Resumo: A Nau Catrineta (Almeida Garrett)

O poema se passa no Oceano Atlântico, no século XVI.

A nau Catrineta está perdida no meio do mar e já navega há mais de um ano sem encontrar terra. As provisões se esgotaram e a tripulação já devorou todos os animais a bordo, inclusive galos e cachorros. Tentam ferver couros para acalmar um pouco o estômago, mas sem sucesso. Em desespero, decidem tirar a sorte para decidir quem será morto para alimentar os demais com seu corpo. O sorteio indica que o capitão general será o sacrificado.

Tentando evitar sua morte, o capitão indaga ao pequeno marujo no alto do mastro se está avistando terra. Ele nega e declara que apenas as espadas o aguardam.

O capitão insiste com o marujo, prometendo recompensas sucessivas, cada vez mais preciosas. Começou pela filha mais formosa. Tinha outras duas e não lhe custava muito ceder uma delas, mesmo sendo a mais formosa. O marujo a recusa. Em seguida, oferece dinheiro, seu belo cavalo branco, e, por fim, a própria nau. Todos são rejeitados pelo marinheiro.

Subitamente, o marujo pede sua alma em troca da salvação. Percebendo que o marinheiro era o diabo disfarçado, o capitão percebe que estava prestes a cair na tentação infernal. Ele cancela todas as suas promessas anteriores e se joga pela amurada, preferindo entregar seu corpo ao mar e sua alma a Deus.

Sua atitude de renegar o demônio o salva. Surge um anjo vindo do céu e impede seu suicídio, trazendo-o de volta para bordo.

Pouco depois, surge a terra tão desejada. Ao cair da noite, a nau Catrineta chega em segurança a Portugal.

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Resumo: Amor de Perdição (Camilo Castelo Branco)

A história se passa em Viseu, Portugal. Simão Botelho e Teresa de Albuquerque estão enamorados, mas suas famílias fazem da separação de ambos uma questão de honra. Simão é enviado para Lisboa e Teresa é presa em um convento por não aceitar o casamento com o fidalgo Baltasar Coutinho.

Simão retorna a Viseu decidido a resgatar Teresa do convento. Escondido na casa de um ferrador, pois sua família não aceita o romance, Simão tem a proteção da filha do proprietário da casa, Mariana, que acaba se apaixonando por ele. Mariana, mesmo apaixonada por Simão, ajuda na correspondência entre Simão e Teresa. Teresa é destinada a outro convento e na hora da mudança para o novo convento tenta se encontrar com Simão. Nesse momento, ocorre o assassinato de Baltasar, que, encontrando com Simão, decide desafiá-lo para um duelo. Simão atira e mata Baltasar, que cai aos pés de Teresa.

Simão é preso na Cadeia da Relação, no Porto. Teresa vai para o convento de Monchique, também no Porto. Domingos Botelho, pai de Simão, não ajudava o filho, mas acaba mudando de ideia e consegue uma comutação da pena e o degredo para as Índias. Mariana decide seguir com Simão para as Índias.

Teresa morre de desgosto ao ver a passagem do navio que leva Simão para o exílio. Ao saber da morte da amada, Simão não resiste ao choque e também morre no navio. Na hora de jogar o corpo de Simão ao mar, Mariana, desesperada, agarra-se ao cadáver e vai com ele para as profundezas.

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Resumo: Equador (Miguel Sousa Tavares)

Equador

A história começa em Portugal, em fins de 1905. Luis Bernardo Valença é um advogado intelectual e bon vivant de 37 anos, que herdara um próspero negócio de navegação de seu pai. Ele tem opiniões bastante fortes sobre a situação do país, especialmente sobre a administração do outrora próspero império colonial português. Algumas das suas opiniões são publicadas, causam polêmica e chegam aos ouvidos do rei de Portugal, D. Carlos, que o convoca ao palácio real.

D. Carlos convida Luis Bernardo a assumir por dois anos o governo da colônia de São Tomé e Príncipe, na África equatorial. A colônia é grande produtora de cacau e enfrenta a concorrência de outras colônias inglesas na África. O governo inglês acusa Portugal de empregar escravos na região, o que contraria as leis internacionais, e ameaça um boicote ao cacau português, o que prejudicaria seriamente as finanças do país, além de arruinar os fazendeiros locais. Sob pressão inglesa, Portugal havia aceitado a instalação de um cônsul inglês em São Tomé, o que deveria acontecer em alguns meses. A missão de Luis Bernardo era impedir que o cônsul inglês fizesse um relatório desfavorável, mantendo o funcionamento normal da colônia e impedindo o uso de escravos na região, caso isso ocorresse. Luis aceita o posto, pois é uma excelente ocasião de aplicar suas ideias, além de se livrar de incômodas aventuras amorosas. Ele vende seus negócios e parte para seu novo posto na África.

Em março de 1906, Luis Bernardo chega a São Tomé e Príncipe. O lugar é extremamente isolado e de clima violentamente tropical, com muita umidade e vegetação luxuriante, repleto de sensações estranhas para um europeu recém-chegado. A chegada do novo governador causa grande impacto na pequena sociedade local, formada por portugueses brancos, muitos dos quais jamais haviam deixado as ilhas. Luis Bernardo se instala na sua residência oficial e logo demonstra uma atitude amistosa com os criados, Sebastião e Dorotéia, que causa boa impressão nos negros.

O novo governador logo se torna alvo dos comentários de todos na ilha, pelos seus hábitos tão diferentes: banhos de mar em público na praia, as óperas que costuma ouvir à noite, sua educação esmerada, suas maneiras gentis com todos, especialmente com os negros…

Pouco depois de sua chegada, Luis Bernardo oferece um baile de gala, no qual ele causa grande impressão pela sua bela aparência e elegância. Ele se reúne com os principais roceiros da ilha e anuncia sua intenção de visitar todas elas em breve. Luis nota a visível hostilidade dos roceiros, liderados pelo coronel Mário Maltez, dono da roça Rio do Ouro, e discretamente apoiados pelo curador-geral, Germano Valente, inspetor das roças. Eles temem que Luis prejudique ainda mais os negócios, com aquela conversa absurda sobre escravidão. Todos afirmam que os empregados, na maioria angolanos, são livres para voltar para suas casas após o término dos seus contratos de trabalho, mas normalmente preferem não fazer isso. Luis pressente que a situação é bem diferente, mas decide guardar seu julgamento para mais tarde.

Luis Bernardo passa as semanas seguintes visitando as roças e conversando com os encarregados e, sempre que possível, diretamente com os negros. Ele enfrenta sua solidão escrevendo com frequência para seu amigo e confidente João Forlaz, que ficara em Portugal. Durante sua viagem de inspeção, Luis tem um breve relacionamento amoroso com a viúva Maria Augusta, dona da roça Nova Esperança, mas sem maiores envolvimentos emocionais. Ao final das visitas, ele escreve um relatório inicial para o ministro das Colônias, informando que as condições dos trabalhadores são suspeitas, mas que não encontrara provas claras da presença de trabalho escravo na colônia.

Chegam o cônsul inglês, David Jameson e sua esposa, Ann. Os ingleses logo se tornam amigos íntimos de Luis Bernardo, pois têm aproximadamente a mesma idade e cultura, e passam a frequentar-se assiduamente, causando ciúmes na comunidade portuguesa.

Alguns anos antes, David era um jovem e ambicioso funcionário do governo britânico na Índia, onde tivera uma ascensão meteórica. Nos seus primeiros tempos na Índia, David conhecera a jovem e bela Ann Rhys-More, e os dois haviam se casado rapidamente, contra a vontade do pai de Ann, o coronel Rhys-More, que considerava David um pobretão de baixo nascimento. No entanto, a carreira de David seguira de vento em popa, e logo ele foi nomeado governador da província de Assam. Graças ao seu temperamento jovial e amistoso, David tornara-se amigo pessoal do rajá de Goalpar, Narayan Singh, e começara a frequentar o palácio, participando de caçadas, bailes e todo tipo de evento social.

Infelizmente, David sucumbira à tentação do jogo, perdendo uma grande quantia para o rajá. Ele tentara obter o dinheiro que necessita, empenhando secretamente alguns objetos de prata do palácio do governador num prestamista judeu. Por azar, os objetos terminaram sendo confiscados pela polícia, pois haviam sido reconhecidos por um cidadão britânico e dados como roubados. O comerciante judeu havia se defendido, acusando o governador David Jameson de ter entregado os objetos a ele espontaneamente, e apresentando como prova o recibo assinado pelo governador. Para evitar o escândalo da denúncia pública, David se demitira do posto e enfrentara o desprezo do sogro e do vice-rei britânico na Índia. Ann ficara profundamente envergonhada mas permanecera ao seu lado, com a condição de ser uma mulher livre daí em diante. Depois de algumas semanas de indefinição, o vice-rei oferecera a David duas alternativas: aceitar um posto indesejável na remota São Tomé e Príncipe ou voltar em desgraça para a Grã-Bretanha. David aceita São Tomé, na esperança de recomeçar sua carreira, caso corresse tudo bem.

Pouco tempo depois da chegada dos ingleses, Luis Bernardo recebe a visita do seu grande amigo João. A alegria de Luis é visível e seu comportamento descontraído atrai a atenção de Ann. Durante um jantar com João, David e Ann, esta consegue declarar sua paixão para Luis, afirmando que seu casamento não era um obstáculo para eles. Poucos dias depois, João retorna para Portugal, prometendo retornar em breve.

Em março de 1907, Luis completa um ano de governo, e oferece um jantar comemorativo. No entanto, o jantar é um fracasso. Poucos convidados comparecem e os demais se mostram abertamente hostis à presença dos ingleses, em parte devido ao ciúme das mulheres da colônia pela beleza de Ann e em parte por Luis ter demonstrado preferir conviver com os estrangeiros ao invés dos residentes.

Alguns empregados negros fogem da roça Rio do Ouro e são recapturados. Ao invés de serem devolvidos para o coronel Maltez, é aberto um processo judicial por supostos danos causados à propriedade do coronel, conforme tinha sido ordenado anteriormente pelo governador. Luis Bernardo comparece de forma discreta ao julgamento, mas sua presença é notada. Ele constata que o processo será apenas pró-forma e, para espanto geral, abre mão temporariamente da sua posição de governador para assumir a defesa dos negros como simples advogado. Sua atitude causa espanto e profunda irritação nos brancos presentes. A sentença é adiada por alguns dias.

Ao sair do tribunal, Luis é informado da iminente chegada do príncipe D. Luis Filipe, herdeiro do trono português, para uma visita oficial, a primeira de um membro da casa real a São Tomé e Príncipe. Luis Bernardo comunica a chegada do príncipe à comunidade, e inicia os preparativos para recebê-lo. Isso influencia a decisão do juiz, que acaba absolvendo os negros da Rio do Ouro.

Luis Bernardo tem uma crise séria de malária. Durante sua doença, ele delira e chama por Ann. Dorotéia traz Ann para vê-lo e os dois fazem amor na própria cama de Luis. Depois de três dias, Luis Bernardo se recupera e reassume seus deveres oficiais. Ele recebe despachos de Lisboa, informando que a situação internacional piorara e que Ayres d’Ornellas, Ministro das Colônias, viria na comitiva real.

Pouco antes da chegada do príncipe, estoura uma revolta de negros na roça Infante D. Henrique, em Príncipe. Os negros haviam se amotinado por terem sido chicoteados por um capataz, que fora morto pelos revoltosos. Luis Bernardo rapidamente mobiliza a pequena força militar da colônia e segue até Príncipe. Ao chegar, ele encontra os revoltosos barricados numa carpintaria, cercados por empregados brancos armados da D. Henrique, liderados pelo engenheiro Leopoldo. Enquanto Luis analisa a situação, ele é surpreendido pela chegada de David, que viera testemunhar os fatos. Alegando ser um assunto interno da colônia, Luis o despacha de volta, acompanhado por alguns soldados. Aborrecido, o cônsul inglês cede e parte, aborrecido.

Luis Bernardo tenta resolver a situação sem usar violência. Ele manda trazer Gabriel, líder da revolta, que tinha sido capturado pelos brancos antes de poder se refugiar com os demais. Gabriel está em péssimo estado, tendo obviamente sido muito espancado. Luis consegue fazer com que ele sirva de intérprete e negocie a rendição dos negros, sob garantia de que não haverá represálias e que todos terão um julgamento justo. Leopoldo fica furioso com Luis Bernardo, mas este o silencia, lembrando que seu patrão provavelmente o demitiria por deixar que uma revolta cancelasse a visita do príncipe à colônia. Irritado, Leopoldo cede, e a crise termina. Luis coloca Gabriel e os dois empregados acusados da morte do capataz sob sua proteção pessoal, e os leva consigo de volta para São Tomé.

Chega a comitiva real. O príncipe D. Luis Felipe aprecia bastante a visita e fica muito satisfeito com tudo o que vê. Luis Bernardo encontra por acaso David quando ele seguia para uma entrevista em particular com o ministro Ayres d’Ornellas. Interpelado por Luis, David demonstra saber do romance entre o governador e sua esposa. Após a partida de David, o ministro recebe Luis Bernardo. Ayres informa Luis que o inglês afirmara haver escravidão em São Tomé e Príncipe. Luis confessa ter a mesma opinião e se sentir impotente para eliminar isso. Ayres declara estar desapontado com a atuação de Luis, o qual oferece sua demissão, que é recusada pelo ministro. Ayres o repreende por ter seduzido a esposa do cônsul inglês e declara que este havia ameaçado enviar a Londres um relatório duríssimo sobre a colônia. Ele o aconselha a aguentar firme no seu posto, pois também não via uma solução razoável para a situação.

A comitiva real parte da colônia. Ann se mantém afastada de Luis, que se sente cada vez mais solitário e distante de tudo. Ele sente-se bem apenas quando escreve cartas ao seu amigo João, que infelizmente não poderia vir tão cedo para visitá-lo novamente.

Passam-se alguns meses difíceis. Em novembro de 1907, os ingleses afirmam categoricamente que existia escravidão em São Tomé e Príncipe. O governo português desmente. Luis Bernardo ordena que um navio seja preparado para repatriar semanalmente os angolanos cujo contrato vença a partir de janeiro e que queiram voltar ao seu país.

No início de 1908, uns poucos negros embarcam para Angola. No final do mês, Luis Bernardo é procurado pelo curador João Patrício, o mesmo que julgara os negros fugitivos da roça Rio do Ouro. Ele representa os residentes da colônia e vem intimá-lo, de forma arrogante, a se comportar de acordo com os interesses dos portugueses locais daquele dia em diante. Caso Luis se recuse, o curador ameaça mandar prendê-lo por adultério com a esposa do cônsul inglês. Luis Bernardo tem um acesso de fúria e expulsa o curador da sua casa.

Transtornado, ele vai procurar os ingleses. David estava de partida para uma expedição de pesca em alto-mar. Luis vai buscar Ann, para convencê-la a fugir com ele. No entanto, ele a surpreende fazendo amor com Gabriel, o negro que ele havia salvado da roça D. Henrique e que os ingleses haviam tomado a seu serviço.

Em desespero, Luis Bernardo volta para casa. Ele escreve uma carta de demissão e seu testamento e os entrega a Sebastião. Pouco depois, Luis Bernardo se suicida com um tiro em seu gabinete.

Três dias depois, o rei D. Carlos e o príncipe D. Luis Filipe são assassinados em Lisboa e o caso de Luis Bernardo acaba passando despercebido. Em maio de 1908, o cônsul David Jameson é transferido com sua esposa para um novo posto em Colombo, no Ceilão. Em março de 1909, os ingleses declaram haver provas irrefutáveis da existência de trabalho escravo em São Tomé e Príncipe e iniciam um boicote a todo o cacau exportado por Portugal.

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Resumo: Nem Só de Caviar Vive o Homem (J. M. Simmel)

Nem Só de Caviar Vive o Homem

A história começa em maio de 1939. Thomas Lieven é um jovem e bem sucedido banqueiro alemão, elegante, fluente em inglês e francês, que adora cozinhar e ter romances com belas mulheres. Ele está estabelecido em Londres há alguns anos, onde possui um banco em sociedade com o alemão Robert Marlock.

Lieven vai a Colônia visitar Lucia Brenner, uma antiga namorada de Marlock, a pedido dele. Quando ele a encontra, é preso pela Gestapo por evasão de divisas. Marlock havia feito negócios escusos com títulos hipotecários alemães desde 1936 e o enviara a Colônia de propósito para ser preso. Lieven entra em contato com seu antigo colega, o barão von Wiedel, mas ele se nega a ajudá-lo. O destino de Lieven parece ser a condenação aos trabalhos forçados na Alemanha nazista. Ele é visitado por Fritz Loos, comandante local da Abwehr, que propõe cancelar as acusações contra ele caso aceite trabalhar como espião para a Alemanha. Sem alternativa, Lieven concorda. No entanto, seu único interesse é retornar a Londres para interpelar seu sócio e voltar à sua vida normal, ignorando totalmente essa atividade que lhe está sendo imposta.

Lieven é libertado e voa para a Inglaterra. Ao desembarcar em Londres, ele é informado pelo Serviço de Imigração de que não poderá ficar em território britânico, pois foi deportado na véspera. Além disso, seu sócio Marlock desaparecera sem deixar vestígios. Lieven é convidado por Peter Lovejoy, do Serviço Secreto inglês, a se tornar um agente britânico e espionar os alemães. Ele recusa o convite e decide seguir para Paris, onde possui participação num pequeno banco privado, e de lá processar o governo britânico e seu sócio.

Lieven chega a Paris e vai jantar com sua antiga namorada, a atriz Mimi Chambert. Durante o jantar, chega a polícia para prendê-lo. Lieven pede que sua prisão seja adiada até o final da refeição. Os policiais concordam, e seu chefe, o coronel Jules Siméon, junta-se ao casal para o jantar. Siméon revela ser membro do Serviço Secreto francês e propõe que Lieven trabalhe para o Deuxième Bureau, ou será deportado, conforme as ordens assinadas em seu poder. Atônito, Lieven acaba aceitando, afirmando que será uma atividade temporária, até que possa limpar seu nome e processar seu sócio. Fica decidido que ele trabalhará apenas em missões especiais, onde poderá empregar seus conhecimentos financeiros e não precisará aterrorizar ninguém.

No início de junho de 1939, Lieven é levado para um local afastado no interior da França, onde é treinado como agente secreto. Durante o treinamento, ele arranja maneiras de diminuir os incômodos da vida diária, usando alimentos previamente escondidos durante um período de sobrevivência no campo e evitando problemas durante interrogatórios noturnos enchendo seus ouvidos com algodão. Assim, ele passa a ser considerado pelo instrutor-chefe como o melhor dos alunos do curso.

Ao terminar o curso, Lieven recebe um passaporte francês falso com o nome de Jean Leblanc e retorna a Paris. Durante algumas semanas, nada acontece. No final de agosto, Lieven parte de férias com Mimi para Chantilly. Acidentalmente, durante sua estada ele é preso pela polícia por falar no telefone em alemão com Siméon. Ao ser libertado, ele é apresentado ao general Eiffel, chefe do Deuxiéme Bureau, que lhe confidencia estar sem verbas e fortemente necessitado de dinheiro para preparar o país para a guerra que se aproxima. Lieven prepara um plano para conseguir dinheiro, negociando dólares entre diversos países europeus. Em poucos meses, eles conseguem um lucro fabuloso. Em troca, Lieven consegue do governo passaportes franceses falsos, que entrega a alemães pobres refugiados dos nazistas em Paris.

Em maio de 1940, os alemães invadem a França. No mês seguinte, os nazistas se aproximam perigosamente da Paris. Lieven decide fugir para Bordeaux com Mimi, usando um passaporte falso americano. No último momento, ele é convencido por Mimi a levar também o coronel Siméon, que era seu amante. Durante a viagem, Lieven descobre que Siméon levava uma pasta preta com documentos secretos e a lista de todos os espiões franceses na Alemanha, a qual ele deveria entregar a uma pessoa em Toulouse. Na saída da cidade, eles são interceptados por uma coluna do exército alemão. Muito nervoso, Siméon atira no comandante alemão enquanto ele examina os documentos do grupo. Todos são presos e levados de volta para Paris para serem interrogados.

Durante sua entrevista com o general von Felseneck, a falsa identidade de Lieven é desmascarada. Ele convence o general a libertá-los, exibindo sua identificação como agente da Abwehr e dizendo que está conduzindo dois figurões do Serviço Secreto francês para longe da zona ocupada, para evitar que sejam assassinados pela contra-espionagem francesa. O grupo segue para Toulouse, onde esperam encontrar o contato de Siméon. No caminho, Lieven assume a identidade de Jean Leblanc.

Em Toulouse, eles descobrem que o contato de Siméon morreu, mas sua irmã Jeanne, dona de um bordel, estava a par de tudo. O homem que aguardavam, Maurice Débras, ainda não chegara e eles são obrigados a esperar por ele. Devido à falta de acomodações, eles decidem se instalar no bordel. Logo Jeanne e Lieven se tornam amantes e abrem um pequeno restaurante, usando produtos do mercado negro.

Passam-se dois meses. Lieven faz amizade com Walter Lindner, um banqueiro refugiado, que o convida a ir para Buenos Aires com ele, assim que ele se encontrar com a esposa, que está a caminho de Toulouse. Lieven aceita e sonha em retomar uma vida normal, longe da Europa e seus serviços de espionagem.

Durante uma de suas expedições em busca de mantimentos, Lieven chega a um castelo, onde conhece a cantora Josephine Baker e encontra acidentalmente o comandante Débras. Débras também pega a pasta preta com os nomes dos espiões, que tinha sido secretamente colocada no seu carro por Siméon e Mimi. Isso deixa Lieven bastante contrariado, pois ele tinha planejado dar sumiço na pasta e impedir a perda de mais vidas francesas e alemãs. Rapidamente ele formula um novo plano e se oferece para levar a pasta até Lisboa via Marselha junto com o casal Lindner, enquanto Débras viaja para lá via Madri, desviando a atenção de possíveis perseguidores. Eles combinam se encontrar lá e, após a entrega da pasta, seguir para seus respectivos destinos: Débras para a Inglaterra e Lieven para Buenos Aires, junto com os Lindner.

Enquanto isso, acidentalmente o almirante Canaris, chefe da Abwehr, descobre como Lieven enganara o general von Felseneck em Paris e coloca o comandante Loos no encalço dele.

Antes de partir no voo de Marselha para Lisboa, Lieven seduz a aeromoça e faz com que ela carregue a pasta preta na bagagem dela. Para sua surpresa, Loos embarca no mesmo voo e os dois fingem não se conhecer. Ao desembarcar, Lieven sofre uma revista extremamente rigorosa pela polícia portuguesa, mas nada é encontrado com ele. Loos o segue por toda a cidade até que os dois param num café e conversam. Loos declara estar ciente do conteúdo da pasta e oferece dinheiro por ela. Lieven nota que Lovejoy, do Serviço Secreto inglês, também estava ali. Ele fala com os dois isoladamente e faz um leilão entre eles durante vários dias.

Lieven destrói as listas originais e faz três cópias falsas, uma para cada Serviço Secreto, contendo nomes e endereços de pessoas mortas nos bombardeios. Ele vende duas delas para Loos e para Lovejoy, e coloca a terceira na pasta, para ser entregue a Débras. Faltando uma semana para seu embarque para Buenos Aires, Lieven vai ao cassino em Estoril. Lá, ele é abordado por um agente francês que o informa que Débras teve seu passaporte falso confiscado em Madri e precisa de um novo. Lieven se envolve com a bela Estella Rodrigues, viúva do cônsul da Costa Rica, que estava no cassino e consegue obter dezenas de passaportes autênticos vencidos. Mais tarde, ele procura o falsário Reinaldo Pereira, que fabrica novos passaportes a partir dos originais trazidos por Lieven. Um deles é enviado para Débras, que consegue sair da Espanha e se encontrar com Lieven em Lisboa, poucos dias depois. Durante este episódio, alguns agentes da Abwehr são capturados e expulsos do país. Isso enfurece tremendamente o almirante Canaris, que ordena que Lieven seja capturado e trazido vivo para a Alemanha.

Dois dias antes de partir da Europa, Lieven é sequestrado por três agentes alemães e levado num barco para alto-mar, onde iria ser embarcado num submarino. Entretanto, o barco é abalroado por um navio inglês. Todos são lançados ao mar e capturados pelos britânicos. Lieven é levado de volta para Lisboa, sem que sua identidade seja revelada. No entanto, Estella consegue chegar até ele e acidentalmente revela seu nome aos britânicos. Antes que eles consigam identificá-lo, Lieven e Estella fogem.

Lindner consegue telefonar para Lieven e informa que todos os navios estão proibidos de sair de Portugal. Retido no país e sabendo que os serviços secretos em breve descobrirão sua fraude, Lieven faz com que Estella o denuncie à polícia pelo suposto furto de um colar, e ele se refugia na segurança da prisão.

Sem que Lieven saiba, Estella é procurada alguns dias mais tarde pelos ingleses, que revelam que seu amante na verdade era um agente alemão. Horrorizada, a anti-germânica Estella parte para a Costa Rica, levando toda a fortuna de Lieven e abandonando-o na prisão. Na mesma época, Lindner consegue mandar uma carta avisando que partira da Europa.

Na prisão, Lieven faz amizade com o corcunda Lázaro Alcoba, que, em troca da boa comida feita por ele, lhe ensina inúmeros truques de ladrões. Várias semana se passam. Lieven descobre que Estella partiu e conclui que é necessário fugir da prisão antes que ela piore as acusações contra ele. Lieven e Lázaro falsificam uma ordem de soltura para o corcunda e consegue ser libertado, trocando de lugar com Lázaro e simulando sua aparência. Assim que é solto, Lieven procura Reinaldo Pereira para conseguir um novo passaporte. Na casa de Pereira, Lieven conhece Chantal Tessier, amiga do comandante Débras e chefe de uma quadrilha de ladrões, que também viera em busca de passaportes falsos, os quais ela usa para levar clandestinos para a França via Espanha. Aparentemente, a fraude de Lieven ainda não tinha sido descoberta pelos franceses.

No entanto, Lieven já está sendo caçado pelos alemães e pelos ingleses. Loos e Lovejoy se encontram e, de comum acordo, decidem assassinar Lieven. O assassino mata Lázaro por engano, pois ele havia sido libertado e tinha a descrição de Lieven ao sair da prisão. Com a morte de Lázaro, Lieven aceita o convite de Chantal e segue com ela até Marselha. Durante a viagem, os dois se tornam amantes.

Pouco depois de chegarem a Marselha, Chantal revela que traíra Lieven, entregando-o a Siméon em troca de perdão por alguns crimes que ela havia cometido tempos atrás. Lieven se deixa capturar, deduzindo que Débras também estará por perto. Os dois levam Lieven, deixando Chantal arrasada de remorsos. Os franceses tentam simular a execução de Lieven, mas ele não acredita na encenação. Siméon e Débras o convencem a voltar a trabalhar para eles, encarregando-o de enfrentar dois colaboracionistas franceses, Bauvier e de Lentier, que trabalham para a Gestapo.

Lieven volta para Chantal e se reconcilia com ela. Pouco depois, ele assume a identidade de Pierre Hunebelle e procura os dois colaboracionistas, propondo negócios com ouro no valor de duzentos milhões de francos. Lieven é seguido por Bastien Fabre, braço direito de Chantal, que informa ao bando toda a conversa. Lieven e Bastien preparam falsos lingotes de ouro com chumbo no interior. Durante o lento processo, os dois fazem uma disputa culinária e Lieven consegue a amizade de Bastien através do belo prato que prepara.

Lieven vende o ouro falso aos dois colaboracionistas e os denuncia a Siméon, informando o horário e o local mais apropriado para os interceptarem e recuperarem o ouro e as divisas que estão levando para a Alemanha. No entanto, Bastien e Chantal se antecipam e roubam tudo o que os dois transportavam. Lieven vai até a casa de Bastien e obriga os dois a devolverem tudo a Siméon, ficando apenas com o dinheiro que tinham conseguido com a venda dos lingotes falsos.

Chantal tem grande dificuldade em fazer com que os homens do bando aceitem Lieven, o que só conseguem depois que ele faz uma refeição magistral para todos.

A prisão de Bauvier e de Lentier chama a atenção dos nazistas, que descobrem que Lieven estava vivo.

Chocado com as mortes de franceses e alemães durante as lutas contra a Resistência, o pacifista Lieven decide revisar seus conceitos e se associar aos negócios de Chantal, abandonando sua colaboração com o Serviço Secreto francês. Ele modifica o modo de agir da quadrilha, transformando os homens em sofisticados vigaristas. O bando passa a aplicar golpes em indivíduos ricos mas de péssima reputação com o povo.

As operações da quadrilha são um sucesso e afetam os negócios dos bandos rivais. Dante Villaforte, chefe de um desses bandos, descobre que Lieven era procurado pela Gestapo e o denuncia.

Em julho de 1942, Lieven é sequestrado e levado para a prisão da Gestapo em Paris, onde é interrogado e torturado durante semanas. Lieven é resgatado pela Abwehr, que o liberta com a condição de voltar a trabalhar como agente alemão.

Após um período de treinamento, Lieven recebe uma identidade falsa britânica e é lançado de paraquedas numa área dominada pela Resistência francesa. Como capitão Everett, ele se infiltra no maquis de Crozant, liderado pelo professor Débauché e comandado pela bela e corajosa Yvonne Deschamps. Lieven os treina no uso de um radiotransmissor. Os resistentes pensam estar em contato com o Ministério da Guerra em Londres, mas na verdade estão conectados com a equipe de Lieven na Abwehr em Paris.

Naquela noite, Yvonne se oferece a Lieven mas ele a rejeita, deprimido pela recente notícia da morte de Chantal, assassinada por Villaforte. Yvonne passa a odiá-lo por ter sido desprezada.

Durante meses, Lieven e sua equipe mantêm os resistentes de Crozant imobilizados através de trocas de mensagens burocráticas. No entanto, os resistentes se impacientam com “Londres” e, incitados por Yvonne, começam a suspeitar que o capitão Everett era uma fraude. Finalmente, Lieven consegue persuadir seus chefes a deixarem que os resistentes destruam uma ponte. A escolha recai sobre uma importante ponte que estava prestes a desmoronar e que representava um transtorno para os alemães.

A operação é um sucesso e a ponte é destruída. Entretanto, na ausência dos principais líderes, alguns resistentes de Crozant transmitem nomes e endereços para “Londres”, na esperança de serem condecorados e revelando suas identidades aos alemães, o que tinha sido ocultado por Lieven até então. Para evitar um mal maior, Lieven consegue o comando da operação de captura. Horas antes, ele procura o professor Débauché e Yvonne e confessa seu esquema. Com muita dificuldade, Lieven os convence a ordenar ao maquis que não haja resistência à prisão. No dia seguinte, todos são presos pelos alemães, sendo levados para um campo de prisioneiros, onde ficam em segurança até o final da guerra.

Lieven passa a investigar o mercado negro em Paris. Ele convida para jantar o banqueiro Jean-Pierre Ferroud, um dos líderes do mercado negro, que tenta suborná-lo para que ele cancele sua investigação. Lieven recusa a oferta.

Dias mais tarde, Lieven recebe um convite de Ferroud e vai até a casa dele para jantar. Ele nota que a família está terrivelmente nervosa, e ajuda a preparar a refeição. Para sua surpresa, Lieven reencontra Yvonne Deschamps, que era prima de Ferroud e estava escondida da Gestapo na sua casa. Ele decide enviá-la para Portugal via Marselha, disfarçada como agente da Abwehr. Durante a viagem de trem até Marselha, Yvonne descobre que Lieven tinha sido torturado pela Gestapo e o perdoa.

De volta a Paris, o agradecido Ferroud coloca Lieven na pista de uma inundação de bônus romenos do Tesouro na França, que acontecia em tal escala que necessitaria da participação de alemães. Lieven informa seus superiores sobre o assunto e eles retrucam dizendo que Ferroud acabara de ser preso pelo Serviço de Segurança (SD), acusado do assassinato do major Petersen, membro do SD e ligado a altos figurões nazistas.

Lieven consegue que a Abwehr assuma a investigação do assassinato e vai até Marselha, onde procura os antigos membros do bando de Chantal em busca de informações. A seu pedido, eles fazem uma rápida investigação e descobrem o assassino de Petersen, que estava moribundo. Lieven leva as informações à Abwehr e eles organizam uma batida nos apartamentos de Petersen. Depois de algum tempo, eles descobrem ouro, divisas e títulos ocultos por Petersen em locais com objetos eróticos. As provas permitem desmascarar todo o bando, que inclui um cunhado de Himmler, o poderoso chefe da SS.

Lieven continua a realizar missões em Marselha, e consegue mandar prender Villaforte como espião e colaboracionista. Em agosto de 1944, os Aliados libertam Marselha. Lieven destrói seus documentos alemães e assume a identidade do capitão Everett. Enquanto festeja a libertação com os franceses, Lieven é preso pelo coronel Siméon e é levado para a prisão em Paris.

Depois de duas semanas, Lieven é retirado da cadeia com o aviso que será fuzilado. No entanto, ele acaba sendo entregue ao coronel Débras, que havia sido avisado por Ferroud da sua prisão. Lieven volta a trabalhar para os franceses, agora no Serviço de Busca de Criminosos de Guerra. Ele assume a identidade do capitão René Clairmont e é transferido para Baden-Baden, na Alemanha Ocidental. Em pouco tempo, Lieven localiza um depósito clandestino de mantimentos, preparado pelos nazistas. Além de resgatar os alimentos e entregá-los às autoridades, ele passa a vigiar o local, capturando várias ex-autoridades nazistas que vinham em busca dos suprimentos.

Graças a uma denúncia do coronel Siméon, Lieven é demitido do Serviço de Busca de Criminoso de Guerra por ter sido um agente alemão, mas desaparece antes de ser preso. Meses mais tarde, ele reaparece em Paris, onde se encontra com seu velho amigo Bastien. Os dois organizam um golpe com o barão Koutousov, que se faz passar por comissário soviético e requisita aos franceses a ração de álcool devida aos cidadãos soviéticos. Com o álcool recebido, os três fabricam bebidas alcoólicas e as revendem por preços astronômicos ao Exército francês. Em junho de 1946, Bastien e Lieven se mudam para Munique, levando seus lucros.

Alguns meses depois, os dois organizam novo golpe. Sob a identidade de Peter Scheuner, Lieven obtém dos nazistas ocultos na Áustria cubos de urânio e planos de armas secretas. Os cubos são vendidos para os argentinos e as armas, devidamente modificadas para não funcionarem, são negociadas com vários clientes. Durante as negociações, Bastien é preso pelos soviéticos em Zwickau, na Alemanha Oriental. Lieven vai até lá para negociar a liberdade do seu amigo.

Ao chegar a Zwickau, Lieven se envolve numa briga com um militar soviético por causa da sua esposa, que flertava com Lieven. No dia seguinte, Lieven descobre que o comandante soviético, coronel Melanine, e sua esposa Dounya eram o mesmo casal do bar. Melanine se desculpa pelo comportamento ciumento da véspera e negocia duramente com Lieven. Enquanto isso, Dounya se oferece descaradamente para Lieven, e pede que ele a leve para o Ocidente.

Após longas negociações, Lieven troca os planos das armas pela liberdade de Bastien e de Ruben Akhazian, um armênio que propusera negócios lucrativos com a venda de materiais de guerra alemães para estrangeiros. Os três seguem para Munique e decidem trocar de identidade, antes que soviéticos, britânicos e franceses venham atrás deles por causa dos planos falsos. Na véspera de partirem, Dounya aparece e se impõe como companheira de Lieven, ameaçando denunciá-los se ele a abandonar.

O grupo muda-se para Wiesbaden, onde se dedicam a vender todas as sobras de guerra que podem para guerrilheiros de além-mar, sempre tomando o cuidado de inutilizar as armas e as munições. Enquanto isso, Dounya se mostra cada vez mais exigente e possessiva com Lieven.

Certo dia, aparecem dois oficiais soviéticos que entregam a Dounya uma certidão de divórcio. Imediatamente, ela começa a providenciar seu casamento com Lieven, que se mostra bastante infeliz. No entanto, o casamento não acontece devido à ação de Bastien, que simula o sequestro de Dounya por falsos agentes soviéticos, o que faz com que ela abandone Lieven e parta às pressas para os Estados Unidos.

Pouco tempo depois, Lieven investe os lucros obtidos nos seus negócios em carros americanos. Logo a seguir, acontece uma imensa desvalorização da moeda alemã, e os carros são revendidos com lucros fabulosos.

Bastien e Lieven mudam-se para Zurique, onde passam a comprar grandes quantidades de ações de empresas alemãs. Certo dia, Lieven acidentalmente vê seu antigo sócio Marlock num noticiário de cinema. Após algumas investigações, Lieven descobre que Marlock agora se chamava Pretorius e tinha um pequeno banco em Hamburgo. Ele prepara um plano para se vingar de Marlock. Como precaução, Bastien leva parte do dinheiro de Lieven para Dusseldorf, onde compra uma casa. Enquanto isso, Lieven aciona Akhazian e o emprega como testa-de-ferro para comprar uma fábrica decadente em Stuttgart, gastando grande parte da sua fortuna.

Mais tarde, Akhazian procura Marlock e o convence a participar do negócio com a fábrica, cujas ações estavam se valorizando cada vez mais. O ganancioso Marlock aceita e, em paralelo com sua participação oficial, compra em segredo mais ações. Lieven prepara a venda da sua parte através de divisas bloqueadas, que Akhazian converte em dinheiro vivo a partir das divisas entregues legalmente por Marlock. No entanto, Akhazian desaparece com o dinheiro e denuncia tanto Lieven quanto Marlock. Os dois são presos e julgados. Lieven é condenado a três anos e meio de prisão. Por sua vez, Marlock recebe uma sentença de quatro anos de cadeia, é proibido de exercer a profissão de banqueiro, além de ter a falência do seu banco decretada. Marlock estava arruinado para sempre.

Lieven é libertado em maio de 1954. Bastien o aguarda na porta da prisão. Os dois fazem uma longa viagem de férias e voltam à Alemanha em meados de 1955.

Em abril de 1957, Lieven recebe para jantar o sr. Schallemberg, proprietário de uma fábrica de papel especial para impressão de ações. Lieven o chantageia, ameaçando contar às autoridades o seu passado como nazista procurado pelos poloneses, e consegue uma grande quantidade do papel especial, com o qual imprime um lote de ações falsas no valor de 1 milhão de marcos. A seguir, sob o nome de Wilfried Ott, consegue com o empresário Pierre Muerrli um empréstimo de 750 mil francos suíços, dando as ações falsas como garantia, com o compromisso de não resgatá-las antes de decorridos 2 anos.

Durante as negociações, Lieven entra em contato com a bela Hélène de Courville, sobrinha do barão de Courville, que também estava interessada nas ações. Lieven e Hélène se envolvem num romance, que os leva a viajar pela Côte d’Azur. Depois de uma semana, ela se diz apaixonada por ele e confessa ser na verdade uma agente do FBI, encarregada de capturá-lo.

Lieven aceita conversar pessoalmente com Edgar Hoover, chefe do FBI. No embarque para Nova York, ele conhece a bela Pamela Faber, agente do FBI encarregada de levá-lo até Hoover. Ela é extremamente parecida com Chantal, adora cozinhar e encanta profundamente Lieven.

Em Nova York, Hoover diz que o trouxe porque ele conhece Dounya Melanine e ela estava envolvida com espiões soviéticos. Lieven concorda em trabalhar para Hoover, com a condição que esta seja sua última missão.

Lieven reencontra Dounya, que lamenta o desaparecimento do seu amante, um espião soviético que se entregara aos americanos em Paris para livrar-se dela. Depois de longas investigações, em junho de 1957 Lieven consegue capturar o super-agente secreto soviético Rodolph Abel, além das provas para incriminá-lo e condená-lo à morte. A seu conselho, Abel não é executado, pois é valioso para uma futura troca. Anos mais tarde, Abel é trocado por Gary Powers, piloto de um avião espião americano abatido durante uma missão sobre a União Soviética.

Como recompensa, é permitido que Thomas Lieven morra. Um cadáver apropriado é encontrado, passa por uma cirurgia plástica e é abandonado no mar, próximo a Lisboa, com os documentos de Thomas Lieven. Os agentes secretos de vários países comparecem ao funeral e confirmam para seus superiores a morte de Lieven.

Quanto ao verdadeiro Thomas Lieven, ele também sofre uma cirurgia plástica, trocando de rosto. Com sua nova identidade de Roger Thompson, ele casa-se com Pamela, recupera as ações falsas em Zurique e as destrói. Com o lucro conseguido, o casal abre um pequeno restaurante.

A história termina com Lieven contando sua vida ao autor e exaltando a paz e o entendimento entre os homens.

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  • Artigo link externo sobre J. M. Simmel na Wikipedia.

 

Resumo: A Cidade e as Serras (Eça de Queirós)

A Cidade e as Serras

O narrador Zé Fernandes pretende demonstrar ao leitor a tese segundo a qual a vida no campo é superior à vida urbana. Para comprová-la, relata a trajetória de seu amigo, Jacinto. Herdeiro de grande fortuna obtida através da exploração de propriedades agrícolas de Portugal, Jacinto nasceu em Paris e adorava a cidade. Segundo ele, a capital francesa era o exemplo perfeito de civilização, o único espaço em que o ser humano poderia ser plenamente feliz. Chegou a criar uma fórmula, que mostrava que a “Suma Ciência” (tecnologia e erudição) multiplicada a “Suma Potência” (capacidade humana), conduzia à “Suma Felicidade”.

Jacinto e Zé Fernandes se conheceram na Universidade em Paris, mas este último teve que retornar a Portugal por motivos familiares e eles se separaram. Durante sete anos, Zé se dedicou à administração da propriedade rural de sua família em Guiães, nas serras portuguesas. Resolvido a tirar um tempo para descansar, foi a Paris rever o amigo. Encontrou-o entristecido e corcunda, muito distante da vivacidade da juventude. Seu estado de espírito causava espanto, porque Jacinto tinha transformado seu palacete, no número 202 da Avenida dos Campos Elísios, em uma verdadeira demonstração de sua fórmula juvenil, dotando-o dos maiores avanços tecnológicos da época e de uma vasta biblioteca.

A despeito dessa maquinaria do conforto, Jacinto era infeliz. As amizades eram falsas e superficiais, a tecnologia de que se cercava não funcionava a contento e, por fim, os livros que lia lhe causavam aborrecimento.

Ao receber a notícia de um desabamento em sua propriedade em Tormes, localidade próxima a Guiães, Jacinto decidiu ir até lá. Depois de ordenar reformas no lugar, partiu com o amigo.

O atraso e a rusticidade de Tormes surpreenderam Jacinto no primeiro contato. Aos poucos, porém, a natureza o encantou e ele resolver ficar. Reencontrando a antiga disposição, dedicou-se a algumas reformas na propriedade, melhorando as condições de vida dos empregados e estabelecendo com eles novas relações de trabalho.

Apaixonado por Joaninha, prima de Zé Fernandes, instala-se definitivamente nas serras. Da modernidade parisiense, admite apenas a instalação do telefone, que lhe parece útil ali. Assim, Jacinto encontra a “Suma Felicidade” bem distante da civilização. E Zé Fernandes dá sua tese por comprovada.

Veja Também:

  • Artigo sobre Eça de Queirós na Wikipedia.

 

Resumo: Os Lusíadas (Luís de Camões)

Os Lusíadas

Canto I – O Poeta declara sua intenção de celebrar os feitos lusitanos, suas navegações e suas conquistas. Ele invoca as Tágides (ninfas do rio Tejo) para que lhe dêem inspiração e dedica o poema ao rei D. Sebastião.

A narrativa se inicia com um concílio dos deuses sobre a ousada decisão dos portugueses de explorar o mundo: devem favorecê-los ou impedi-los? Júpiter é favorável; Baco, ferrenhamente contrário; também são a favor Marte e Vênus, esta por ver nos portugueses a raça latina descendente de seu filho Enéias. Baco, derrotado na assembleia divina, põe em ação a sua hostilidade contra os lusitanos, procurando impedir que cheguem à sua Índia, e para isto se valendo da gente africana, que lhes arma ciladas.

Canto II – Os portugueses chegam a Mombaça, onde continuam as hostilidades de Baco através da traição dos mouros: os navegadores seriam sacrificados se aceitassem o traiçoeiro convite do rei para desembarcarem. Vênus, porém, de novo os salva, intercedendo junto a Júpiter. A seguir, é apresentado um retrato de Vênus. Júpiter profetiza os gloriosos feitos lusíadas no Oriente e envia Mercúrio a Melinde, a fim de predispor os naturais desta cidade a bem acolherem os portugueses, o que de fato acontece. O rei de Melinde pede a Vasco da Gama lhe narre a história de Portugal.

Canto III – Vasco da Gama invoca à Calíope, musa da eloquência e da epopeia, e começa sua narrativa. São apresentadas a geografia e a história de Portugal, destacando a batalha de Ourique, a guerra contra os mouros, a batalha do Salado e a história de Inês de Castro, que depois de morta foi Rainha.

Canto IV – Prossegue a narrativa de Vasco da Gama, com relevo para Nuno Álvares Pereira e as batalhas contra os castelhanos, sobretudo a de Aljubarrota, as conquistas na África, a batalha de Toro, o reinado de D. Manuel e seu sonho do domínio das Índias, a partida para o Oriente e as famosas imprecações do Velho do Restelo.

Canto V – Partida da expedição de Vasco da Gama. A tromba marinha. Na Ilha de Santa Helena; aventura de Fernão Veloso. O gigante Adamastor. Conclusão da narrativa de Vasco da Gama.

Canto VI – Festas aos lusos em Melinde e partida da frota para Calecute. Novas tramas de Baco, junto a Netuno, no fundo dos mares. Descrição do reino de Netuno. Fernão Veloso narra o episódio dos Doze de Inglaterra para distrair a monotonia de bordo. Tempestade provocada pelo traiçoeiro Baco, com nova intervenção de Vênus, que amaina o furor dos ventos. Chegada a Calecute, onde Vasco da Gama celebra ação de graças e elogio da verdadeira glória.

Canto VII – Chegada à Índia. Elogio de Portugal pelo Poeta. Descrição da Índia. Encontro com o mouro Monçaide, que descreve a Índia. Portugueses recebidos pelo regente dos reinos – o Catual ou Samorim. Troca de gentilezas e informações. O Poeta novamente invoca as musas para, inspirado, prosseguir no canto.

Canto VIII – Paulo da Gama, irmão de Vasco, narra ao Catual a história dos heróis portugueses: Luso, Ulisses, Viriato, Sertório, D. Henrique, Afonso Henriques e Egas Moniz, entre outros. Baco insiste na perseguição, instigando em sonhos os chefes dos nativos. Hostilidades, retenção do Gama em terra, que só se liberta a poder de dinheiro. O Poeta lamenta o poder corruptor do vil metal.

Canto IX – Retenção de Álvaro e Diogo, portadores da “fazenda”, mero pretexto para deterem-se os descobridores europeus. Por fim, libertados, recolhem às naus que preparam a volta à pátria. Vênus resolve premiar os heróis com prazeres divinos: a Ilha dos Amores e seu simbolismo.

Canto X – Banquete de Tétis aos portugueses, na Ilha dos Amores. Canta uma ninfa profecias de Proteu. Nova invocação do Poeta a Calíope, que permita condigna conclusão do poema. Relembrança das profecias da Ninfa; glórias futuras de Portugal no Oriente. Tétis mostra ao Gama a máquina do Mundo, como a viu Ptolomeu – céus e terras, com destaque para a Ilha de São Tomé. Partida da Ilha dos Amores e regresso a Portugal. Desalento do Poeta. Fala final a D. Sebastião e conclusão do poema.

Veja Também:

  • Artigo sobre Luís de Camões na Wikipedia.

 

Resumo: Cândido (Voltaire)

Cândido

A história começa na província de Vestfália, na Alemanha. Cândido é um jovem ingênuo que vive no castelo do barão Thunder-ten-tronck, juntamente com a baronesa, seu filho e a bela filha do casal, Cunegundes. O tutor da casa é o sábio Pangloss, especialista em metafísica, e que possui uma firme crença que este é o melhor dos mundos possíveis, mesmo se acontecem inúmeras desgraças e tragédias.

Um dia, Cândido é expulso do castelo ao ser surpreendido pelo barão beijando Cunegundes, pois o barão considera Cândido indigno de Cunegundes, já que não é suficientemente nobre de nascimento. Sem saber o que fazer, Cândido vai parar na aldeia vizinha, onde acaba sendo recrutado à força pelo exército dos búlgaros, que estavam em guerra contra os ávaros. Recebe o treinamento militar debaixo de pancadas, como era costume, mas aprende tão rápido que apanha pouco, e é considerado um prodígio. Ingenuamente, Cândido tenta dar um passeio sem autorização; é considerado um desertor e é severamente espancado. Pouco depois de ser curado, Cândido participa de um combate, onde testemunha os horrores da guerra e as atrocidades que os exércitos búlgaros e ávaros fazem às aldeias próximas.

Cândido consegue fugir para a Holanda. Lá, ele é maltratado e ameaçado pelos cidadãos por pedir esmolas, até que encontra Jaques, um anabatista que o trata bem, dando-lhe comida, abrigo e algum dinheiro. Pouco depois, Cândido reencontra Pangloss, transformado em um mendigo e devastado pela sífilis. Ele conta a Cândido que os búlgaros destruíram o castelo do barão e mataram toda a família, inclusive Cunegundes, que foi violentada antes de ser morta. Cândido fica arrasado com a notícia. Mesmo assim, Pangloss continua afirmando que tudo o que aconteceu é o melhor possível, mesmo que pareça ser horrível e sem sentido. Jaques também acolhe Pangloss e trata da sua doença. Pangloss se recupera rapidamente, perdendo apenas uma orelha e um olho.

Meses mais tarde, Cândido, Jaques e Pangloss viajam de navio até Lisboa. Perto da cidade, uma terrível tempestade afunda o navio e Jaques se afoga, após ter salvo um marinheiro de péssima índole que o deixa cair no mar sem fazer um gesto para ajudá-lo. Apenas Cândido, Pangloss e o marinheiro sobrevivem ao naufrágio. Assim que chegam à terra firme, eles presenciam um terrível terremoto que destrói Lisboa. Cândido fica seriamente machucado, enquanto o marinheiro parte em busca de algo para saquear. Pangloss insiste com Cândido que tudo o que aconteceu é o melhor possível. A sua conversa é ouvida por um padre inquisidor, que considera ambos heréticos, um por falar sobre uma teoria que é uma negação do pecado original e o outro por escutar atentamente tal blasfêmia. Ambos são presos pela Inquisição no dia seguinte. Dias depois, quando é feito um auto-de-fé público para aplacar a ira de Deus, várias pessoas são executadas, inclusive Pangloss, que é enforcado, e Cândido, que é chicoteado e libertado. Apesar do auto-de-fé, a terra treme ainda mais violentamente do que antes.

Depois da cerimônia, Cândido é interceptado por uma velha, que trata de seus ferimentos e o leva até Cunegundes. Ela conta que sobreviveu à invasão dos búlgaros, ao estupro e à seu quase assassinato. Depois de várias peripécias, Cunegundes tornou-se a amante de Dom Issacar, um poderoso e influente judeu, e do Inquisidor-Mor de Lisboa. Ambos a visitam em dias alternados. Enquanto conversam, chega Dom Issacar, já que é noite de sábado, dia em que visita Cunegundes. Após uma discussão, Cândido mata o judeu. Pouco depois, chega o Inquisidor-Mor, pois já passa da meia-noite e agora é domingo, seu dia com Cunegundes. Ele também é morto por Cândido.

Cândido, Cunegundes e a velha fogem para Cádiz. Lá, Cândido se oferece como voluntário para combater os jesuítas no Paraguai. Eles partem para Buenos Aires. Quando eles chegam, o governador Dom Fernando de Ibarra y Figueroa y Mascareñas y Lampurdos y Souza se apaixona por Cunegundes e a pede em casamento, sem saber que ela está comprometida com Cândido, pois o casal achou mais prudente ocultar seu relacionamento. Cândido foge ao ser avisado pela velha que atracou no porto um navio espanhol trazendo perseguidores do assassino do Inquisidor-Mor. Cunegundes e a velha ficam para trás, confiantes na sua inocência e na proteção do governador.

Em companhia do seu criado Cacambo, Cândido se embrenha na floresta, disposto a se juntar aos jesuítas. Para sua surpresa, ao chegar na aldeia dos jesuítas, Cândido descobre que seu comandante é o filho do barão e irmão de Cunegundes. O novo barão de Thunder-ten-tronck explica que foi dado como morto, mas conseguiu sobreviver e, graças à acolhida que teve pelos padres, acabou tornando-se jesuíta e indo residir no Paraguai. No entanto, o encontro entre os dois fica tenso quando Cândido conta que pretende desposar Cunegundes e o barão o proíbe, alegando que ele não é suficientemente nobre para isso. Eles discutem, e Cândido o atravessa com sua espada. Cândido se disfarça de jesuíta e foge junto com Cacambo pela floresta. Eles são capturados pelos orelhões, uma tribo de canibais que se prepara para devorar Cândido, pois julgam que ele é um jesuíta. Cacambo consegue convencê-los que Cândido na verdade não é um jesuíta; os orelhões ficam tão contentes que os libertam, os cumulam de favores e os acompanham em segurança até a fronteira das suas terras.

Cacambo convence Cândido a tentar retornar à Europa via Caiena, mas eles não conhecem o caminho. Acabam se perdendo, passando fome e sede e, depois de vagarem por muito tempo, chegam ao reino do Eldorado. São bem acolhidos pelo povo e ficam muito espantados ao ver que as riquezas são tão abundantes que o ouro e as pedras preciosas são tratadas como lixo. Além disso, descobrem que o povo é justo e bondoso, e é governado de maneira muito sensata e humana pelo rei. Após um mês vivendo no Eldorado, Cândido convence Cacambo a partirem, levando algumas riquezas do país, e que seriam suficientes para resolver todos os seus problemas. Embora lamentasse a sua decisão, o rei os ajuda a partir, construindo uma máquina que os transporta acima das montanhas que cercam o país. Cândido e Cacambo partem com 102 carneiros vermelhos cobertos de joias. Ao longo da viagem, uns se perdem, outros morrem de cansaço, até que só restam dois carneiros. Finalmente, chegam ao Suriname, onde Cândido descobre que Cunegundes tornou-se a amante do governador de Buenos Aires. Cândido envia Cacambo a Buenos Aires com muitos diamantes para comprar a liberdade de Cunegundes e levá-la até Veneza, onde ele pretende encontrá-los. Cacambo parte, e Cândido trata de preparar sua viagem para a Europa. Um capitão holandês cobra um preço extorsivo para levá-lo e, na hora de zarpar, deixa Cândido no porto e foge com seus carneiros cheios de joias. Cândido, indignado, procura um juiz para queixar-se do ocorrido, mas o juiz o ignora e ainda o multa por comportar-se mal durante a audiência. Desgostoso, Cândido consegue passagem para Bordéus num navio francês, e decide levar como companheiro de viagem uma pessoa que tenha tido ainda mais sofrimentos do que ele. Após ouvir as lamúrias muitos candidatos, Cândido escolhe Martinho, um sábio pessimista, e parte com ele para a França.

Durante a viagem, eles discutem filosofia e assistem a um combate naval entre um navio espanhol e um holandês. O barco holandês é afundado, e Cândido recolhe do mar um dos seus carneiros vermelhos, pois o barco derrotado era o mesmo que o abandonara no Suriname.

Chegando na França, Cândido e Martinho dirigem-se a Paris. Cândido fica doente e é rodeado por interesseiros. Perde muito dinheiro no jogo e com diversos vigaristas. Fartos da França, Cândido e Martinho seguem para a Inglaterra, onde testemunham a execução de um almirante que não matara gente suficiente em um combate. Enojado, Cândido sequer desembarca, e segue sem demora para Veneza.

Em Veneza, não encontram sinal de Cacambo. Martinho diz que certamente ele traiu Cândido, pois possuía muitas riquezas. Cândido não consegue acreditar nisso. Durante alguns dias, eles conhecem melhor a vida dos venezianos. Finalmente, Cândido reencontra Cacambo em uma hospedaria. Ele contou que deu dois milhões para o governador de Buenos Aires e libertou Cunegundes e a velha, mas foram atacados por piratas e transformados em escravos. Cacambo agora era escravo do ex-sultão dos turcos, que estava em Veneza para o Carnaval, e a velha e Cunegundes estavam em Constantinopla, onde eram escravas de um antigo príncipe da Transilvânia, sendo que Cunegundes tinha ficado horrivelmente feia. Cândido diz que é fiel à sua palavra de desposar Cunegundes, mesmo que ela tenha se tornado tão feia. Eles convencem o capitão da galera turca que leva Cacambo e seu amo de volta à Constantinopla a levá-los como passageiros.

Durante a viagem, Cândido reencontra Pangloss e o barão, irmão de Cunegundes, remando como prisioneiros na galera. Chegando à Constantinopla, Cândido resgata Cacambo, Pangloss e o barão e convence o capitão da galera a levá-los diretamente à Propôntida, onde vivia Cunegundes. Enquanto isso, o barão e Pangloss contam suas peripécias. Apesar de tudo, Pangloss insiste em que tudo o que aconteceu é o melhor possível.

Finalmente, eles reencontram a velha e Cunegundes. Cândido as resgata, e, apesar da aparência repulsiva de Cunegundes, ele mantém sua palavra e decide casar com ela. O barão novamente o proíbe de casar com sua irmã. O grupo decide se livrar do desagradável barão, devolvendo-o às galés de onde tinha sido resgatado. Finalmente, Cândido e Cunegundes se casam.

Todos se estabelecem em uma pequena fazenda. A vida não é fácil, e todos se mostram insatisfeitos depois de algum tempo. Depois de muitos debates filosóficos entre Cândido, Martinho e Pangloss, Cândido declara que a única maneira de ser feliz e fugir dos aborrecimentos e das frustrações é parar de filosofar e continuar a cultivar o seu jardim.

Veja Também:

  • Artigo sobre Voltaire na Wikipedia.