misteriosos “balões azuis” que parecem ajudar os terrestres em perigo de morte são uma forma de vida marciana avançada. Ele discute com o padre Stone se Cristo pode assumir diferentes formas físicas.
  • Intermédio / Os Músicos. Os primeiros colonos são rudes, mas eles erguem igrejas nas pequenas vilas, exatamente como nas cidades americanas. Às vezes, suas crianças escapolem até as ruínas marcianas, onde incontáveis carcaças ainda estão sendo removidas. Eles cantam músicas e brincam com os ossos marcianos.
  • Um Caminho no Meio do Ar. Na Terra, todos os negros do Sul dos Estados Unidos se juntaram para emigrar para Marte. Enquanto eles caminham num desfile de partida através de uma cidade, um branco racista, o sr. Teece, tenta impedi-los de embarcar, mas eles se juntam para pagar todas as dívidas. O racista chora de raiva e sente-se perdido sem eles.
  • A Escolha dos Nomes / Os Velhos / O Marciano. Eventualmente, Marte é invadida por aposentados. Um casal sente falta de seu filho morto, até que um dia Tom aparece no seu alpendre. Na verdade, ele é um marciano que muda de forma de acordo com os desejos daqueles ao seu redor, e, quando vai à cidade, muitas pessoas brigam por causa dele, cada um pensando que ele é uma pessoa diferente.
  • A Loja de Malas / Fora de Temporada. Chegam notícias da Terra, dizendo que a guerra atômica é iminente. Sam Parkhill, um ex-membro da expedição do capitão Wilder, está orgulhoso da barraca de cachorros-quentes que ele acabou de abrir. Subitamente, alguns marcianos se aproximam dele, mas ele os mata. Finalmente, ele é subjugado. Os marcianos doam a ele documentos de posse dos terrenos de metade de Marte. Sam fica deslumbrado até a noite, quando ele vê a Terra explodir em chamas.
  • Os Observadores. Por todo o planeta, as pessoas observam o céu e chega um sinal de rádio a Marte dizendo “voltem para casa”. O planeta é evacuado.
  • As Cidades Silenciosas. Um homem chamado Walter Gripp, que vive nas montanhas, é deixado para trás. Ele busca desesperadamente por uma mulher para fazer-lhe companhia mas, quando encontra Genevieve Selsor, ela é insuportável.
  • Os Longos Anos. Passam-se vinte anos e um homem chamado Hathaway vive com sua família num abrigo em Marte, esperando pelo resgate. Finalmente, um foguete pousa. É o capitão Wilder, retornando de uma viagem de exploração a Júpiter e Plutão. Ele não compreende por quê a família de Hathaway não envelheceu. Quando finalmente Hathaway morre de ataque cardíaco, Wilder descobre que eles são robôs.
  • Chegarão Chuvas Suaves. Na Terra, uma casa totalmente automática está morrendo. Seus moradores morreram muito tempo antes, na guerra nuclear, mas a casa continuou se limpando e tocando música todos os dias. Uma árvore cai e desencadeia um incêndio na casa.
  • O Piquenique de Um Milhão de Anos. Uma família pousa em Marte, fugindo da desolação da Terra. O pai diz a seus filhos que agora eles são marcianos. Logo chegará outra família, com meninas. O pai está feliz por ter abandonado as tolices e a estupidez da Terra.

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Resumo: A Dama de Espadas (Aleksandr Puchkin)

A Dama de Espadas

A história se passa na Rússia, no início do século XIX

Hermann, um engenheiro alemão que trabalhava no exército russo, era um fanático jogador de cartas. Ele ouve falar sobre a extraordinária sorte de uma idosa condessa, que enriquecera no jogo após tirar três cartas vencedoras sucessivas. Hermann reflete muito a respeito e conclui que isso era tão improvável que a condessa deveria ter usado algum sistema secreto. Ele se torna tão obcecado em descobrir este segredo das três cartas que manipula Lizaveta Ivanovna, criada da condessa, para deixá-lo entrar na casa da velha senhora e interrogá-la pessoalmente.

Ao chegar na casa, Hermann pressiona a condessa impiedosamente. No início, ela nega ter algum segredo, dizendo que tudo não passava de uma brincadeira. Sem acreditar nela um instante, Hermann modifica sua tática, passando dos pedidos para as ameaças. Para assustá-la, ele aponta uma arma descarregada para a condessa, exigindo que ela revele o segredo. Apavorada, ela tem um ataque cardíaco fulminante e morre sem nada dizer.

Mais tarde, Hermann comparece ao funeral da condessa. Ele fica aterrorizado ao ver o cadáver abrir os olhos e fixar o olhar nele. Hermann corre para sua casa e se esconde, apavorado.

Naquela noite, Hermann é visitado pelo fantasma da condessa. Ela diz que voltou para revelar seu segredo, que custou sua vida. O fantasma ordena que Hermann se case com Lizaveta, dá as regras para a aposta funcionar e diz que as três cartas a serem jogadas devem ser o três, o sete e o ás. Depois disso, o fantasma desaparece.

No dia seguinte, Hermann aposta todas as suas economias num jogo de cartas. Nas duas primeiras rodadas, saem o três e o sete, e ele ganha uma grande fortuna. Hermann aposta tudo o que tem e o que ganhara na última aposta e joga a última carta. No entanto, ao invés do ás, ele saca a dama de espadas, e perde tudo. Ao contemplar a carta fatal, Hermann vê com horror o rosto da dama ser substituído pelo da condessa, que pisca o olho para ele.

Hermann acaba internado na cela 17 do hospício da cidade, na qual ele passa o tempo todo repetindo rapidamente os números das cartas fatais.

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Resumo: O Espião que Veio do Frio (John Le Carré)

O Espião que Veio do Frio

A história se passa na Europa, durante a Guerra Fria.

O escritório do Circo em Berlim Oriental, sob o comando do oficial de inteligência Alec Leamas, estava tendo um péssimo desempenho. A gota d’água foi o assassinato de Karl Riemeck, o último e melhor dos agentes duplos, morto logo antes da sua fuga para Berlim Ocidental pelos agentes alemães orientais comandados pelo lendário Mundt.

Com toda a sua rede de espionagem na Alemanha Oriental destruída por Mundt, Leamas cai em desgraça e o Controle o chama de volta para o Circo em Londres. Depois de algum tempo, ele recebe uma última chance de se redimir. Sua missão será se passar para o outro lado e fornecer informações falsas para os alemães orientais, que implicam Mundt como um agente duplo britânico. Isso irá reforçar as suspeitas de Fiedler, o assistente de Mundt, e fará com que a Abteilung mate Mundt. O Controle afirma a Leamas que Fiedler é a melhor pessoa para derrubar Mundt. Goerge Smiley e seu antigo assistente, Peter Guillam, preparam Leamas para sua missão. O Controle informa Leamas que Smiley não retornara à ativa devido a escrúpulos morais sobre operações antiéticas do Circo.

Para fazer com que os alemães orientais o considerem pronto para uma deserção, o Circo articula sua decadência. Leamas é afastado do serviço com uma pensão insuficiente, acompanhado de rumores sobre ter sido apanhado desviando dinheiro. Ele consegue um emprego miserável numa pequena biblioteca local, mas é demitido por beber durante o expediente. Na biblioteca, ele trabalha com Liz Gold, uma jovem judia altruísta, que também é a secretária da sua célula local do Partido Comunista britânico. Apesar da atuação política dela, os dois se apaixonam e criam um relacionamento. Antes de imergir definitivamente no esquema do Controle, Leamas se despede de Liz e faz com que ela prometa que não irá procurar por ele em nenhuma circunstância. Leamas também pede que o Controle deixe Liz em paz; o Controle concorda. Então, como planejado, Leamas assalta uma loja e é preso.

Depois da prisão, um agente da Alemanha Oriental recruta Leamas. Ele é levado para o exterior; primeiramente para a Holanda, depois para a Alemanha Oriental. No caminho, ele se encontra com membros do alto escalão da Stasi, o Serviço de Inteligência alemão oriental. Durante esse processo, Leamas faz insinuações que indicam pagamentos britânicos para um agente duplo na Stasi, ao mesmo tempo em que finge não ver as implicações. Enquanto isso, na Inglaterra, George Smiley e Peter Guillam aparecem no apartamento de Liz Gold, declarando serem amigos de Alec. Eles fazem perguntas sobre Leamas e oferecem ajuda financeira a ela.

Na Alemanha Oriental, Leamas se encontra com Fiedler. Eles têm muitas conversas numa cabana na floresta, nas quais Fiedler busca provas conclusivas contra Mundt e se envolve em discussões ideológicas e filosóficas com o pragmático Leamas. Na avaliação de Leamas, Fiedler parece contente em viver na sombra de Mundt, apesar de ser jovem e brilhante. Ele simpatiza com Fiedler e suas atitudes; um judeu que vivera no Canadá durante a Segunda Guerra Mundial e um comunista idealista que leva em conta o aspecto moral dos seus atos. Por outro lado, Leamas vê Mundt como um mercenário brutal e oportunista, que era um nazista até 1945, se juntara aos comunistas simplesmente porque eles eram os os novos chefes, e que continuava a ser um antissemita. Leamas acha que ajudar Fiedler a destruir Mundt é uma ação valiosa. Enquanto isso, Liz Gold é convidada a ir à Alemanha Oriental para um intercâmbio de informações entre os Partidos Comunistas.

A luta mortal pelo poder na Abteilung explode abertamente quando Mundt ordena que Fiedler e Leamas sejam presos e torturados. No entanto, os líderes comunistas alemães intervêm, pois Fiedler tinha pedido a prisão de Mundt no mesmo dia em que ele mandara prender Fiedler e Leamas. Eles são libertados, e Fiedler e Mundt são convocados para apresentar seus casos num tribunal secreto, na cidade de Görlitz.

No julgamento, Leamas apresenta registros de pagamentos numa conta bancária secreta, que Fiedler associa aos movimentos de Mundt. Fiedler também demonstra que o agente Karl Riemeck passara a Leamas informações as quais ele não tinha acesso formal, mas que eram do conhecimento de Mundt. Fiedler apresenta ao tribunal várias outras provas de que Mundt era um agente duplo britânico, afirmando que ele tinha sido capturado na Inglaterra, e que sua fuga fora autorizada somente quando ele aceitara trabalhar para os britânicos.

O advogado de Mundt chama uma testemunha surpresa para a defesa: Liz Gold, que sabia nada sobre o julgamento. Embora não queira testemunhar contra Alec Leamas, ela admite que George Smiley tinha pago o aluguel do seu apartamento depois de visitá-la; que ela tinha prometido a Leamas não procurar por ele quando ele desapareceu; e que ele tinha se despedido dela na véspera do assalto à loja. Percebendo que a operação estava exposta, Leamas se oferece para contar tudo à Stasi, em troca da liberdade de Liz. Ele confessa que o Controle o tinha recrutado para incriminar Mundt e que Fiedler nada sabia sobre deste plano. No entanto, o tribunal zomba dele. Durante a acareação, Fiedler pergunta a Mundt como ele sabia que alguém estava pagando o aluguel de Liz, já que ela nunca diria isso a ninguém. Mundt hesita antes de responder; o tribunal interrompe o julgamento e prende Fiedler. Finalmente, Leamas compreende a verdadeira natureza da operação do Controle e de Smiley.

Liz é mandada para uma cela, mas Mundt a coloca num carro com Leamas ao volante. Eles rumam para Berlim, onde uma rota de fuga para Berlim Ocidental está preparada. Durante a viagem, Leamas explica a operação a ela, inclusive as partes que ele compreendera apenas depois do julgamento. Os falsos pagamentos bancários eram reais, e Mundt era de fato um agente duplo britânico que se reportava a Smiley e Guillam. A operação era contra Fiedler, não Mundt, como Leamas fora levado a acreditar, porque Fiedler estava prestes a desmascarar Mundt. Como Fiedler era poderoso demais para Mundt eliminá-lo sozinho, o Controle e Smiley o tinham ajudado. Tudo tinha sido planejado, inclusive colocar Leamas e Liz no mesmo local de trabalho. Ao se apaixonarem, eles apenas tinham tornado as coisas mais fáceis. Liz fica horrorizada ao constatar que o Serviço Secreto britânico planejara a derrocada de Fiedler, um homem inteligente e compreensivo, para proteger o desprezível Mundt. Ela pergunta a Leamas qual será o destino de Fiedler; ele responde que Fiedler provavelmente será fuzilado.

Apesar do seu choque moral, Liz acompanha Leamas até a brecha do arame farpado em frente ao Muro de Berlim, o qual eles precisarão escalar para fugir da Alemanha Oriental. Leamas sobe primeiro e, quando ele está puxando Liz, holofotes se acendem do lado oriental e ouvem-se tiros. Liz é atingida e escorrega para o chão. Do lado ocidental do Muro, Leamas ouve Smiley chamando por ele e pedindo que ele salte. Vendo Liz morta, Leamas desce novamente o Muro do lado oriental, para estar perto dela. Os guardas da fronteira atiram nele e o matam.

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Resumo: Fogo Morto (José Lins do Rego)

Fogo Morto

Parte 1 – O Mestre José Amaro

Seleiro renomado da região, Mestre José Amaro vive nas terras pertencentes ao Seu Lula. A dedicação do homem ao ofício consome a saúde, conferindo-lhe um aspecto doentio. Mora inicialmente com a filha Marta, uma solteirona que acaba enlouquecendo, e com a mulher, Sinhá.

José Amaro reside na beira da estrada, localização que favorece o contato com vários personagens que passam pelo caminho. Entre as principais figuras com as quais desenvolve suas conversas estão o Capitão Vitorino Carneiro da Cunha, de quem se apieda pelo modo como é tratado pelo povo da região; o cego Torquato e Alípio, mensageiros do Capitão Antônio Silvino, cangaceiro temido da região. O mestre admira e respeita o cangaceiro, por considerá-lo o vingador dos pobres e explorados.

Em certo momento, Marta tem um forte ataque de convulsão nervosa e José Amaro a espanca no intuito de curá-la. Em virtude de seu semblante doentio e da insônia, que o leva a vagar pelas madrugadas nas ermas estradas da região, José Amaro é amaldiçoado pelo povo, que o acusa de ser um lobisomem. Homem orgulhoso, que sempre se gabava de trabalhar apenas para quem lhe aprouvesse, o mestre se indispõe com o dono da terra em que vivia, de onde acaba sendo expulso.

A tragédia do personagem se completa com a internação da filha, que enlouquece, e com a fuga da mulher, que teme sua figura doentia e vai aos poucos acreditando nas histórias do povo, até enxergar no marido a figura maldita do lobisomem.

Entregue à própria sorte, José Amaro é preso e humilhado pela tropa do Tenente Maurício, acusado de colaborar com o Capitão Antônio Silvino. Perdido irremediavelmente o orgulho, único bem que possuía, o mestre se suicida.

Parte 2 – O Engenho do Seu Lula

Para contar a história do personagem Luís César de Holanda Chacon (Seu Lula), o narrador promove um recuo temporal rumo à época da construção do Engenho de Santa Fé. O fundador do engenho fora o capitão Tomás Cabral de Melo, que chegou à região, um sítio próximo ao engenho Santa Rosa, e criou um dos maiores engenhos do local, conquistando o respeito e a admiração de todos.

Homem sério e trabalhador, o capitão trouxera para a região gado de primeira ordem, escravos e a família. Construído seu imenso patrimônio, faltava a ele uma única realização: casar a filha – que tocava piano e havia estudado no Recife – com um homem digno de sua educação. Rejeitando todos os pretendentes da região, por não terem os requisitos necessários, o capitão começa a se preocupar com a idade da filha e com sua condição de solteira.

É quando chega de Pernambuco o filho de Antônio Chacon, homem de coragem e muito admirado pelo capitão. O nome do rapaz é Luís César de Holanda Chacon. Fino e estudado, é considerado pelo capitão Tomás um ótimo partido para a filha e para suas ambições.

Depois de casado, o capitão percebe que o genro não se interessa pelo trabalho do engenho e passa a considerá-lo um leseira (pessoa tola ou preguiçosa) para os negócios. Após a morte do capitão, essas suspeitas se confirmam. Seu Lula, como passou a ser chamado, mostra-se um senhor de engenho autoritário, que impõe severos castigos aos escravos e lidera sua família e o engenho sem o talento nem o trabalho do capitão Tomás. Dessa forma, o engenho entra em decadência e, após a abolição da escravatura, os escravos debandam e o engenho deixa de produzir açúcar (torna-se “fogo morto”).

Comandando tudo de forma autoritária, Seu Lula proíbe sua filha Neném de namorar um moço de origem humilde e a moça acaba virando motivo de chacota na cidade. Após um ataque epilético, Seu Lula passa a se entregar à religião sob influência do negro Floripes. Por fim, acaba gastando todo o dinheiro que havia recebido de seu sogro como herança.

Parte 3 – O Capitão Vitorino

Capitão Vitorino é uma personagem que perambula pelas estradas, como um cavaleiro errante, ostentando um poder e uma dignidade que está longe de possuir, sendo uma paródia de Dom Quixote de La Mancha. O capitão vive, assim como Mestre José Amaro e Seu Lula, em uma realidade muito diferente da que tenta aparentar.

Certo dia, o capitão Antônio Silvino invade o engenho Santa Fé após saquear a cidade do Pilar. Ao tentar defender o engenho, Capitão Vitorino é agredido. Porém, ele é salvo com a intervenção de José Paulino. Com a chegada da polícia, todos são presos. Após ser liberado, Vitorino pensa em seguir carreira política na região.

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Resumo: O Guarani (José de Alencar)

O Guarani

No início do século XVII, um dos fundadores do Rio de Janeiro, o fidalgo português D. Antônio de Mariz, em protesto contra a dominação espanhola sobre Portugal, estabelece-se em plena floresta, construindo um verdadeiro solar medieval junto a um rochedo inexpugnável. Vive com sua mulher, o filho, D. Diogo, a filha, Cecília e uma mestiça, Isabel, apresentada como sobrinha, mas que na realidade é sua filha natural. Junto à casa dos Mariz, vive um bando de mais ou menos quarenta aventureiros. Estes homens entram no sertão, fazendo o contrabando de ouro e pedras preciosas e deixando um percentual para D. Antônio.

Logo em seguida à chegada da nobre família portuguesa, um jovem e hercúleo cacique, Peri, salva Cecília de enorme pedra prestes a desabar sobre ela. Ao receber o agradecimento dos brancos pelo gesto, (exceto da mulher de D. Antônio, que abomina índios), Peri abandona sua tribo e passa a viver junto a eles, numa pequena choupana. Desta maneira, o indígena confirma uma visão que tivera com Nossa Senhora, a qual lhe ordenara que a servisse. E Cecília (a quem Peri chama de Ceci) tinha as mesmas feições da Virgem Maria. Era a ela, portanto, que o índio devia obediência e proteção.

Em princípio, Ceci manifesta um pouco de medo e repugnância pelo guarani. Este, entre outras façanhas, captura uma onça viva para mostrá-la a sua senhora. Também desce ao fundo de um penhasco, tomado por répteis e cascavéis, para apanhar um estojo com uma joia da heroína. Apoiada pelo pai, que percebera a nobreza do índio, a jovem começa a simpatizar com seu estranho protetor.

Entre os aventureiros que vivem sob a égide dos Mariz, dois merecem destaque. Álvaro de Sá, rapaz de impulsos nobres e gestos superiores e que ama respeitosamente Ceci, embora, por seu turno, seja amado por Isabel. E o antigo frade carmelita, Angelo di Lucca – hoje Loredano – que abandonara o hábito depois de se apossar de um mapa de riquíssimas minas de prata, pertencente a um moribundo. Homem cruel e decidido, quer possuir Ceci, pela qual professa um desejo animalesco, antes de alcançar as hipotéticas minas.

Simultaneamente, por um terrível equívoco, D. Diogo, o filho de D. Antônio, mata a filha do cacique dos aimorés, pensando se tratar de um animal. Os aimorés querem vingança, exigindo em troca a vida da doce Ceci.

Peri revela então a extensão de sua fidelidade aos portugueses. À medida que centenas de aimorés iniciam o cerco final ao casarão, o herói, desobedecendo à sua “senhora”, parte para o acampamento dos inimigos e após derrubar vários deles, é preso e levado para o ritual antropofágico. Na hora da cerimônia, ingere poderosa dose de curare, um veneno terrível. Assim, quando os selvagens o devorassem, morreriam todos. Desta forma, Peri propõe o genocídio dos índios para que os brancos continuassem a viver livremente.

No entanto, quando o veneno já corrói as entranhas do bravo guerreiro, Álvaro de Sá irrompe de surpresa no acampamento, com alguns amigos, e o resgata. Peri volta para Ceci mais morto do que vivo, mas a heroína do romance, já se sentido afetivamente ligada ao índio, exige que ele tente se salvar. Cambaleante, Peri vaga pela floresta até encontrar o antídoto para o curare.

Quanto ao pérfido ex-padre Loredano acaba sendo desmascarado por Peri, do mesmo modo que os seus principais asseclas. No final da narrativa, por causa de seus crimes e de sua monstruosidade moral, arderá em uma fogueira.

O cerco dos aimorés torna-se cada vez mais terrível. Álvaro morre ao buscar víveres na floresta, confessando antes à Isabel que lhe retribuía a paixão. Peri consegue recuperar o corpo do rapaz. Desesperada, Isabel pede que o índio o deposite em seu quarto. Depois, fecha todas as frestas do quarto e asfixia-se com a fumaça de resinas aromáticas, morrendo por amor.

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Resumo: Heidi (Johanna Spyri)

Heidi

Heidi é uma menina órfã de seis anos de idade, que é criada por tia Dete em Mayenfeld, na Suíça. Para conseguir um emprego em Frankfurt, Dete leva Heidi até o avô dela, que há anos tinha desavenças com os aldeões e vivia recluso nas montanhas. Isso tinha lhe dado o apelido de “vovô dos Alpes”. No início, ele se ressente da chegada de Heidi, mas a menina consegue penetrar no seu duro exterior, e acaba tendo um delicioso período de convivência com ele e com seu melhor amigo, o jovem pastor de cabras, Peter.

Dete volta três anos depois para levar Heidi para Frankfurt como companhia para uma menina inválida de doze anos, chamada Clara Sesemann. Heidi passa um ano com Clara, tendo repetidos confrontos com a severa governanta da casa, Srta. Rottenmeier, e ficando cada vez mais saudosa de casa. Sua única diversão é aprender a ler e escrever, motivada pelo seu desejo de ir para casa e ler para a avó cega de Peter. A saúde cada vez mais precária de Heidi e vários episódios de sonambulismo fazem com que o médico de Clara a mande de volta para a casa do seu avô. A chegada de Heidi faz com que o avô dela desça até a aldeia pela primeira vez em muitos anos, marcando o fim da sua reclusão.

Heidi e Clara continuam a se corresponder. Uma visita do médico a Heidi e seu avô o convencem a recomendar que Clara viaje para visitar Heidi. Enquanto isso, Heidi ensina Peter a ler e escrever. Clara chega meses mais tarde e passa um verão maravilhoso com Heidi. Clara se fortalece com o ar puro da montanha e com o leite de cabra. Peter fica com ciúmes de Clara e destrói a cadeira de rodas dela, empurrando-a montanha abaixo. Sem sua cadeira de rodas, Clara tenta caminhar e, aos poucos, consegue. O pai e a avó de Clara ficam surpresos e extremamente felizes ao ver Clara andando. A rica família de Clara promete cuidar de Heidi, caso o avô dela não consiga mais fazê-lo.

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Resumo: O Idiota (Fiódor Dostoiévski)

O Idiota

Parte 1

A história se passa na Rússia, no final do século XIX.

O príncipe Lyov Nikolayevitch Myshkin retorna à Rússia depois de uma longa ausência. Ele sofre de epilepsia e sofre convulsões frequentemente, embora elas tenham sido tratadas com um certo sucesso na Suíça pelo Dr. Schneider. Ele e sua prima, Lizaveta Prokofyevna, são os últimos descendentes da família Myshkin. Lizaveta é casada com o general Ivan Fyodorovitch Epanchin e é mãe de Adelaida, Alexandra e Aglaia.

No trem para São Petersburgo, Myshkin faz amizade com o quase-advogado Lebedyev e com o sombrio e apaixonado Rogozhin. Ele fala ao príncipe sobre sua paixão por Nastasya Filippovna, uma bela e sofrida mulher de reputação duvidosa, tendo sido outrora mantida como concubina pelo rico Afanasy Ivanovitch Ferdyshenko. Recentemente, ele e o general Epanchin vêm tentando casá-la com Gavril Ardalionovich, conhecido como Ganya.

Ao chegar em São Petersburgo, Myshkin vai até a casa dos Epanchin. Ele descobre que Ganya, um jovem carreirista que é secretário do general, deseja se casar com Nastasya por causa do seu dote de 75 mil rublos. O príncipe sente uma vontade irresistível de conhecê-la depois de ouvir falar tanto sobre ela e de ver seu retrato no escritório do general. Myshkin encontra suas sobrinhas e as impressiona com histórias sobre que conhecera durante sua convalescença que sofrera profundamente e sobre uma execução. Myshkin diz a Adelaida para fazer uma pintura retratando um condenado no momento antes da sua execução.

No dia da sua padroeira, Nastasya dá uma festa, a qual Myshkin comparece. Depois de conhecê-la e dizer que ela era a própria perfeição, Myshkin entra na sala de estar e encontra um grande grupo de pessoas, entre as quais se encontram o general Epanchin, Ferdyshenko e Darya. Durante esta ocasião constrangedora, Rogozhin chega embriagado, acompanhado de um grupo escandaloso. Ele oferece cem mil rublos à bela Nastasya para que ela o acompanhe aos seus destinos em comum. Ela pega o dinheiro e o lança ao fogo. Ganya retira o dinheiro do fogo apressadamente e o guarda consigo, mostrando sua ganância. No entanto, Ganya não a agrada, pois ele ameaçara desmaiar ao ver as notas queimadas. O príncipe percebe o desespero de Nastasya e a pede em casamento, para salvá-la da situação em que ela se encontra. Ao ouvir que Myshkin é o herdeiro de uma grande fortuna, ela aceita. Entretanto, talvez por acreditar que a oferta do príncipe fora feita apenas por piedade, ou por achar que não valia o amor dele, ela foge com Rogozhin. Myshkin tenta sem sucesso perseguir a carruagem dos fugitivos.

Parte 2

Ao retornar a São Petersburgo vindo de Moscou, Myshkin vai em busca de Nastasya e encontra Rogozhin. Rogozhin diz que Nastasya ama o príncipe, mas o deixara por sentir que ela o destruirá. Mais tarde, depois de declarar sua amizade a Myshkin, Rogozhin tenta matá-lo com uma faca. Devido à tensão do momento, Myshkin sofre um ataque epilético e Rogozhin não consuma seu ato. Mais tarde, o príncipe perdoa Rogozhin.

Com o passar do tempo, Myshkin se aproxima cada vez mais de Aglaia, uma das filhas do general. Os atos de Nastasya culminam num confronto entre as duas mulheres na casa de Darya Aliexeyevna. Aglaia tenta suplantar Nastasya, mas ela garante que Myshkin será sempre dela. Vendo que Myshkin aceita esta declaração sem discutir, Aglaia tem um ataque histérico e foge correndo da casa. Antes que Myshkin possa ir atrás dela, Nastasya desmaia nos braços dele.

Myshkin faz preparativos para se casar com Nastasya, temendo que ela volte para Rogozhin. No entanto, no dia do casamento, Nastasya volta a fugir com Rogozhin, e o príncipe novamente os persegue. Voltando a São Petersburgo, Myshkin encontra Rogozhin, que o leva até seus aposentos, onde jaz o corpo de Nastasya, finalmente morta por ele. Os dois ficam juntos do lado de fora do quarto onde está Nastasya, Rogozhin num transe histérico e Myshkin consolando-o, como se ele fosse uma criança. Finalmente, a polícia arromba a porta e, junto com várias pessoas, invade os aposentos de Rogozhin, se deparando com aquela horrível cena.

A história termina com a visita de Lizaveta e as duas filhas mais velhas do general Epanchin ao convalescente príncipe Myshkin, que sofrera um total colapso nervoso e se tornara novamente um “idiota”.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Fiódor Dostoiévski na Wikipedia.

 

Resumo: Lúcio Silla (Giovanni di Gamerra / Wolfgang Amadeus Mozart)

Lúcio Silla

A história se passa em Roma, em 79 a.C.

O senador Cecílio volta a Roma do exílio e sabe pelo amigo Cinna que sua noiva, Júnia, recebeu ordem de viver no palácio do ditador Lúcio Silla, onde é cortejada pelo déspota. A irmã de Silla, Célia, o exorta a tratar bem Júnia, mas o brutal assessor dele, Anfídio, o aconselha a possuí-la à força. Júnia odeia Silla, o assassino do seu pai, e o rejeita. Ao saber que ela visita diariamente o túmulo do pai, Cecílio vai ao seu encontro e reza com outros romanos pelo fim de Lúcio Silla.

Cinna sugere a Júnia que se case com Lúcio Silla para matá-lo, mas ela recusa. Silla propõe casamento a Júnia, dizendo que sua união porá fim ao conflito civil que põe em risco a desagregada República romana. Cecílio reitera seu amor por Júnia. Então, ele ameaça Lúcio Silla com uma espada e é preso.

Desesperado, Cinna implora à noiva, Célia, que aplaque a fúria do seu irmão ditador. Cecílio aguarda a morte na prisão, e Júnia jura morrer ao seu lado. Mas, inesperadamente, Silla perdoa a todos, do alto da escadaria do Capitólio, libertando Cecílio e permitindo sua união com Júnia. Embora Cinna confesse seu ódio por Silla, o governante o perdoa e aprova seu casamento com Célia. Por fim, anunciando que passará a viver como um cidadão romano comum, Lúcio Silla abdica, enchendo a cidade de alegria.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Giovanni di Gamerra na Wikipedia.
  • Artigo link externo sobre Wolfgang Amadeus Mozart na Wikipedia.

 

Resumo: A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo)

A Moreninha

Os estudantes de Medicina Augusto, Leopoldo e Fabrício estavam conversando, quando Filipe chegou e os convidou para passar um fim de semana na casa de sua avó, na ilha de Paquetá. Todos ficaram empolgados, menos Augusto. Filipe comentou a respeito de suas primas e de sua irmã, que provavelmente estariam na ilha. Foi quando surgiu uma discussão que deu origem a uma aposta. Filipe desafiou Augusto, dizendo que, se ele não se apaixonasse por uma das moças ali presentes no prazo de um mês, seria obrigado a escrever um romance sobre sua história.

Passaram-se quatro dias. Augusto recebeu uma carta, que lhe foi entregue por seu empregado Rafael, a mando de Fabrício. A carta dizia que o namoro de Fabrício com D. Joaninha não estava indo muito bem, pois ela era muito exigente. Ela fazia-lhe pedidos absurdos como escrever quatro cartas por semana, passar quatro vezes ao dia em frente à sua casa e nos bailes ele teria que usar um lenço amarrado em seu pescoço, da mesma cor da fita rosa presa a seus cabelos. Terminando a leitura, Augusto começou a rir porque era ele quem sempre aconselhava Fabrício em seus namoros.

Na manhã de sábado, Augusto chegou à ilha e encontrou seus amigos, que estavam à sua espera. Entrando na casa, se dirigiu à sala e se apresentou, em seguida foi procurar um lugar para sentar-se perto das moças. Foi então que ele se deparou com D. Violante, que lhe ofereceu um assento. Ela falou por várias horas sobre suas doenças, e perguntou o que ele achava. Augusto já irritado de ouvir tantas reclamações, disse que ela sofria apenas de hemorroidas. D. Violante se irritou, afirmando que os médicos da atualidade não sabem o que falam. Fabrício chegou interrompendo a conversa e chamou Augusto para um diálogo em particular. Os dois começaram a discutir sobre a carta, pois Augusto disse que não pretendia ajudá-lo em seu namoro com D. Joaninha. Fabrício então declarou guerra a Augusto. Logo após a discussão, chegou Filipe chamando-os para o jantar. Na mesa, após todos terem se servido, Fabrício começou a falar em tom alto, dizendo que Augusto era inconstante no amor. Ele, por sua vez, não respondeu as provocações, mas, na tentativa de se defender, acabou agravando ainda mais a sua situação perante todos.

Após o jantar, foram todos passear no jardim e Augusto foi isolado por todas as moças. Apenas D. Ana aceitou passear com ele. Augusto quis dar explicações à D. Ana, mas preferiu ir a um lugar mais reservado. Ela sugeriu então que fossem até uma gruta, onde sentaram num banco de relva. Começaram a conversar e Augusto contou sobre seus antigos amores e entre eles do mais especial, que foi aos treze anos, quando viajando com seus pais conheceu uma linda garotinha de oito anos, com quem brincou muito na praia, quando um pobre menino pediu-lhes ajuda. Eles foram levados a uma cabana onde estava um velho moribundo a beira da morte. Sua mulher e seus filhos estavam chorando. Comovidas, as crianças deram todo o dinheiro que possuíam à mulher do pobre velho. O velho agradeceu e pediu de cada um deles um objeto de valor. Ao menino ele deu um camafeu de ouro, que foi envolvido numa fita verde, e à menina ele deu um botão de esmeralda, que foi envolvido numa fita branca, transformando-os em breves. O camafeu ficou com a menina e a esmeralda com o menino. Depois de trocados os breves, o velho os abençoou e disse que no futuro eles se reconheceriam pelos breves e se casariam. Foram embora e a menina saiu correndo de encontro a seus pais sem ter revelado o seu nome, e a partir daquele momento nunca mais se viram. Acabada a história, Augusto levantou-se para tomar água. Ao pegar um copo de prata foi interrompido por D. Ana, que resolveu lhe contar a história da gruta, que era a lenda de uma moça que se apaixonara por um índio que não a amava e de tanto ela chorar, deu origem a uma fonte, cuja água era encantada. Disse também que quem bebesse daquela água teria o poder de adivinhar os sentimentos alheios e não sairia da ilha sem se apaixonar por alguém. D. Ana explicou também que a moça cantava uma canção muito bela, quando de repente eles escutaram uma linda voz. Augusto perguntou a D. Ana de onde vinha aquela melodia; ela explicou que era Carolina que cantava sobre a pedra de gruta e ele ficou encantado.

Logo após o passeio, foram todos até a sala para tomar café e a Moreninha derramou o café de Fabrício sobre Augusto. Ele foi se trocar no gabinete masculino quando Filipe entrou e sugeriu que ele fosse se trocar no gabinete feminino, para que pudesse ver como era. Augusto aceitou e enquanto se trocava, ouviu vozes das moças que iam em direção ao gabinete. Ficou apavorado, pegou rapidamente as roupas e se enfiou debaixo de uma cama. As moças entraram, sentaram-se e começaram a conversar sobre assuntos particulares. O rapaz ouviu toda a conversa e quase não resistiu ao ver as pernas bem torneadas de Gabriela na sua frente. De repente ouviram um grito e Joaninha disse que a voz parecia com a de sua prima D. Carolina. Todos saíram correndo para ver o que estava acontecendo e Augusto aproveitou para terminar de se trocar e saiu do gabinete para ver a causa daquele grito. O grito era da Moreninha que viu sua ama D. Paula caída no chão, devido a alguns goles de vinho que tomou junto do alemão Kleberc. D. Carolina não queria acreditar que sua ama estivesse bêbada e levaram-na para o quarto. A Moreninha estava desesperada quando Augusto, Filipe, Leopoldo e Fabrício entraram no quarto e, percebendo a embriaguez da velha senhora, começaram a dar diagnósticos absurdos. D. Carolina só acreditou em Augusto e não aceitou o verdadeiro motivo do mal estar de sua ama.

Todos saíram do quarto e se dirigiram até o salão de jogos. Augusto foi conversar com D. Ana e perguntou sobre o paradeiro da Moreninha. D. Ana disse que ela estava no quarto cuidando de sua ama. Augusto foi até o aposento e chegando na porta viu uma cena inesquecível; ela lavava com suas delicadas mãos os pés de sua ama, e ele, comovido, se ofereceu para ajudá-la. Depois disso Augusto sugeriu que a deixasse repousar, pois no dia seguinte estaria bem.

D. Carolina foi se trocar para em seguida ir ao sarau, colocou um vestido muito bonito mas fora dos padrões normais, pois mostrava parte de suas pernas. Todos queriam dançar com ela e Fabrício pediu-lhe a terceira dança, mas a garota mentiu dizendo que iria dançar com Augusto. Ele por sua vez dançou com todas as moças e jurou-lhes amor eterno, inclusive para a Moreninha. No fim da festa Augusto encontrou um bilhete que estava em seu paletó, dizendo para ir à gruta no horário marcado e logo após encontrou outro no qual dizia que aquilo era uma armadilha.

No dia seguinte, Augusto foi até a gruta no horário marcado e encontrou as quatro jovens. Antes que elas pudessem falar, foram surpreendidas pelo rapaz que contou cada uma o que ouvira no gabinete. As moças ficaram revoltadas e depois de irem embora Augusto foi surpreendido pela Moreninha, que começou a contar a conversa dele com D. Ana. Mas primeiro ela tomou um copo da fonte e foi por este motivo que Augusto ficou mais impressionado, pois lembrou-se da lenda da fonte encantada. Logo depois do susto, declarou-se a ela. Depois de acabadas as comemorações, as pessoas voltaram para suas casas. Augusto não se cansava de contar sobre D. Carolina para Leopoldo, que sempre dizia que aquilo era amor.

Os rapazes acharam conveniente visitar D. Ana, e Augusto se encarregou dessa tarefa no domingo. D. Ana foi recebê-lo e contou-lhe que D. Carolina estava triste até saber se sua vinda para a ilha. Durante o almoço Augusto viu um lenço na mão de D. Carolina e adivinhou que ela o tinha bordado; após muita conversa, D. Carolina resolveu ensiná-lo a bordar. Depois do almoço, Filipe e Augusto foram jogar baralho, quando ouviram o chamado da Moreninha para a primeira aula de bordado. A lição acabou ao meio-dia e Augusto achou prudente ir embora. Ele despediu-se de todos e combinou com D. Carolina que voltaria no domingo seguinte, trazendo o lenço já terminado.

No domingo seguinte, Augusto voltou até a ilha e levou o lenço totalmente pronto, para que sua mestra pudesse o ver. Ela não acreditou que ele fizera um trabalho tão bem feito e começou a chorar, dizendo que ele tinha outra mestra. Augusto tentou explicar-se de todas as maneiras possíveis, e disse que o lenço fora comprado de uma velha senhora. Depois de muita insistência a Moreninha aceitou a situação, pois D. Ana disse-lhe que sua atitude era infantil. Depois do incidente Augusto chamou a Moreninha para um passeio e percebeu que ela estava um pouco nervosa. Ele então perguntou-lhe se havia um amor em sua vida; ela respondeu com a mesma pergunta e Augusto disse que o grande amor de sua vida era ela. A Moreninha ficou imóvel e disse que o seu amor poderia ser ele. Augusto voltou para sua casa e foi proibido de voltar à ilha por seu pai, pois seus estudos estavam sendo prejudicados. D. Carolina não era mais a mesma desde a partida de Augusto, que agora estava em depressão. Seu pai, vendo que estava prestes a perder seu filho, achou melhor que Augusto voltasse à ilha e pedisse a mão da Moreninha em casamento.

Chegando próximo à ilha, viram a Moreninha cantando sobre a pedra, e ela ao vê-los ignorou-os. D. Ana foi recebê-los e o pai de Augusto explicou a situação do seu filho. Eles foram até a sala e de repente a Moreninha apareceu com seu vestido branco chamando a atenção de todos. O pai de Augusto fez o pedido diretamente a Moreninha, pois seu filho não tinha coragem suficiente. A moça ficou assustada e disse que daria a resposta mais tarde na gruta, mas D. Ana disse ao pai de Augusto que não se preocupasse, pois a resposta seria sim. Augusto, ansioso, foi até a gruta e chegando lá encontrou a Moreninha. Os dois conversaram e ela perguntou se ele ainda amava a menina da praia. Ele disse que não, pois seu amor pertencia somente a ela. Ela disse que não poderia se casar, pois ele já estava comprometido com outra pessoa. Irritado, ao sair da gruta foi surpreendido quando ela lhe mostrou o breve verde. Augusto não aguentou a emoção e pegando o breve ajoelhou-se aos pés da Moreninha, começando a desenrolar o breve reconhecendo o seu camafeu. O pai de Augusto e D. Ana entraram na gruta e não entenderam o que estava acontecendo e acharam que os dois estavam malucos, pois Augusto dizia que encontrara sua mulher e a Moreninha por sua vez dizia que eles eram velhos conhecidos. Logo depois Filipe, Leopoldo e Fabrício viram a alegria do novo casal. Filipe lembrou que já se passara um mês, Augusto perdera a aposta e deveria escrever um romance. Augusto surpreende a todos dizendo que o romance já estava pronto e se intitulava “A Moreninha”.

Veja Também:

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Resumo: Norma (Felice Romani / Vincenzo Bellini)

Norma

A história se passa na Gália, em aproximadamente 50 a.C.

Numa floresta sagrada, o chefe druida Oroveso e seus seguidores esperam que a grã-sacerdotisa Norma lidere uma revolta contra os ocupantes romanos. Ali perto, o procônsul romano Pollione, pai dos dois filhos que Norma teve secretamente, revela amar outra sacerdotisa, Adalgisa, mas teme a ira de Norma. À espera de uma revolta, ele ouve Norma proclamar que só os deuses decidirão o momento. Os druidas veem nela uma casta deusa, ao passo que ela espera recuperar o amor de Pollione.

Enquanto os druidas se dispersam, Adalgisa se sente culpada por trair o voto de castidade. Quando Pollione reafirma seu amor, ela o rejeita. Ele a convida a ir para Roma. De início ela recusa, mas acaba cedendo.

Em casa, Norma se dilacera entre o amor e o ódio pelos filhos. Adalgisa chega e confessa estar apaixonada. Norma é solidária, pois ela própria quebrara o voto de castidade. Quando Adalgisa relata como foi conquistada, Norma lembra de Pollione usando as mesmas palavras. Norma pergunta o nome dele, e Adalgisa aponta Pollione ao vê-lo surgir. Norma diz a Adalgisa que ela foi enganada. Adalgisa compreende que tomou o amante de Norma e decide rejeitá-lo.

Contemplando os filhos adormecidos, Norma imagina que seria melhor se estivessem mortos, mas recua. Chama Adalgisa, exige obediência, e revela sua decisão de morrer, dizendo-lhe que cuide de seus filhos em Roma. Mas Adalgisa recusa-se a deixar a Gália e promete reavivar o amor de Pollione por Norma.

Na floresta sagrada, Oroveso diz aos guerreiros druidas que um comandante pior que Pollione está para chegar, mas que Norma quer que seu exército seja dispersado. Diz também que reprimam o ódio até que ele possa explodir. Ao saber que Pollione jurou raptar Adalgisa, Norma convoca os guerreiros à batalha.

Enquanto entoam os cânticos de vitória, um romano é preso violando o claustro sagrado das virgens. Quando Pollione é trazido, Norma ignora os gritos para que ele seja morto, ordenando que parta sem Adalgisa para nunca mais voltar. Pollione prefere morrer, mas Norma decide que Adalgisa será sacrificada em seu lugar. Pollione implora pela vida de Adalgisa e pede o punhal de Norma para se matar.

Norma anuncia então que outra vítima traidora será sacrificada. Ao ser preparada a pira, Norma revela ser ela própria a traidora que deve morrer. Com remorso, Pollione quer agora morrer com ela. Os druidas ficam chocados ao saberem da relação impura de Norma com um romano, mas ela implora ao pai que proteja seus filhos. Os druidas exigem seu sacrifício. Pollione se dispõe a morrer com ela e os dois sobem juntos em direção à pira.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Felice Romani na Wikipedia.
  • Artigo link externo sobre Vincenzo Bellini na Wikipedia.