Resumo: Iracema (José de Alencar)

Iracema

Martim Soares Moreno era um guerreiro branco, amigo dos índios pitiguaras, habitantes do litoral e inimigos dos índios tabajaras. Durante uma caçada, Martim se perdeu dos companheiros pitiguaras e se pôs a caminhar sem rumo durante três dias.

No interior das matas pertencentes à tribo dos tabajaras, Iracema se deparou com Martim. Surpresa e amedrontada, a índia feriu o branco no rosto com uma flechada. Ele não reagiu. Arrependida, a moça correu até Martim e ofereceu-lhe hospitalidade, quebrando com ele a flecha da paz.

Martim foi recebido na cabana do idoso pajé dos tabajaras, Araquém, pai de Iracema. Ao cair da noite, Araquém havia deixado seu hóspede sozinho, para que ele fosse servido pelas mais belas índias da tribo. O jovem branco estranhou que entre elas não estivesse Iracema, a qual lhe explicou que não poderia servi-lo porque era ela quem conhecia o segredo da Jurema, a bebida mágica oferecida ao pajé nos rituais religiosos.

Naquela noite, os tabajaras recepcionavam festivamente seu grande chefe Irapuã, vindo para comandar a luta contra os inimigos pitiguaras. Aproveitando-se da escuridão, Martim resolveu ir-se embora. Ao penetrar na mata, surgiu-lhe à frente o vulto de Iracema. Visivelmente magoada, ela o seguira e lhe perguntou se alguém lhe fizera mal, para ele fugir assim. Percebendo sua ingratidão, Martim se desculpou. Iracema pediu-lhe que esperasse, para partir, a volta, no dia seguinte, de seu irmão Caubi, que saberia guiá-lo pela mata. O guerreiro branco voltou com Iracema e dormiu sozinho na cabana.

Na manhã seguinte, incitados por Irapuã, os tabajaras se prepararam para a guerra contra os pitiguaras, que estavam permitindo a entrada dos brancos. Martim foi passear com Iracema. Ele estava triste; ela lhe perguntou se eram saudades da noiva, que deixara para trás. Apesar da negativa de Martim, a moça o levou para um bosque silencioso e prometeu fazê-lo ver a noiva; deu-lhe gotas de uma bebida que ela preparou. Após tomá-las, Martim adormeceu e sonhou com Iracema. Inconsciente, ele pronunciou o nome da índia e a abraçou; ela se deixou abraçar e os dois se beijaram. Quando Iracema ia se afastando, apareceu Irapuã, que declarou amor à assustada moça e ameaçou matar Martim. Diante da reação contrária dela, Irapuã se foi, ainda mais apaixonado. Apaixonada, porém, estava Iracema por Martim e passou a ficar preocupada pela vida dele.

Na manhã seguinte, Martim achou Iracema triste, ao anunciar-lhe que ele poderia partir logo. Para fazê-la voltar à alegria, ele disse que ficaria e a amaria. Mas a índia lhe informou que quem se relacionasse com ela morreria, porque, por ser filha do pajé, guardava o segredo da Jurema. Ambos sofriam com a ideia da separação.

Seguindo Caubi, Martim partiu triste, acompanhado por Iracema, também triste. Com um beijo, os dois se despediram e o branco continuou sua caminhada somente com Caubi. Irapuã, à frente de cem guerreiros, cercou os caminhantes para matar Martim. Caubi se opôs e soltou o grito de guerra, ouvido na cabana por Araquém e pela filha. Esta correu e assistiu à cena; Irapuã ameaçava Martim, que se mantinha calmo. A moça quis persuadi-lo a fugir; ele não aceitou a ideia, resolveu enfrentar Irapuã, apesar de Caubi provocar o enciumado tabajara para lutar com ele. Quando Irapuã e Caubi iam começar uma luta corpo a corpo, ouviu-se o som de guerra dos pitiguaras, que vinham atacar os tabajaras. Chefiados por Irapuã, os índios correram para enfrentar o inimigo. Só Iracema e Martim não se movimentaram.

Como não encontrasse os pitiguaras, que provavelmente estavam escondidos na mata, Irapuã achou que o grito de guerra fora um estratagema usado por Iracema para afastá-lo de Martim. Então foi procurá-lo na cabana de Araquém. Protegendo seu hóspede, o velho pajé ameaçou matar Irapuã se ele levantasse a mão contra Martim. Para afastar o irado chefe, Araquém provocou o ronco da caverna que os índios acreditavam ser a voz de Tupã quando discordava do que acontecia. Na verdade, esse ronco era um efeito acústico que Araquém forjava. Mediante isso, Irapuã se afastou.

No silêncio da noite, ouviu-se na cabana de Araquém o grito semelhante ao de uma gaivota. Iracema disse ser o sinal de guerra dos pitiguaras; Martim reconheceu o som que emitia seu grande amigo pitiguara Poti. Iracema ficou com medo porque a fama da bravura de Poti era conhecida e temida: ele estaria vindo para libertar seu amigo, destruindo os tabajaras? A moça ficou triste, mas garantiu fidelidade a Martim, mesmo à custa da morte de seus irmãos de raça. O branco tranquilizou-a, afirmando que fugiria, para evitar o conflito. A índia foi encontrar-se com Poti para lhe dizer que Martim iria com ele, escondido, a fim de evitar um conflito das tribos inimigas. Antes de sair, ela ouviu do pai, em segredo, a recomendação de que, se os comandados de Irapuã viessem matar Martim, ela o escondesse no subterrâneo da cabana, vedado por uma grande pedra. Não era prudente Martim afastar-se às claras porque poderia ser seguido. Nisso, apareceu Caubi para alertar a irmã e Martim de que os tabajaras tencionavam matar o branco. Iracema pediu ao irmão que levantasse a pedra para ela e Martim entrassem no esconderijo e que ele ficasse de guarda.

Irapuã chegou à porta da cabana, acompanhado de seus subordinados, todos bêbados, e discutiu com Caubi. Nesse instante, soou o trovão de Tupã. O vingativo chefe não se acalmava. Ouve-se mais uma vez o trovão, que os índios entenderam como sendo a ameaça de Tupã. Cercaram o chefe e o levaram de lá, amedrontados.

No interior da caverna, Iracema e Martim ouviram a voz de Poti, embora sem vê-lo. Ele lhes declarou que estava vindo sozinho para levar Martim, seu irmão branco. Por sugestão de Iracema, ficou combinado que Martim fugiria ao encontro de Poti só na mudança da lua, ocasião em que os tabajaras estariam em festa e assim ficaria mais fácil os dois evitarem o encontro com o irado Irapuã.

À noite, na cabana, ausente Araquém, Martim, ao lado de Iracema, não conseguia dormir: desejava-a, mas ela era proibida. Então, ele lhe pediu que trouxesse vinho para apressar o sono. Dormiu e sonhou com Iracema, chamando-a; ela acorreu acordada. Ainda dormindo, sonhou que se abraçavam, sendo que Iracema o abraçou de verdade. Na manhã seguinte, Martim se afastou da moça, dizendo que só podia tê-la em sonho. Ela guardou o segredo do abraço real e foi banhar-se no rio. Mal sabia Martim que Tupã havia acabado de perder sua virgem.

No final da tarde, quando a lua apareceu, os tabajaras se reuniram em torno do pajé, levando-lhe oferendas. Iracema dirigiu-se à cabana do pai para buscar Martim e conduzi-lo até Poti que o aguardava escondido a fim de levá-lo, livrando-o de Irapuã. Iracema os acompanhou até o limite das terras tabajaras. Quando Martim insistiu em que ela retornasse para a tribo, ela lhe revelou que não poderia fazer isso, porque já era sua esposa. Surpreso, Martim ficou sabendo que tinha sido realidade o que sonhara. Ao escurecer, interromperam a caminhada e Martim passou a noite na rede com Iracema. Ao raiar da manhã, Poti, preocupado, os chamou, alertando que os tabajaras já estavam na sua perseguição, informação que ele colheu escutando as entranhas da terra. Envergonhado, Martim pediu que Poti levasse Iracema e o deixasse só, pois ele merecia morrer. O amigo disse que não o largaria. Iracema apenas sorriu e continuou com eles.

Irapuã e seus comandados chegaram ao local onde estavam os fugitivos. Acorreram também os pitiguaras, sob a chefia de Jacaúna, irmão de Poti. Travou-se o inevitável combate. Jacaúna atacou Irapuã; Caubi, agora com ódio do raptor de sua irmã, atacou Martim, mas, a pedido de Iracema, o branco simplesmente se defendeu, pois ela disse que, se Caubi tivesse que morrer, isso aconteceria pelas mãos dela. Então, Martim deixou Caubi por conta de Poti, que já havia matado vários tabajaras, e enfrentou Irapuã, afastando Jacaúna. A espada de Martim espatifou-se no choque com o tacape. Quando Irapuã avançou contra o banco desarmado, Iracema arrojou-se contra o chefe tabajara e o impediu de prosseguir a luta. Nesse instante, soou o canto de vitória: Jacaúna e Poti haviam vencido. Os tabajaras fugiram, levando Irapuã com eles. Iracema chorou vendo seus irmãos de raça mortos.

Poti retornou à sua taba, às margens do rio, feliz por ter salvo seu irmão branco. Iracema estava triste por ficar hospedada na tribo inimiga de seu povo. Ciente disso, Martim resolveu procurar um lugar afastado para morarem. Puseram-se a caminho o casal e Poti, que fez questão de acompanhá-los. Acharam um local apropriado. Martim pensava em trazer seus soldados para se aliarem aos pitiguaras contra os tabajaras.

Na nova rotina diária, Poti e Martim caçavam, Iracema colhia frutas, passeava pelos campos, arrumava a cabana, sempre na expectativa da volta de Martim. Grávida, ela aguardava a hora do parto e já não sentia mais contrariedade por ter saído de sua nação. Com festas, Martim foi introduzido na tribo pitiguara adotando o nome de Coatiabo.

Com o passar do tempo, Coatiabo começou a entrar em depressão. Iracema não o fascinava tanto. Ele vivia mais afastado, tomado pela lembranças do passado anterior à vida na selva. Ficava olhando as embarcações passando a longe no mar, sem dar muita atenção à índia.

Certo dia, chegou até à região dos três um índio que, a mando de Jacaúna, convocou Poti para a guerra: uns brancos haviam se aliado a Irapuã para combater os pitiguaras. Martim fez questão de ir com o amigo.

Os dois guerreiros partiram sem se despedir de Iracema. Ao caminharem ainda no território de sua nação, à beira de um lago, Poti fincou no chão uma flecha de Martim e atravessou nela um goiamum que ele acabara de abater, sabendo que a índia, ao ver a seta daquele jeito, entenderia o sinal de que o esposo havia partido. Martim entrelaçou nela uma flor de maracujá. De fato, quando Iracema foi se banhar no dia seguinte, viu a flecha, entendeu seu significado e chorou. Voltou triste para a cabana. Todos os dias ela retornava e tinha confirmação de que Martim estava longe. Seus dias passaram a ser muito tristes. Numa dessas manhãs, ouviu o som da jandaia que a acompanhava quando morava entre os seus. Comoveu-se, arrependeu-se de havê-la deixado para trás e de novo a tornou sua amiga de todas as horas.

Os dois guerreiros retornaram vitoriosos da batalha. Graças à participação de Martim, os pitiguaras venceram, pois, sem a cooperação da raça branca, haveria o empate das forças indígenas adversárias.

De novo em sua cabana, Martim e Iracema se amaram como no início de seu relacionamento. Aos poucos, porém, ele voltou a se isolar triste, olhando para os horizontes infinitos do mar, com saudade de sua gente. Iracema se afastava, também triste. Martim sabia que, se voltasse para sua terra, ela o acompanharia; então, ele estaria tirando dela um pedaço de sua vida, que era a convivência com seus parentes e amigos nas selvas.

Martim negava que estivesse com saudade da namorada branca que deixara em sua terra, mas a tristeza de Iracema crescia porque ela não acreditava na negativa dele; então, a desconsolada índia prometia que sairia da sua vida tão logo nascesse o filho.

Um dia, apareceu no mar, ao longe, um navio dos guerreiros brancos que vinham aliar-se aos tupinambás para lutarem contra os pitiguaras. Poti e Martim armaram uma estratégia de defesa. Esconderam seus guerreiros e atacaram os inimigos de surpresa. A vitória foi retumbante.

Enquanto Martim estava combatendo, Iracema teve sozinha o filho, a quem chamou de Moacir, filho da dor. Certa manhã, ao acordar, ela viu à sua frente o irmão Caubi, que, saudoso, vinha visitá-la, trazendo paz. Admirou a criança, porém surpreendeu-se com a tristeza da irmã, que pediu a ele que voltasse para junto de Araquém, velho e sozinho.

De tanto chorar, Iracema perdeu o leite para alimentar o filho. Foi à mata e deu de mamar a alguns cachorrinhos; eles lhe sugaram o peito e dele arrancaram o leite copioso para voltar a amamentar. A criança estava se nutrindo, mas a mãe perdera o apetite e as forças, por causa da tristeza.

No caminho de volta, findo o combate, Martim, ao lado de Poti, vinha apreensivo: como estaria Iracema? E o filho? Lá estava ela, à porta da cabana, no limite extremo da debilidade. Ela só teve forças para erguer o filho e apresentá-lo ao pai. Em seguida, desfaleceu e não mais se levantou da rede. Suas últimas palavras foram o pedido ao marido de que a enterrasse ao pé do coqueiro de que ela gostava tanto. O sofrimento de Martim foi enorme, principalmente porque seu grande amor pela esposa retornara revigorado pela paternidade. O lugar onde se enterrou Iracema veio a se chamar Ceará.

Martim retornou para sua terra, levando o filho. Quatro anos depois, eles voltaram para o Ceará, onde Martim implantou a fé cristã. Poti se tornou cristão e continuou fiel amigo de Martim. Os dois ajudaram o comandante Jerônimo de Albuquerque a vencer os tupinambás e a expulsar o branco tapuia. De vez em quando, Martim revia o local onde fora tão feliz e se doía de saudade. A jandaia permanecia cantando no coqueiro, ao pé do qual Iracema fora enterrada. Mas a ave não repetia mais o nome de Iracema.

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Resumo: Júlio César (Nicola Francesco Haym / Georg Händel)

Júlio César

A história se passa no Egito, em 48 a.C.

Numa planície próxima de Alexandria, os egípcios louvam César, que chega vitorioso da batalha contra Pompeu. César aceita o acordo de paz oferecido pela mulher e pelo filho de Pompeu, Cornélia e Sexto. No entanto, entra Áquila, conselheiro de Ptolomeu, meio-irmão da rainha Cleópatra, trazendo a cabeça de Pompeu. Cornélia critica a brutalidade de Ptolomeu; apesar disso, Áquila se apaixona por ela. O tribuno romano Cúrio propõe casar-se com Cornélia e vingar Pompeu. Sozinho, Sexto decide que ele será o vingador do pai.

Informada no palácio de que Ptolomeu mandou decapitar Pompeu, Cleópatra o irrita ao afirmar que somente ela é a senhora do Egito. Áquila se oferece para matar César se Ptolomeu lhe entregar Cornélia.

Em seu acampamento, César homenageia Pompeu, chorando sobre seu caixão. Cleópatra chega disfarçada como a criada Lídia, e César se apaixona por ela. Quando “Lídia” lamenta o usurpador Ptolomeu, César jura vingança. Cleópatra observa enquanto Cornélia pranteia o marido. Cornélia lança mão de uma faca para vingar Pompeu, mas é detida por Sexto: a missão cabe a ele. Ainda incógnita, Cleópatra propõe levá-los a Ptolomeu. Ele recebe César calorosamente, que se dá conta da trama para matá-lo. Quando Cornélia chega com Sexto, Ptolomeu também se apaixona pela romana e planeja quebrar sua promessa a Áquila. Enquanto isso, Cornélia rejeita a oferta de Áquila de liberdade em troca de casamento e chora a separação do filho.

Ainda disfarçada como Lídia, Cleópatra seduz César com música envolvente. No jardim do harém do palácio, Áquila e Ptolomeu tentam em vão conquistar Cornélia. Sexto chega a tempo de impedi-la de se matar. O eunuco de Cleópatra, Nireno, convoca Cornélia ao harém de Ptolomeu, prometendo a Sexto a chance de enfim vingar o pai. Enquanto isso, “Lídia” aceitou tornar-se a mulher de César, mas Cúrio informa que conspiradores tramam a morte dele. Cleópatra revela sua identidade e ora por César depois que ele parte em busca dos conspiradores.

Cleópatra é presa quando suas tropas são derrotadas por Ptolomeu. Sexto e Nireno encontram Áquila ferido e desejando a queda de Ptolomeu. Antes de morrer, ele entrega um selo de comando de um exército secreto. Usando-o, César comanda esse exército no resgate de Cleópatra e na conquista definitiva do Egito. A apaixonada Cleópatra fica em êxtase.

No palácio, Ptolomeu está prestes a violentar Cornélia quando é morto por Sexto. Em Alexandria, os egípcios exultam com sua morte. Após selarem a amizade com Sexto e Cornélia, César e Cleópatra declaram eterno amor.

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Resumo: O Leopardo (Tomaso di Lampedusa)

O Leopardo

A história começa em 1848 na Sicília, quando Garibaldi e seus camisas-vermelhas estão prestes a derrubar o Reino das Duas Sicílias, completando a unificação da Itália. A história gira sobre a aristocrática família Corbera, dirigida pelo carismático príncipe Don Fabrizio.

Don Fabrizio descobre o cadáver de um soldado do governo morto pelos camisas-vermelhas em sua propriedade, obrigando-o a reconhecer a mudança que está chegando na sociedade siciliana, mesmo com sua família continuando a sua vida vazia aristocrática em feliz ignorância.

Tancredi Falconeri, filho do irmão vagabundo de Don Fabrizio, é bonito e inteligente, com grandes ambições, mas não possui fortuna suficiente para lhe permitir executar os seus planos. Com a família em seu retiro de verão em Donnafugata, Tancredi se prepara para acertar seu casamento com sua prima Concetta, filha de Don Fabrizio, quando ele vê Angelica Sedara, uma menina de dezoito anos que acabou de voltar à Donnafugata após quatro anos em uma escola de Florença. Anteriormente inábil e rude, Angelica agora tem uma beleza estonteante e exibe um polimento formal um pouco superficial, mas que é mais do que suficiente para chamar a atenção de Tancredi. Os dois logo começam um namoro que inclui vários passeios pelas salas sem uso e em decomposição do palácio da família Corbera, mostrando o declínio moral e econômico da aristocracia italiana.

Aos poucos, Don Fabrizio entra em uma crise existencial que nenhum dos seus confidentes ou dos membros da sua família pode entender. Como a aristocracia era sua própria razão de ser, qual seria o propósito de Don Fabrizio na vida quando isso acabasse? O casamento de Tancredi e Angelica acaba simbolizando a transferência do poder dos patrícios para os plebeus, ou dos privilegiados para os oportunistas. Aparentemente, o casamento de Tancredi e Angelica não foi totalmente feliz, mas foi bastante produtivo para as ambições de ambos.

Enquanto os anos passam, Don Fabrizio se aproxima da morte. Ele não contempla o seu próprio futuro, mas sim o da sua família. A história termina em 1910 com a família Corbera chegando ao fim com Concetta, agora uma solteirona de 70 anos, conversando com Angelica, agora viúva. Finalmente ela decide descartar as posses materiais de longa data que eram lembranças do passado da sua família, há muito tempo tornadas irrelevantes pela História.

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Resumo: As Minas do Rei Salomão (H. R. Haggard)

As Minas do Rei Salomão

Allan Quatermain, um caçador e aventureiro inglês, morando em Durban, África do Sul, é abordado por um aristocrata inglês, Sir Henry, e seu amigo, Capitão John. Eles pedem a ajuda de Quatermain para encontrar o irmão perdido de Sir Henry, visto pela última vez viajando pelo interior em direção ao norte, em busca das lendárias minas do rei Salomão. Anos antes, Quatermain havia obtido um mapa que levava às minas, mas nunca o levou a sério. Ele concorda em liderar uma expedição em troca de parte do tesouro, ou uma pensão para seu filho, se ele for morto no caminho. Quatermain tem poucas esperanças de retornar vivo. O grupo também leva um misterioso nativo, Umbopa, que tem uma maneira de falar mais educada e uma aparência mais majestosa que a maioria dos carregadores, e que parece muito ansioso em se juntar à expedição.

Viajando em bois e em carruagens, eles chegam aos limites de um deserto. O mapa de Quatermain mostra um oásis a aproximadamente 96 quilômetros de distância, ou a metade do caminho, e eles continuam a pé, quase morrendo de sede, antes de chegar até ele. Eles completam a segunda metade do deserto sem incidentes e chegam ao sopé de uma cordilheira. Eles sobem até o topo e entram numa caverna, onde encontram o corpo seco e congelado de José Silvestra, o explorador português do século XVI que havia desenhado o mapa de Quatermain. Eles cruzam as montanhas em direção a um vale cultivado e exuberante, habitado por uma tribo de nativos conhecida como kukuanas, que são militarmente bem organizados e falam um antigo dialeto zulu.

Eles são levados até o rei Twala, que comanda seu povo com implacável violência. Ele assumira o poder anos antes quando assassinou seu irmão, que seria rei, e exilou a esposa e o filho de seu irmão, supostamente mortos no deserto. O rei Twala é apenas um rei de fachada, pois o verdadeiro cérebro por trás dele é uma velha embusteira chamada Gagool.

Secretamente é revelado que o misterioso carregador que veio com os ingleses é, na verdade, o filho exilado do rei assassinado. Uma rebelião tem início.Como estão em maior número, os rebeldes obtêm sucesso em derrubar Twala e, de acordo com a tradição kukuana, Sir Henry mata Twala em um duelo. Os ingleses capturam a malvada Gagool e ela promete guiá-los para a montanha onde estão localizadas as minas de Salomão. Ao achar o tesouro, Gagool engana os ingleses e uma pedra gigante os prende dentro da montanha. Sem luz e com pouca água, eles preparam-se para morrer. Por sorte, eles encontram uma rota de fuga, trazendo consigo, do enorme tesouro, apenas uns poucos bolsos cheios de diamantes, mas ainda o suficiente para fazê-los ricos.

O grupo deixa o vale e retorna ao deserto, tomando uma rota diferente, na qual acham o irmão de Sir Henry imobilizado num oásis com uma perna quebrada, incapaz de ir em frente ou de voltar. Todos voltam para Durban e, por fim, para a Inglaterra, ricos o suficiente para viverem confortavelmente pelo resto das suas vidas.

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Resumo: Naná (Émile Zola)

Naná

A história começa com Fauchery, um crítico teatral, esperando pelo início da peça mais badalada de Paris. “A Vênus Platinada” tem música ruim e más atrizes, mas apresenta uma nova estrela, Naná, que surge no palco envolvida apenas numa gaze translúcida e faz a casa vir abaixo com a sua aparição. Naná é uma concubina experiente. Ela aproveita a histeria causada pela sua performance seminua para conquistar Steiner, um rico banqueiro. Steiner compra para ela uma casa no campo, onde ela recebe outros amantes, conquistando-os para ganhar mais presentes. Ali ela também tem um breve romance com George, um estudante pobre.

Steiner logo se desfaz dela e Naná se envolve com Fontan, um ator. Ela tenta ser gentil e caseira, mas Fontan a espanca e depois a abandona. Ela acaba indo para as ruas. Ameaçada pela polícia, que tem autoridade para prenderem prostitutas e obrigá-las a fazer exames ginecológicos para evitar a proliferação da sífilis, ela rapidamente vai em busca de um novo amante rico.

Ela encontra Muffat, a quem ela humilha, pisoteando o seu uniforme e dormindo com quem tem vontade. Certo dia, Muffat a encontra nos braços do jovem George e depois com seu idoso sogro. Naná também traz para casa o mendigo Stain, que se torna seu amante e confidente.

Por fim, o jovem George sente tanto ciúme de Muffat e do seu irmão, outra das conquistas de Naná, que se suicida no quarto dela. Os outros amantes de Naná precisam saltar sobre a mancha de sangue para chegar até a cama dela. Pouco depois, Naná contrai varíola e morre miseravelmente, com sua beleza destruída pela doença. Ela morre em 1870, no momento em que começa a Guerra Franco-Prussiana.

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Resumo: Orlando Furioso (Grazio Braccioli / Antonio Vivaldi)

Orlando Furioso

A história se passa na ilha da feiticeira Alcina, durante a Idade Média.

Alcina promete unir novamente Angélica a Medoro e protegê-la do enciumado Orlando. A guerreira Bradamante conta com um anel mágico para neutralizar o poder de Alcina sobre o amado Rogério. Sozinho, Orlando resolve descobrir a origem dos poderes mágicos de Alcina: as cinzas do feiticeiro Merlim.

Alcina encontra Medoro naufragado na praia. Quando ela recorre a uma poção, Rogério se apaixona por ela. Bradamante se desespera quando Rogério não a reconhece.

Bradamante rompe o feitiço de Rogério, mas o abandona, e ele é consolado por Orlando. Angélica perfidamente confia ao devotado Orlando uma missão arriscada. Bradamante e Rogério se reencontram, e Angélica e Medoro se casam. Salvo, Orlando perde o juízo ao encontrar os recém-casados.

Bradamante e Rogério julgam Orlando morto. Neutralizam o feitiço de Alcina e, num templo, acham a estátua de Merlim. Insano, Orlando chega e confunde Angélica com “Merlim”. Erguendo a estátua, destrói o poder de Alcina. Deserta a sua ilha, ela parte, jurando vingança. Orlando recupera o juízo, reconcilia-se com Angélica e aprova seu casamento com Medoro.

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Resumo: Pais e Filhos (Ivan Turgeneiev)

Pais e Filhos

A história começa com Nikolai Petrovich Kirsanov esperando na estação das carruagens com seu criado Pyotr pela chegada do seu jovem filho Arcady, que estava voltando para casa após terminar seus estudos em São Petersburgo. Enquanto Nikolai espera, ele lembra da sua vida. Seu pai fora um general semi-analfabeto que tinha servido na guerra contra Napoleão em 1812 mas tinha passado a maior parte da vida nas províncias, e sua mãe fora uma mulher forte e autoritária. Após uma educação deficiente por meio de tutores incompetentes, Nikolai tinha sido impedido de assumir sua comissão no exército devido a incapacidades físicas, e seu pai permitira que ele assumisse um posto civil. Aos dezoito anos, ele entrara na Universidade de São Petersburgo e se formara em 1835, no mesmo ano da morte dos seus pais. Logo depois do período de luto, Nikolai se casara com a filha do seu antigo senhorio, uma bela e culta jovem, que costumava ler artigos científicos nos jornais. Eles haviam se mudado para sua fazenda no interior, em Maryino, onde seu filho Arcady havia nascido. Em 1847, sua esposa havia morrido, e o choque quase matara também. Em 1855, Nikolai acompanhara Arcady quando ele fora para a Universidade de São Petersburgo, ficando com ele por três anos. Finalmente, Arcady se formara e Nikolai o estava aguardando na estação em maio de 1859.

Quando Arcady chega, ele traz consigo um dos seus colegas estudantes, Yevgeny Vassilich Bazarov. Todos seguem para a propriedade do pai de Arcady, que se encontra num estado um tanto caótico, devido à recente libertação dos servos feita por Nikolai. Arcady e Bazarov ficam por algum tempo em Maryino. Ali, Bazarov, que se define como um niilista, se ocupa com caminhadas matinais em busca de espécimes para mais tarde dissecá-las e examiná-las, o que o ajuda a se preparar para os exames que ele pretende prestar para Medicina no ano seguinte. Por outro lado, Arcady passa seus dias indolentemente.

Na fazenda, também vivem o tio de Arcady, Pavel Petrovich, e a jovem camponesa Fenichka, que é amante de Nikolai e lhe deu um filho, ainda bebê. Pavel é um arrogante, intolerante e lacônico anglófilo que tinha levado uma vida frustrada e sem sentido, tendo sofrido grandes desilusões de um amor mal sucedido por uma mulher que ele seguia por toda parte. Fenichka era uma jovem de vinte e três anos que tinha sido deixada sob os cuidados de Nikolai depois da morte da mãe dela de cólera. Ela não tem certeza sobre como se comportar com os demais membros da família Kirsanov por ser de classe social mais baixa; além disso, embora ela seja a mãe do filho de Nikolai, ela não era sua esposa. Ela fica particularmente nervosa sobre Pavel, mas ele se esforça em demonstrar sua boa vontade com ela, mesmo fazendo isso com óbvio desconforto. Da mesma forma, Arcady também a deixa sem jeito, embora ele ache que seu pai deveria se casar com Fenichka e legalizar a união deles. Ela se sente à vontade apenas com Bazarov e, quando descobre que ele tem conhecimentos médicos, fica até feliz em despertá-lo durante a noite para examinar o bebê.

A vida prossegue na fazenda, com Arcady levando uma vida de autêntico sibarita e Bazarov prosseguindo nos seus estudos. Durante todos esse tempo, a animosidade entre Pavel e Bazarov aumenta, e Nikolai fica cada vez mais enervado pela atitude desdenhosa de Bazarov pelas maneiras antiquadas dos irmãos Kirsanov.

Certo dia, chega uma mensagem de Matvey Ilyich Kolyazin, oficial do governo e um dos conhecidos da falecida esposa de Nikolai. Ele chegara à capital da província para uma visita de inspeção na área e convida Nikolai, Pavel e Arcady para virem à cidade e se hospedarem nos seus aposentos. Nesta mesma noite, acontece uma discussão muito acalorada entre Bazarov e Pavel durante o chá, na qual Bazarov faz pouco caso das opiniões de Pavel sobre aristocracia, liberalismo, progresso, princípios, arte e emancipação dos servos, declarando que tudo isso era um monte de palavras estrangeiras e inúteis. Pavel fica absolutamente pasmo pelo niilismo de Bazarov e o despreza, enquanto Bazarov, por sua vez, faz pouco caso dele e do que ele representa.

No dia seguinte, Arcady e Bazarov, por sugestão deste, vão para a cidade sob o pretexto de aceitarem o convite de Kolyazin. Matvey Kolyazin, um oficial “moderno” pouco inteligente mas com uma extraordinária opinião sobre si mesmo, aconselha Arcady a fazer uma visita ao governador, que dará um baile em honra da sua chegada. Arcady e Bazarov aceitam a sugestão e vão apresentar seus respeitos ao governador, e este os convida para o baile. Ao voltarem para seus aposentos, os dois encontram um velho conhecido de Arcady, o tolo e bizarro Sitnikov, que os convence a acompanhá-lo numa visita à casa de Eudoxia Kukshina. Ela é uma tagarela incansável, que se gaba sem parar das suas relações, e que consegue encaixar as ideias dos mais famosos pensadores internacionais em praticamente todas as suas frases. No meio da torrente de palavras, ela fala sobre a jovem Anna Sergeyevna Odintzova, descrevendo-a como a única bela mulher da cidade que não é uma cabeça oca. Ela também menciona que Odintzova irá ao baile do governador, um fato que, estranhamente, capta a atenção de Bazarov.

Alguns dias mais tarde, no baile, Arcady conhece, dança e conversa com a jovem Anna Odintzova, pela qual ele evidentemente se sente atraído, acreditando que ela seja uma mulher do mundo, além de ser linda. No dia seguinte, Bazarov e Arcady vão visitá-la no hotel dela, a seu convite. Odintzova era a filha de um especulador e jogador, que não deixara praticamente nenhuma herança para ela. Ela se casara com um homem rico e muito mais velho chamado Odintzov, que deixara para ela toda a sua fortuna ao morrer, seis anos depois. Odintzova vivia com sua irmã e sua tia numa elegante propriedade em Nicolskoye, a cerca de cinquenta quilômetros da cidade. Pela primeira vez, Bazarov se sente impressionado por alguém e fica até mesmo nervoso na presença dela. Ao final do encontro, ela os convida para visitá-la na sua propriedade, o que eles decidem fazer dentro de dois dias.

Na fazenda de Odintzova, eles conhecem Katya, a irmã mais nova dela, uma jovem charmosa mas menos confiante que Anna, e a Princesa K., a tia idosa e um tanto rabugenta das duas jovens. Naquela noite, Odintzova, Bazarov e Porfiry Platovich, um cavalheiro local, jogam cartas juntos, enquanto Katya toca piano para Arcady. Mais tarde, Odintzova pensa sobre como tinha apreciado Bazarov e como jamais tinha se apaixonado.

Passam-se duas semanas e a vida corre suavemente na propriedade, com Arcady passando a maior parte do tempo com Katya e Bazarov com Odintzova. Entretanto, Bazarov tinha se tornado ansioso e perturbado pela óbvia preferência de Odintzova por ele, enquanto Arcady decidira que estava apaixonado por Katya, um pensamento que ocasionalmente o assalta com surtos de depressão. Então, chega Timofeyich, o capataz da fazenda do pai de Bazarov, para lembrá-lo da sua obrigação de voltar para casa e rever seus pais. Bazarov e Odintzova têm uma discussão sobre a natureza perfeitamente ordenada da vida dela. No dia seguinte, ele declara a Odintzova que a ama; por medo de perturbar sua vida tão organizada, ela não retribui, alegando que ele a tinha entendido mal. No outro dia, Arcady e Bazarov partem para a propriedade da família de Bazarov, onde eles encontram os pais dele. Eles são pessoas simples e conservadoras, que não compartilham nenhuma das ideias modernas de Bazarov, mas que apenas querem aproveitar os pequenos prazeres da vida e fazer seu filho feliz. Eles sofrem com a falta de afeição de Bazarov e com sua atitude superior a respeito das maneiras simples deles. Enquanto isso, Bazarov se torna cada vez mais difícil e seu relacionamento com Arcady começa a se desgastar, especialmente quando ele sugere que uma das discussões deles poderia ser resolvida com uma luta, o que é evitado apenas pela chegada providencial do pai de Bazarov.

Bazarov logo decide partir outra vez e volta com Arcady para a fazenda em Maryino. No caminho, eles param em Nicolskoye para ver Odintzova e Katya. Entretanto, a visita é um desastre. Katya está doente e não desce para vê-los, enquanto a conversa com Odintzova é truncada. Depois de quatro horas, ela se queixa de um ataque de asma; os dois entendem a insinuação e vão embora. Os dois são muito bem recebidos de volta à fazenda de Nikolai, onde as coisas tinham corrido muito mal com os camponeses, que não estavam pagando seus arrendamentos e estavam brigando pela divisão das terras. Durante os dez dias seguintes, Bazarov volta para suas dissecações, enquanto Arcady volta seus pensamentos constantemente para Katya. Ele então retorna a Nicolskoye, levando com ele cartas que tinham sido escritas outrora pela mãe de Odintzova para sua falecida mãe.

Enquanto isso, em Maryino, Bazarov e Pavel procuram evitar discussões, embora a animosidade entre os dois não tenha diminuído. Mas logo Pavel surpreende Bazarov roubando um beijo de Fenichka, o que causa nele um acesso de fúria e faz com que ele o desafie para um duelo. Pavel erra e Bazarov o fere na perna. No dia seguinte, Bazarov vai embora e logo depois Pavel, tendo se certificado que Fenichka ama seu irmão, implora a Nikolai que se case com ela, o que este concorda em fazer.

Em Nicolskoye, o romance de Arcady com Katya continua inocentemente. Então Bazarov reaparece; no dia seguinte, Arcady se declara para Katya e a pede em casamento, o que ela aceita. No outro dia, Bazarov parte outra vez para casa, onde ele é recebido alegremente pelos seus pais. No entanto, ele logo cai numa apatia deprimida. Enquanto ele faz uma autópsia numa vítima de tifo, Bazarov se corta num dedo e se infecta com a doença, que logo se espalha pelo seu corpo. Sua morte logo se torna certa e ele envia uma mensagem para Odintzova. Ela chega com seu próprio médico, mas é tarde demais e ele morre sozinho com ela.

Seis meses mais tarde, em janeiro de 1860, é oferecido um jantar de despedida para Pavel, que está se mudando para Moscou, a negócios. Os casamentos de Arcady e Katya e de Nikolai e Fenichka tinham acontecido duas semanas antes, na igreja da paróquia.

O tempo passa. Odintzova se casa novamente com um advogado e a Princesa K. morre. Nikolai e Arcady se instalam em Maryino, e Arcady se dedica com entusiasmo à administração da fazenda. Katya dá à luz um menino, enquanto o filho de Fenichka, Mitya, já está crescendo. Pavel muda-se para Dresden, onde ele passa a maior parte do tempo com visitantes russos e ingleses. Madame Kukshina também está na Alemanha, estudando em Heidelberg, enquanto Sitnikov continua a sonhar sobre São Petersburgo.

A história termina com os pais de Bazarov, arrasados, chorando sobre o túmulo despojado do seu amado filho no meio de um cemitério desolado.

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  • Artigo link externo sobre Ivan Turgeneiev na Wikipedia.

 

Resumo: Ratos e Homens (John Steinbeck)

Homens e Ratos

A história se passa nos Estados Unidos, durante a Grande Depressão na década de 1930.

Dois trabalhadores migrantes, Lennie Small e George Milton, caminham ao longo do rio Salinas perto de Soledad, Califórnia, em direção a um rancho. Eles tinham fugido recentemente de uma fazenda perto de Weed, onde Lennie, um deficiente mental grandalhão e dócil, foi injustamente acusado de estupro por ter tocado uma mulher para sentir a maciez do seu vestido. George é fisicamente muito diferente, um homem pequeno com feições marcadas. George briga com Lennie por brincar com um rato morto e o avisa para não falar quando chegarem ao seu novo local de trabalho. Lennie se queixa por não ter ketchup para colocar nos feijões que estão comendo no jantar. George se enfurece, dizendo a Lennie que ele estaria melhor se não tivesse que viajar com seu amigo retardado. George conta que seu sonho é que os dois consigam dinheiro bastante para comprar um pedaço de terra, onde eles terão uma pequena fazenda com uma horta e um cercado de coelhos. O cercado de coelhos é o único detalhe que Lennie sempre consegue lembrar. George diz a Lennie que, se ele se meter em encrencas como acontecera em Weed, ele deveria voltar para o matagal perto do rio e esperar que George o encontrasse.

George e Lennie chegam no alojamento da fazenda onde irão trabalhar e são recebidos por um velho chamado Candy, que mostra as camas delas e diz que o patrão estava zangado por eles não terem chegado na noite anterior. Os dois atrasado porque o motorista do ônibus que os trouxera até Soledad os deixara a vários quilômetros do rancho. O patrão interroga George e Lennie e os acha suspeitos porque George fala por Lennie. Ele não consegue entender porque George viajava com Lennie até que ele explica que Lennie é seu primo. Depois que o patrão sai, o filho dele, Curley, chega ao alojamento procurando pelo pai. Curley é um sujeito baixinho que odeia homens grandes por insegurança e por inveja, e tem uma nova esposa que todos suspeitam ser infiel. Sua esposa visita o alojamento naquela noite à procura de Curley, e flerta com os outros homens. Mais tarde, Curley retorna em busca da sua esposa e discute com George, numa tentativa de começar uma briga.

Depois de um dia de trabalho, os homens retornam ao alojamento. Slim, cuja cadela tinha tido uma nova ninhada, dá um cachorrinho para Lennie. George confessa a Slim que ele e Lennie tinham escapado de serem linchados quando Lennie fora acusado de estupro. Carlson se queixa do cachorro de Candy, uma criatura decrépita que mal consegue sobreviver. Ele se oferece pra matar o cachorro. Depois de retrucar repetidamente, Candy acaba cedendo, apesar do seu óbvio desejo de manter o cão. George fala sobre “mulheres fáceis”, como a esposa de Curley. Quando os homens sugerem uma ida ao bordel na noite seguinte, George afirma preferir a companhia de prostitutas porque não corre o risco de ser enganado. Candy ouve George conversando com Lennie sobre a casa que terão um dia, e diz saber de uma casa disponível que poderia ser deles se conseguissem que três homens juntassem seu dinheiro. Curley chega novamente à procura da esposa e briga com Lennie porque acha que ele estava rindo dele. Curley dá vários socos em Lennie mas ele não revida até que George lhe dá permissão. Ele esmaga a mão de Curley e só para quando George lhe pede.

Enquanto os outros homens estão no bordel, Lennie vai visitar Crooks, o ajudante negro do estábulo. Crooks é rude e rebelde com Lennie até perceber que ele não veio procurá-lo com má intenção. Crooks faz Lennie perceber como ele seria solitário se George o abandonasse. Candy também visita os dois homens, pois eles são os únicos que ficaram no rancho. Eles discutem o plano para uma pequena fazenda e até mesmo Crooks mostra algum interesse. A esposa de Curley vê os três homens e, quando Crooks diz que ela não deveria estar ali no seu quarto, ela os repreende, chamando-os de aleijados inúteis e chega a ameaçar Crooks com linchamento. No entanto, ela revela que se sente solitária por ser a única mulher no rancho.

Na manhã seguinte, Lennie brinca com seu novo cachorrinho e o mata acidentalmente ao balançá-lo com muita força. A esposa de Curley o encontra no celeiro com o filhote morto. Ela deixa que Lennie sinta a maciez do seu cabelo, mas ele mexe com muita força e ela grita. Lennie cobre a boca dela com a mão e, quando ela tenta se libertar, ele acaba partindo o pescoço dela. Lennie foge do rancho. Candy e George descobrem o corpo e imediatamente percebem que Lennie a matara. Candy avisa os outros homens e Curley forma um grupo para perseguir Lennie, o qual ele pretende matar. Enquanto isso, George rouba a arma de Carlson, levando os homens a pensarem que Lennie a tinha apanhado antes de fugir.

George indica a direção errada para o grupo de Curley e encontra Lennie no matagal, conforme eles tinham combinado ao chegarem no rancho. Lennie tinha tido alucinações sobre um coelho gigante e sua tia Clara, que diziam a ele que George ia ficar muito zangado e que ele não ia ter mais uma casa com coelhos. George começa a falar com Lennie sobre os planos deles para uma casa e atira na nuca de Lennie com a arma de Carlson. Ao ouvirem o disparo, os homens chegam e encontram os dois. George diz que conseguira roubar a arma de Lennie e o matara durante uma luta.

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  • Artigo link externo sobre John Steinbeck na Wikipedia.

 

Resumo: O Senhor das Moscas (William Golding)

O Senhor das Moscas

Durante um período de guerra, um avião carregando um grupo de garotos britânicos é derrubado enquanto voava através do Pacífico. O piloto morre, mas a maioria dos garotos sobrevive à queda. Eles se veem abandonados numa ilha deserta, sem a supervisão de adultos.

Alguns dos garotos são Ralph, um dos mais velhos, belo e confiante, e Piggy, asmático, com óculos grossos e muito inteligente. Ralph encontra uma concha grande e, quando sopra nela, os outros garotos se reúnem. Entre eles está Jack Merriden, um garoto agressivo que segue somente sua própria vontade. Escolhido pelos garotos como chefe, Ralph conduz Jack e outro garoto, Simon, numa expedição para explorar a ilha. Eles descobrem que estão de fato numa ilha deserta e decidem que precisam encontrar comida. Os três rapazes encontram um porco; Jack prepara-se para matá-lo, mas ele foge antes de ser golpeado.

Quando os outros garotos voltam da sua expedição, Ralph convoca uma reunião e tenta definir regras de conduta para a ilha. Jack concorda com Ralph, pois a existência de regras implica na existência de punições para aqueles que as quebram, mas Piggy repreende Jack pela sua falta de preocupação sobre sobrevivência a longo prazo. Ralph propõe que eles acendam um fogo na montanha para assinalar a presença deles a algum navio que passe próximo dali. Os rapazes começam a preparar a fogueira, mas logo os mais novos perdem o interesse quando o trabalho se mostra muito difícil para eles. Piggy se revela indispensável para o processo, pois os garotos usam os seus óculos para acender o fogo. Depois que a fogueira está acesa, Piggy perde a paciência e critica os outros por não construírem abrigos primeiro. Ele também está preocupado por ninguém saber quantos são os garotos, e acha que um deles já sumiu.

Enquanto Jack tenta caçar porcos, Ralph organiza a construção de abrigos para os garotos. Os menores não ajudam em nada, enquanto os garotos do grupo de Jack, cuja tarefa é caçar para todos comerem, passam o dia nadando. Jack diz a Ralph que ele se sente caçado quando está caçando porcos. Quando Simon, o único menino que tinha ajudado Ralph todo o tempo, se afasta para supostamente tomar banho, Ralph e Jack vão encontrá-lo na área onde todos nadavam. No entanto, Simon se embrenhara sozinho na selva, onde ele encontra uma clareira tranquila com flores e arbustos aromáticos.

Os garotos logo se acostumam com a progressão do dia na ilha. Os meninos menores, conhecidos como “baixinhos”, passam a maior parte do tempo procurando frutas para comer. Quando os garotos brincam, eles ainda mantêm algum senso de decência uns com os outros, mesmo sem a autoridade dos adultos. Jack continua a caçar, enquanto Piggy, que é considerado esquisito pelos rapazes, pensa em construir um relógio de sol. Um navio passa pela ilha, mas não para porque o fogo tinha se apagado. Piggy culpa Jack por deixar o fogo apagar, pois ele e seus caçadores tinham se preocupado em matar um porco ao invés de cumprir sua tarefa, e Jack esmurra Piggy, quebrando uma das lentes do seu óculos. Jack e os caçadores cantam uma música selvagem para festejar o sucesso da caçada, enquanto Maurice finge ser um porco e os outros fingem atacá-lo.

Ralph fica preocupado com o comportamento de Jack e dos caçadores e começa a apreciar a maturidade de Piggy. Ele convoca uma reunião, na qual ele critica os rapazes por não cuidarem do fogo ou da construção de abrigos. Ele insiste que o fogo é a coisa mais importante na ilha, pois é a única chance de serem resgatados, e declara que o único lugar onde deveriam acender o fogo é no alto da montanha. Ralph admite que está assustado mas que não há nenhuma razão concreta para estar com medo. Então Jack grita com os baixinhos por estarem com medo e por não ajudarem na caça nem na construção de abrigos. Ele afirma que não há monstros na ilha, como alguns garotos acreditam. Phil, um dos baixinhos, disse que teve um pesadelo e, ao acordar, vira algo se mexendo entre as árvores. Simon admite que provavelmente foi visto por Phil, pois ele estava caminhando pela selva naquela noite. Os baixinhos começam a se preocupar sobre o suposto monstro, que eles acham ser um fantasma ou uma lula gigante. Piggy e Ralph brigam outra vez e, quando Ralph tenta cumprir as regras para ter ordem, Jack pergunta quem se importa com as regras. Por sua vez, Ralph insiste que as regras são tudo o que eles possuem. Então Jack decide liderar uma expedição para caçar o monstro, deixando para trás apenas Ralph, Piggy e Simon. Piggy avisa Ralph que, se Jack se tornar o chefe, os meninos jamais serão resgatados.

Nessa noite, durante uma batalha aérea, um piloto salta de pára-quedas na ilha. O piloto morre, possivelmente devido ao impacto da queda. Na manhã seguinte, os gêmeos Sam e Eric estão alimentando o fogo quando veem o piloto e acham que ele é o monstro. Eles descem correndo a montanha e acordam Ralph. Jack quer ir caçá-lo, mas Piggy insiste que todos devem ficar juntos, para que o monstro não venha atrás deles. Jack afirma que a cautela é irrelevante agora e se volta para Ralph quando ele afirma que Jack não quer ser resgatado. Ralph decide se juntar aos caçadores na sua expedição para achar o monstro, a despeito do seu desejo de realimentar o fogo na montanha. Quando eles chegam ao outro lado da ilha, Jack deseja construir um forte perto do mar.

Enquanto procuram o monstro, os caçadores encontram um javali, que ataca Jack, mas este consegue golpeá-lo e ele foge. Os caçadores entram em frenesi, voltando a cantar seu coro de “matar o porco”. Ralph percebe que Piggy ficou com os baixinhos do outro lado da ilha, e Simon se oferece para voltar e dizer a Piggy que os outros meninos não voltarão naquela noite. Ralph percebe que Jack o odeia e o confronta sobre isso. Jack zomba de Ralph por não querer caçar, afirmando que ele era um covarde. No entanto, quando os garotos veem algo que eles acham ser o monstro, eles fogem.

Ralph volta aos abrigos para encontrar Piggy e diz a ele que eles viram o monstro, mas Piggy permanece cético. Ralph reduz os caçadores a meros moleques com porretes, mas Jack o acusa de ter chamado seus caçadores de covardes. Jack tenta assumir o controle dos outros meninos, exigindo a substituição de Ralph como chefe. Quando Ralph consegue manter o apoio dos garotos, Jack foge, chorando.

Piggy sugere que, já que o monstro os impede de ir até o topo da montanha, eles deveriam fazer uma fogueira na praia, e garante que todos irão sobreviver se se comportarem com bom senso. Simon se afasta para sentar na clareira que encontrou antes. Jack declara que será o chefe dos caçadores e que eles pretendem ir até o rochedo do castelo, onde eles planejam construir um forte e fazer uma festa. Os caçadores matam um porco e Jack espalha o sangue pelo rosto de Maurice. Depois, eles cortam a cabeça e a deixam fincada numa estaca como uma oferenda para o monstro.

Jack traz vários caçadores de volta aos abrigos, onde ele convida os outros meninos a se juntarem à sua tribo, oferecendo a eles carne e a oportunidade de caçarem e se divertir. Todos os meninos se juntam a Jack, com exceção de Ralph e Piggy.

Enquanto isso, Simon encontra a cabeça de porco que os caçadores tinham deixado para trás. Ele a apelida de “Senhor das Moscas” por causa dos insetos que enxameiam ao redor dela. Simon acredita que ela fala com ele, chamando-o de tolo e dizendo que os outros garotos acham que ele é maluco. A cabeça de porco diz ser o monstro, e zomba da ideia que o monstro pode ser caçado e morto. Simon desmaia e cai.

Quando Simon recupera a consciência, ele perambula pelas redondezas. Ele descobre o piloto morto e conclui que esse é o “monstro” que os garotos tinham visto. Simon desce a montanha correndo para contar sua descoberta para os outros.

Ralph e Piggy brincam sozinhos na lagoa, e decidem encontrar os outros meninos para se certificarem que nada ruim irá acontecer enquanto eles brincam de caçadores. Quando eles encontram Jack, ele e Ralph discutem sobre quem será o chefe. Piggy diz que tem que falar porque tem a concha, mas Jack afirma que a concha não funciona no seu lado da ilha. Os meninos entram em pânico quando Ralph os alerta que uma tempestade se aproxima. Quando a tempestade começa, Simon sai correndo da floresta, falando sobre o cadáver na montanha. Os garotos caem sobre Simon, achando que ele é o monstro, e o matam.

De volta ao outro lado da ilha, Ralph e Piggy discutem a morte de Simon. Ambos tomaram parte no assassinato, mas tentam justificar seu comportamento através do instinto e do medo. Os únicos garotos que não fazem parte da tribo de Jack são Ralph, Piggy e os gêmeos Sam e Eric, que ajudam a cuidar do fogo.

No rochedo do castelo, Jack comanda os meninos com a pompa de um ídolo. Ele mantém um garoto amarrado e inspira medo nos outros falando sobre o monstro e os intrusos. Quando Bill pergunta a Jack como eles irão acender um fogo, Jack declara que eles irão roubá-lo dos outros garotos. Enquanto isso, Ralph, Piggy e os gêmeos trabalham para manter o fogo, mas descobrem que é muito difícil fazer isso sozinhos. Naquela noite, os caçadores atacam os quatro meninos, que conseguem rechaçá-los, mesmo sofrendo ferimentos consideráveis. Piggy descobre que eles tinham vindo roubar seus óculos.

Depois do ataque, os quatro meninos decidem ir ao rochedo do castelo para conversar com Jack como pessoas civilizadas. Eles se arrumam para parecerem apresentáveis e vestem roupas normais. Quando eles chegam ao rochedo, Ralph convoca os outros meninos com a concha. Jack chega da caçada e diz a Ralph e Piggy para os deixarem sozinhos. Quando Jack recusa-se a ouvir os apelos de Ralph por justiça, Ralph chama os caçadores de palhaços pintados. Jack aprisiona Sam e Eric e ordena que eles sejam amarrados. Piggy pergunta a Jack e seus caçadores se é melhor serem índios em pé de guerra ou serem razoáveis com Ralph. Roger lança uma pedra em Piggy, fazendo com que ele caia da montanha até a praia lá embaixo. Ele morre com o impacto da queda. Jack se declara o chefe de todos e arremessa sua lança em Ralph, que foge.

Ralph se esconde perto do rochedo do castelo, onde ele pode ver os outros garotos, que se comportam como selvagens, não como meninos ingleses civilizados. Ele rasteja até se aproximar do cativeiro de Sam e Eric. Os dois dão a ele um pouco de carne e dizem para ele fugir para salvar a vida. Enquanto Ralph se esconde, ele percebe que os outros meninos estão empurrando rochas pela encosta da montanha. Ralph escapa dos garotos que o estão perseguindo, e depois percebe que eles estão incendiando a floresta para matá-lo queimado ou de fome, pois isso destruirá todas as frutas que ainda restam na ilha.

Ralph finalmente chega até a praia, onde se depara com um oficial naval recém-chegado com seu barco. Ele pensa que os meninos estiveram apenas brincando, e ralha com eles por não se comportarem de forma mais organizada e responsável, como é habitual entre os ingleses. Enquanto os meninos se preparam para deixar a ilha e voltar para casa, Ralph chora pela morte de Piggy e pelo fim da inocência de todos eles.

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  • Artigo link externo sobre William Golding na Wikipedia.

 

Resumo: Tartufo (Molière)

Tartufo

A peça se passa na França, no século XVII.

A família de Orgon está em pé de guerra porque ele e sua mãe tinham caído sob a influência de Tartufo, um hipócrita e falso puritano, que tinha sido um vagabundo antes de Orgon começar a ajudá-lo. Tartufo aparenta ser piedoso e falar com autoridade divina, e Orgon e sua mãe não fazem mais nada sem consultá-lo primeiro. Orgon chega a parecer obcecado por Tartufo.

O resto da família e seus agregados não se deixa enganar pelas artimanhas de Tartufo e o detesta. Os problemas aumentam quando Orgon anuncia que Tartufo irá se casar com sua filha Mariane, que já estava noiva de Valère. Mariane fica muito aborrecida com esta notícia e o resto da família percebe como Tartufo tinha se insinuado profundamente naquela casa.

Num esforço para mostrar a Orgon como Tartufo é realmente, a família planeja atrai-lo para uma armadilha, forçando-o a confessar seu desejo por Elmire, a segunda esposa de Orgon. Como homem piedoso que alega ser, Tartufo jamais poderia ter tais sentimentos pela dona da casa, e a família acredita que Orgon irá expulsá-lo da casa se ouvir tal confissão.

De fato, Tartufo tenta seduzir Elmire, mas a conversa deles é interrompida por Damis, filho de Elmire, que ouvia tudo escondido. Ele não consegue aguentar mais e sai do seu esconderijo, denunciando Tartufo como um patife.

Inicialmente, Tartufo fica perplexo, mas depois se recupera muito bem. Quando Orgon chega e Damis revela o que testemunhou, Tartufo usa psicologia reversa e confessa ser o maior de todos os pecadores, mantendo sua postura de homem piedoso. Orgon se convence que Damis estava mentindo e o bane da sua casa, por caluniar um homem tão bom. Tartufo consegue mesmo convencer Orgon a ficar em contato mais constante com Elmire, para ensinar uma lição a Damis. Como presente para Tartufo e para castigar ainda mais o resto da família, Orgon transfere todos os seus bens para Tartufo.

Mais tarde, Elmire volta à carga e desafia Orgon a testemunhar secretamente um encontro entre ela e Tartufo. Orgon aceita e decide se esconder sob a grande mesa da sala, confiante que Elmire está errada. Ele ouve Elmire resistindo aos avanços muito diretos de Tartufo. Quando Tartufo se compromete irremediavelmente e está perigosamente perto de violentar Elmire, Orgon sai do esconderijo e ordena que Tartufo saia da sua casa.

Mas o astuto Tartufo deseja ficar, e finalmente abre o jogo. Além de lembrar que é o dono da casa, ele revela que Orgon tinha lhe confiado uma caixa com cartas comprometedoras, escritas por um amigo. Tartufo ordena a Orgon que deixe a casa, se não quiser ser exposto e preso. Consternada, a família se reúne para decidir o que fazer, enquanto Tartufo sai.

Algum tempo depois, Tartufo retorna com um oficial de polícia para cumprir sua ordem de expulsão. Para sua surpresa, o oficial lhe dá voz de prisão. O Rei Luís XV tinha ouvido falar das injustiças que estavam acontecendo ali e decidira intervir em favor de Orgon, restituindo-lhe todos os seus bens e mandando prender o velhaco. A peça termina com a família festejando sua boa sorte e a justiça que tinha sido feita.

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