A história é narrada pelo protagonista, Ponciano de Azeredo Furtado. Órfão muito novo, foi criado pelo avô Simeão, que enxerga no neto um futuro político, pois o menino era invencioneiro e linguarudo. Simeão deixa o menino aos cuidados de Sinhá Azeredo, velha tia solteirona. Ponciano cresce num lugar chamado Sossego, nos ermos, onde havia “algazarra de lobisomem”. A tia, beata, surpreende o menino em “delito de sem-vergonhismo” com uma mulatinha. No Sobradinho, fazenda do avô, fica de castigo. Vai estudar em Campos, morando na rua da Jaca, mas, em vez de estudos, prefere a vadiagem.
Quando Ponciano faz 15 anos, sua tia adoece e morre. O menino escuta a tosse da tia morta e chega a interrogar o fantasma. Começa daí a fama do futuro coronel, pois a história logo se espalha pela vizinhança. A velha Francisquinha, negra moradora do Mata-Cavalo, também posse de Simeão, vem cuidar do menino. A reza forte da negra faz sumir a tosse e o fantasma da tia morta. Francisquinha tem que proteger as negrinhas que vão morar com ela na rua da Jaca, pois Ponciano era bastante mulherengo. Já na adolescência, Ponciano era muito alto, recebendo do avô a patente de alferes da Guarda Nacional. De gênio muito explosivo, o rapaz só pensa em mulher, apaixonando-se por Branca dos Anjos, mocinha de tranças, moradora em Gargaú. Mas o pai da menina, para protegê-la das investidas de Ponciano, esconde-a no sertão distante.
Numa ida ao circo, Ponciano acaba sendo levado pelo povo a lutar contra um valentão que desafiava a cidade. Ele tenta se esquivar, dizendo que precisava de licença especial por ser militar, mas um velhinho, que era coronel, autoriza a luta. Num golpe de sorte, o alferes dá um rabo-de-arraia no valentão, vence a luta e é levado em triunfo. Mas o avô não gosta dessa fama de valente, queixando-se de que ele não aprende a estudar. Dessa “guerra no circo”, o rapaz ganha a patente de capitão.
Em sua juventude, Ponciano deixa crescer uma longa barba e passa o tempo na boemia, em serenatas. Afirma ser devoto fervoroso de São Jorge, Santo Antônio e São José, mas frequenta a casa de Dada Pereira, que era pensão de moças desencaminhadas. Com a morte do avô Simeão, Ponciano herda dele suas terras e a patente de coronel da Guarda Nacional. Ele começa a pensar em se casar. Uma prima é recusada por ser magra demais. Muda-se, juntamente com Francisquinha, para a fazenda do Sobradinho. Como os vizinhos estavam avançando em sua propriedade, escreve a eles uma carta educada, orientada pelo advogado Pernambuco Nogueira. Seus empregados, Antão Pereira e Saturnino, acham que esse jeito de proceder não era apropriado para lidar com os ladrões de pasto. Nas brigas na justiça, o coronel triunfa. Vem ajudá-lo a dirigir as terras o mulato Juquinha Quintanilha, que fixa residência em Mata-Cavalo. Devido às demandas de Foro, o coronel vira um andarilho. Ele é ameaçado de morte por Cicarino Dantas, que contratara o pistoleiro José Mateus. Apesar de dizer que não tinha medo, Ponciano passa a andar cercado de capangas armados. Um de seus acompanhantes é Sinhozinho Manco, que tinha língua afiada e visão profundamente crítica. O pistoleiro acaba sendo preso pelo delegado Totonho Borges. Ponciano acaba intercedendo por ele, dando-lhe dinheiro e ganhando sua amizade. Tudo acaba bem, pois, com a mediação do tabelião Pergentino de Araújo, Cicarino e Ponciano fazem as pazes. Cicarino é famoso por dormir com as mulatas de sua fazenda. Ponciano auxilia seu primo Juca Azeredo na compra do engenho de Paus Amarelos. No Sobradinho, um de seus auxiliares é o bêbado Janjão Caramujo.
Uma onça pintada ameaça a região. João Ramalho, um marcador de gado, vasculha as terras em busca da onça. Diziam que era um animal enorme e muito perigoso. Como a onça teria sido vista nas terras do major Badejo dos Santos, Ponciano desculpa-se com uma certa “pragmática militar”, mostrando-se impossibilitado de resolver o caso.. Um tal de Dioguinho do Poço diz que onça “deitava fogo pela goela”. Ponciano visita o primo em Paus Amarelos, que sofria com um bicho no pé. Ponciano tira o berne e ganha fama de grande curador. Juquinha diz ao coronel que um caçador chamado Zuza Barbirata mataria a onça por duzentos mil réis.
Numa noite de tempestade, Ponciano fica pondo medo nos outros, contando casos de assombração. Até que, de repente, seu avô aparece. Tenta chamar Quintanilha, mas a voz do coronel sai fraquinha. Ele se desculpa, dizendo que, para não contraria seus princípios, bateu em retirada. Ponciano crê que fora vítima de uma ilusão, pois viu o avô com esporas e, como todos sabem, assombração anda sem pé e voa sem asa.
Cercado pelos empregados, inclusive por Tutu Militão, curador de veneno de cobra, o coronel sai para caçar capivara. O bicho não aparece e Ponciano, então, mata um bem-te-vi. De repente, aparece a onça. Todos fogem, inclusive o coronel, que vai para o pântano. Depois, chega ao Sobradinho, ainda na frente dos outros, a quem acusa de covardia. À noite, tem um sonho erótico com Branca dos Anjos. A onça reaparece na fazenda; Ponciano, sempre se desculpando por causa de um juramento, não liquida a onça. Apesar disso, a fama do coronel se espalha, enquanto ele caçoa de seus empregados covardes. A onça visitara a casa de Dioguinho do Poço, que sobe no telhado. Ponciano passa a chamá-lo de Dioguinho do Telhado. Zuza, o valentão caçador de onça, chega ao Sobradinho, com sua voz alta. Ele e o coronel disputam quem fala mais grosso. Os dois saem para caçar a onça e treinam a pontaria matando pequenos pássaros. Quando a onça aparece, os dois fogem de medo. Um caboclinho é quem acaba matando a onça, mas o coronel, depois de afugentá-lo, fica com a fama e a pele da onça, que é colocada na sala do Sobradinho. Quanto a Zuza, nunca mais foi visto.
A fama do coronel aumenta e ele se mostra indiferente a isso. Ele pensa vagamente em casamento, mas quem se casa é Juquinha e D. Alvarina. Depois de algum tempo, eles perdem o filho, cujo padrinho era o coronel. Ponciano tem problemas com a bexiga, uma antiga doença, que pegara nos seus tempos de libertinagem. Sua barba começa a embranquecer e ele se acha parecido com lobisomem. Também está muito barrigudo, parecido com um tal de Pedro Pita. Ponciano e Juju Bezerra, autoridade jurídica e dono de farmácia, conversavam safadezas e frequentavam o cabaré Moulin Rouge. Os dois eram muito parecidos nesse assunto de rabo-de-saia. Juju acha que Ponciano não deveria se casar, mas, apenas arrumar uma amante. O coronel não quer manchar sua reputação junto à irmandade religiosa a que se diz filiado, e também para não desagradar a seu padre confessor, Malaquias de Azevedo.
Em Mata-Cavalo, conhece e se apaixona por uma prima de D. Alvarina, Isabel Pimenta, professora muito jeitosinha. Isabel tinha olhos de água e gostava muito de ler. Ponciano vai sempre a Mata-Cavalo, mas é por demais tímido, e não consegue seduzir a professora. Faz perguntas bobas sobre mordida de cobra e visão de boitatá. Isabel não acredita nas tolices do povo. Ponciano diz que já tinha visto lobisomem e confessa não saber conversar “rasgando seda”, pois assunto para ele era “patifarias de cama e travesseiro”. Um dia resolve fazer o pedido de casamento: vai todo perfumado e fardado, mas Isabel fica de consultar sua família, em Caju. Ponciano leva-a até a cidade, para ela tomar o trem. Deseja corresponder-se com Isabel, por isso procura papel de carta em Santo Amaro, vilarejo próximo ao Sobradinho. Encontra-se com Tutu Militão, que se queixa da decadência do seu serviço de curar mordida de cobra, afinal, as farmácias vendem soro anti-ofídico. Ponciano não concorda, fala que Tutu ganha bem, mas, no fundo, fica profundamente abatido. Tutu traz a carta contendo a resposta do pedido de casamento. O coronel, ansioso, acende seu charuto Flor de Ouro, mas se decepciona, pois a moça rejeita seu pedido por ter compromisso com um primo. Ponciano sente que tem cobras dentro do peito, tamanha é a sua raiva. Dorme mal, tem pesadelos com lesmas, sapos, lacraias e minhocões Tem a impressão de ver um anjo lutando contra um demônio.
Depois de dois dias de chuva, sai para ver o trabalho das lavadeiras e nota um delas, uma sarará, chamada Nazaré, que usava a roupa muito apertada. Falso moralista, o coronel chama a atenção de Francisquinha, que era madrinha da sarará. Juju Bezerra, quando conhece Nazaré, comenta que ela é “montaria para muita sela”. O coronel, combalido desde o fora de Isabel, cai de cama, com maleita. Fica mais de dois meses adoentado. Como Juju o visitava sempre e ficava de olho em Nazaré, Ponciano manda a moça para Mata para ajudar D. Alvarina. Ponciano recebe muitas visitas, inclusive do padre Malaquias, que batiza os pagãos da fazenda. Em sua doença, o coronel xinga mais de quarenta nomes cabeludos, tem delírios com mulheres e com guerras. Muda-se para a rua da Jaca, é medicado por Coelho dos Santos e tem a companhia de D. Alvarina. Recebe a visita do advogado Pernambuco Nogueira e de sua esposa, D. Esmeraldina. Ponciano sente-se atraído por ela. Quando mira no espelho, ele vê que tem os olhos de fogo e “meia dúzia de bodes por dentro.”
Para restabelecer sua saúde, Ponciano passa uma quinzena em Paus Amarelos, engenho do primo Juca. Engorda muito e sente falta de mulheres: a única que tem ali é casada com o mestre de alambique Tude Gomes. Um dia, ele é procurado por um sujeitinho mirrado, major Serapião Lorena, que falava rápido. O major diz que em suas terras havia um ururau, uma espécie de jacaré-do-papo-amarelo, que soltava fogo pela goela. Ponciano está distraído, pensando em D. Esmeraldina. Lorena leva Ponciano à sua fazenda. Um maluco, chamado Norato, diz que o jacaré não respeita militar. Ponciano faz bravatas, desafiando o ururau. Ouve-se um barulho forte, e Ponciano corre de medo, escondendo-se atrás de uns balaios. Pensava que era o bicho, mas era somente um raio. Ele acaba arranjando uma desculpa para justificar sua fuga.
Numa noite de luar, Ponciano sai para caçar capivara com Serapião Lorena. Distraído, ele vai pensando em Branca dos Anjos, e seu cavalo o leva para longe, em direção ao mar. Ele ouve seu nome murmurado com doçura, vindo do mar. Ele encontra-se com uma sereia, que lhe propõe casamento. O coronel mente para a sereia, dizendo que tinha uma amante muitíssimo ciumenta. Muito triste, a sereia volta para o mar. O coronel fica com um cacho de seus cabelos louros. Ponciano diz que não gosta de fazer alardes, mas mesmo assim o seu encontro com a mulher encantada logo fica conhecido por todos. Ele faz questão de dizer que não abusou da parte de cima da sereia, como muita gente espalhou.
Em Campos, para resolver questões na Justiça, Ponciano fica no Hotel das Famílias e tem a companhia de Pergentino de Araújo, que era apaixonado por uma mulher casada, D. Estefânia, mulher de Totonho Monteiro. O advogado Pernambuco Nogueira tem um caso extraconjugal, que o deixa extremamente cansado. Ponciano está cada vez mais apaixonado por D. Esmeraldina, que ele compara a uma princesa de conto de fadas. Em visita ao casal, D. Esmeraldina, amuada como esposo, dá muita atenção ao coronel. Enquanto Nogueira cochila, a mulher mostra o quarto de hóspedes para Ponciano. Ele pensa em safadezas, mas não tem coragem de tomar a iniciativa.
Ao voltar para a fazenda, recebe um galinho de briga como presente de Serapião Lorena,. Seus empregados não dão nenhum valor ao bicho. Mas Ponciano sente firmeza no galinho, que mata um outro galo, bem maior. Saturnino Barba de Gato põe no galo o nome de Vermelhinho Pé de Pilão. O galo vai ser treinado em Poço Gordo, para ter “esporão de faca, asa de gavião e coice de mula”. Com seis meses de treinamento, o galo mestiço do Sobradinho ganha fama. Ponciano manda levantar uma casinha para a ave, mas o galo prefere o galho de limão-galego, de onde “dava ordens ao raiar do dia”. Até patente de capitão o galo recebe. O major Badejo dos Santos tinha um galo feroz, chamado Machadinho, que é vencido por Pé de Pilão. Tutu Militão traz recado do Dr. Caetano Meio, que desafia o galo capitãozinho. Juju Bezerra comenta com Ponciano que, em Ponta Grossa dos Fidalgos, fazenda de Caetano Meio, tinha uma moça muito bonita chamada D. Bebé. Um negro muito educado, Nicanor do Espírito Santo, traz carta de Meio, convidando para a disputa. O coronel aceita. Interessado em D. Bebé, Ponciano dá até um cavalinho de presente a Caetano Meio.
No dia da disputa, o galo viaja no melhor cavalo. Ponciano se arruma todo e vai com grande comitiva até Ponta Grossa. D. Bebé, com caxumba, não aparece para o coronel, que se contenta em apreciar os dotes de D. Antônia, irmã de Caetano. O galo adversário, de pescoço pelado, tinha fama de furar os olhos de sua vítima. Depois do banquete, começa a rinha. O pescoço pelado quase estraçalha o Pé de Pilão. Sinhozinho Manco, chegando atrasado, ainda acredita na vitória do Vermelhinho, apostando nele. No intervalo da luta, Ponciano fala nos ouvidos do galinho, que deveria honrar a patente de capitão. Vermelhinho acaba vencendo, para a alegria do coronel e de sua comitiva, principalmente de Sinhozinho.
Dioguinho do Poço, sempre trazendo notícias, fala de um lobisomem que aparecera no Pilar. Ponciano demonstra ter conhecimento das raças desse bicho. D. Bebé, fugindo do assédio do coronel, depois que sara da caxumba, parte para Macaé. A atenção do coronel volta-se para a irmã de Caetano, mas ela é pedida por um comerciante de gado. Despeitado, Ponciano diz que não nascera para casamento. Tutu Militão adoece e se interna na Santa Casa. Ponciano fica sabendo que Jordão Tibiriçá, um meganha cobrador de impostos, fizera desfeita a Tutu. Ponciano se arma e leva sua comitiva para brigar com Tibiriçá, que estava ausente da cidade. Padre Malaquias intervém. Ponciano procura aproximar Juju Bezerra de padre Malaquias, que criticava o comportamento luxurioso do farmacêutico. A desavença entre Tibiriçá e Ponciano acaba, sobrando a raiva do coronel para um vendedor de passarinhos, que servira de leva-e-traz para os brigões.
Ponciano, ao encontrar-se com o negro Nicanor, põe nele medo de lobisomem. Nicanor conta que Juca, primo de Ponciano, iria se casar com gente da família de Pires de Meio. Ponciano fica com raiva de seu primo. À noite, uma cobra surucucu ronda o galinheiro provocando a raiva no galo Pé de Pilão O empregado João Ramalho foge com a filha do sacristão. Uma comitiva vem solicitar ao coronel ajuda para liquidar com o lobisomem. Ponciano conta vantagens, no que é criticado por Sinhozinho. Vestido com sua farda, Ponciano vai a um lugar chamado Colégio, para um batizado. No caminho, sua mula empaca. Aparece o lobisomem em sua frente. Sua desculpa é que o compromisso com o batizado o impede de enfrentar o monstro.. Com medo do lobisomem, a mula foge e o coronel trepa numa figueira. Depois de muita correria, ao sentir o focinho do bicho em suas “partes subalternas”, o coronel cobre o lobisomem de safanões. Depois da surra, em linguagem cerimoniosa, o coronel escuta a vozinha do lobisomem implorar piedade, dizendo que sua maldição acaba na próxima lua e irá voltar ao normal, já tendo até promessa de um emprego no governo. Ponciano deixa o coitado ir embora.
Morre Juju Bezerra, fato que traz muita infelicidade ao coronel. O enterro fora bastante concorrido, até discursos foram feitos. Ponciano diz que não pode rebater o discurso, pois a patente não lhe permitiria tal coisa.
O coronel muda-se para Campos, ficando no Hotel das Famílias. Frequenta a casa da rua dos Frades, onde mora o casal Pernambuco Nogueira e D. Esmeraldina. Com intenção de agradar à mulher, empresta dinheiro ao advogado. Ganha fama de demandista e passa a usar roupas vistosas. Torna-se sócio de João Fonseca, um tipo asmático, no comércio de compra e venda de açúcar. Fonseca é casado com D. Celeste, mora na rua do Gás e gosta muito de passarinhos. Fonseca não apreciava a companhia de Nogueira. O gerente do Banco Hipotecário fala mal do advogado, o que faz o coronel, sempre interessado em D. Esmeraldina, transferir sua conta para o Banco da Província, cujo gerente era o hipócrita Selatiel Castro, o Castrão. Artur Fontainha, um engomadinho que não gostava de Fonseca, passa a trabalhar para o coronel. A sociedade com Fonseca se desmancha, pois Ponciano é muito mais ambicioso do que o pobre asmático. O coronel monta um escritório na praça da Quitanda, num prédio chamado Livro Verde, O coronel, na casa de D. Esmeraldina, conhece o seresteiro Peixotinho do Cartório, que canta uma modinha falando em beija-flor, que é ironizada por Ponciano.
Ponciano faz sucesso no comércio. Deixa a administração de suas terras por conta de Juquinha Quintanilha. Continua os ajantarados na rua dos Frades. Recebe visita de Sinhozinho, que se antipatiza com Fontainha. No Hotel das Famílias, Sinhozinho é tratado de major Carneiro. Depois de duas semanas, o velho vai embora, deixando Ponciano triste. Este, em seu aniversário, é homenageado pelo casal Nogueira. Selatiel de Castro ronda D. Esmeraldina. Ponciano recebe abotoaduras de presente. Finge interessar-se por Mocinha Cerqueira para dissimular os ciúmes que sente por D. Esmeraldina. Depois dos discursos em sua homenagem, Ponciano vai com Mocinha até o jardim, Uma perereca assusta a moça, que se agarra ao coronel. Ele nota que Mocinha é uma falsa magra.
Vem do Sobradinho uma notícia ruim: sumira o galo Vermelhinho. Um tal de Quirino, aguardenteiro, relata que vira, num areal, uma cobra enorme brigando com o galinho. Pé de Pilão e a surucucu brigam pelo mar afora, deixando Quirino como que hipnotizado. Os homens do Sobradinho vão até esse areal e só encontram sinais da rixa: escamas e a marca do galo. Juquinha adoece e, por recomendação médica, deixa o serviço pesado de Mata-Cavalo, e muda-se para o Capão, próximo da cidade, onde vai mexer com comércio. D. Esmeraldina sugere o nome de Baltasar da Cunha, seu primo engenheiro, para tomar conta das terras do coronel. Apesar de Ponciano achar que esse primo não serve para o serviço, acaba por contratá-lo. Baltasar, em nome de melhoramentos na fazenda, começa a gastar muito dinheiro. O coronel só tem olhos para a “dama da rua dos Frades”, cuja beleza o acalmava. Ela deseja passar uns dias em Mata-Cavalo, o que faz o coronel liberar cada vez mais verba para Baltasar. Como Nogueira vai se candidatar a deputado, Ponciano lhe empresta muito dinheiro, bem como presenteia D. Esmeraldina com um anel caro.
Ponciano muda-se para o Hotel dos Estrangeiros, depois de uma briga entre Fontainha e Totonho Monteiro, proprietário do Hotel das Famílias. Ele se agrada da arrumadeira Titinha que tinha um corpo vistoso e um andar malemolente. A linguagem saliente de Ponciano assusta o sisudo Gastão Palhares, um sujeito puritano e formal.
Quem vem tomar mais dinheiro de Ponciano é o jornalista Nonô Portela, que escreve notas elogiosas ao coronel. Uma caxumba deixa o coronel por duas semanas acamado. Fontainha fica cada vez mais parecido com Baltasar da Cunha, permanecendo mais tempo na cidade do que na fazenda, torrando o dinheiro de Ponciano. Um dia, Pergentino de Araújo conta para Ponciano que flagrara D. Esmeraldina com Selatiel Castro. Os Nogueiras rompem com Pergentino, contando para Ponciano uma outra versão do caso, sugerindo que Pergentino estava ficando maluco. Quintanilha vem comentar com o coronel que o povo dos currais estava falando do comportamento galante de Ponciano, cada vez mais garboso. Ponciano rasga dinheiro na frente de Juquinha, afirmando que tinha poder econômico. Nicanor do Espírito Santo, o negro educado, pede a sarará Nazaré em casamento.
Generoso, o coronel dá mais dinheiro a Pernambuco Nogueira, que acaba perdendo as eleições. Ponciano escuta ofensas de Baltasar da Cunha, mas não reage. Vai pedir satisfação a Fontainha, que defende o primo de D. Esmeraldina, mostrando o dedo em riste para o dono do Sobradinho. Nogueira adverte Ponciano que Baltasar poderia entrar na Justiça contra ele. Ponciano pensa em romper com os Nogueira, mas D. Esmeraldina faz novo convite para ele visitá-los, na rua dos Frades. Quando Ponciano chega à casa dos Nogueira, fica sabendo que eles viajaram. Cai numa grande melancolia. Titinha faz uma mandinga para curá-lo. Seus seios acabam tocando o rosto do coronel e eles acabam fazendo amor.
Sorte no amor, azar no dinheiro: os negócios começam a piorar. Uma enchente devasta o Sobradinho. Apesar dos conselhos de Fonseca, Ponciano faz péssima compra de açúcar. Deve mais de quatrocentos contos ao banco. O novo gerente, Seabra, ameaça o coronel, que acaba por vender as terras de Mata-Cavalo. Depois que liquida a dívida, dá uma surra em Seabra e o joga no meio da rua.
A crise econômica faz com que o comerciante Juventino Ferreira cometa suicídio. Ponciano não quer dar o braço a torcer, achando-se ainda poderoso, crescido na desgraça. Mas é obrigado a vender a casa da rua da Jaca. Saturnino deixa o Sobradinho e vai mexer com venda em Poço Gordo. Padre Malaquias vai para o sertão. Retoma amizade com o primo Juca, que promete pôr o nome de Ponciano em seu futuro filho. No Livro Verde, o coronel recebe a visita de Portela e Fontainha. Eles vêm comunicar que Baltasar da Cunha entrará na Justiça contra ele. Depois de uma fala macia, Ponciano joga os dois escada abaixo. Vai ao escritório de Pernambuco Nogueira e é mal recebido. O coronel sente-se furioso. Pernambuco falava com o advogado de Baltasar da Cunha, Macedo Costa. Este advogado é ofendido por Ponciano. Xinga também Nogueira, mandando-o “limpar o rabo” com o recibo do empréstimo pago ao banco. Fecha seu escritório e contrata o rábula Serafim Carqueja para a demanda contra Baltasar da Cunha. Vence a causa. Mas, em compensação, perde um amigo: morre João Fonseca. Vende o relógio e a corrente de ouro para dar um enterro de luxo ao ex-sócio. Ganha da viúva D. Celeste um sabiá-laranjeira, o que o faz chorar de emoção.
Padilha, o dono do Hotel dos Estrangeiros, quer que o coronel deixe seus aposentos. Titinha, que levava jeito de ser prostituta, acusava-o de ser ele o responsável por ela ter perdido sua virgindade. Carqueja vem amaciar o problema, e o coronel acaba se mudando para a casa de Quintanilha, O dinheiro vai diminuindo, mas Ponciano faz planos cada vez mais grandiosos: ele fala em comprar usina, em viajar para o estrangeiro. Um dia, ao passar diante de um salão de barbeiro, nota que Baltasar da Cunha estava debochando dele. Compra um chicote e dá uma surra no barbeiro e no engenheiro.
Os jornais anunciam que Pernambuco Nogueira, agora do lado do governo, arrumou um bom cargo em Niterói. Ao ver passar D. Esmeraldina, o despeitado coronel diz sua última palavra a respeito dela: “Vaca!” Depois dos péssimos negócios na rua do Rosário, Ponciano frequenta o belchior da rua Formosa, vendendo seus anéis, para pagar as taxas contra o Sobradinho. Depois de três anos de ausência, vai voltar para a fazenda, de bolso vazio, mas cheio de boas experiências. Compra passagem até para seu sabiá-laranjeira. Ao passar de trem pelas ruínas do engenho do Visconde, começa a reclamar com sua fala grossa, prevendo o estado de seu Sobradinho.
Quando deixa a estação e entra pelo sertão, ele escuta o canto agoureiro do pássaro peito-ferido. Sua casa estava abandonada; aos poucos, vê a chegada do cachaceiro Janjão Caramujo, do gago Antão Pereira e de Tutu Militão, que só de falar em Jordão Tibiriçá, dá início a um processo de delírio do coronel: este começa a disparar ofensas contra Jordão Tibiriçá e contra o governo. Enlouquecido, vê cobradores de impostos por toda parte. Ao tentar subir, pulando de dois em dois, os degraus do paiol, sente forte agulhada no peito e cai no chão.
Ele se vê nas terras de Badejo dos Santos e tem seu último pensamento erótico em relação à sobrinha do major. Beirando seus sessenta anos, o coronel está no além, pois vê passar o falecido Felisberto, que morrera há muito tempo, picado por uma cobra. Felisberto está de asas, com “patente de anjo”, na linguagem do coronel. Ponciano, montado na mulinha de São Jorge, parte para lutar contra o capeta. Um menino-anjo, que Ponciano conhecera há muito tempo, que morrera comendo terra, anuncia que o valente Coronel Ponciano de Azeredo Furtado, em sua mulinha de desencantar lobisomem, vai para a guerra do Demônio. De novo jovem, com a barba negra dos tempos em que lutou contra o valentão no circo, Ponciano galopa para travar a luta contra o demo, ao som de um belo canto que vinha do mar.
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- Artigo sobre José Cândido de Carvalho na Wikipedia.
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