Resumo: Uma Cama Terrivelmente Esquisita (Wilkie Collins)

A história se passa em Paris, em meados do século XIX.

Faulkner, o narrador, terminou seus estudos universitários, e explora os divertimentos da cidade. Certa noite, cansado dos estabelecimentos respeitáveis, ele visita uma casa de jogo de baixo nível, onde várias personagens desagradáveis jogam Rouge et Noir. Ele começa a ganhar uma grande quantia, o que provoca bastante interesse e excitação entre os outros jogadores. Um homem idoso de aspecto dissoluto, antigo soldado do exército francês, faz diversos comentários sobre a sorte do narrador, e o encoraja a continuar.

O narrador continua ganhando, até que a banca quebra e o jogo termina. O velho soldado aconselha-o a guardar os seus ganhos num lenço bem amarrado. Eles bebem champanhe com todos os presentes. O velho soldado traz café para os dois, enquanto os outros jogadores se vão embora; ele parece ansioso para que o narrador não esteja bêbado quando for para casa com os seus ganhos. O narrador sente-se tonto e o velho soldado aconselha-o a passar ali a noite, pois não é seguro ir para casa.

O quarto onde vai pernoitar, no primeiro andar, contrasta com o ambiente do andar de baixo, mas o narrador está consciente dos possíveis perigos. Tranca a porta do quarto e deita-se na cama, que é uma cama de dossel, com os seus ganhos debaixo do travesseiro. No entanto, ele não consegue dormir. O narrador tenta se distrair estudando os objetos do quarto, que incluem um lavatório, cadeiras e um quadro na parede. Ele contempla por algum tempo o luar que ilumina a parede, que lhe recorda um antigo piquenique do qual participara.

Esta recordação é interrompida quando ele percebe de que o teto da cama está descendo lentamente. Mesmo entorpecido, ele se afasta quando o dossel, que contém um grosso colchão, se aproxima e alcança a cama, evidentemente para sufocar o ocupante. Ao que parece, o dossel é movido por um parafuso de madeira que atravessa o teto. Após alguns minutos, o dossel regressa gradualmente à sua posição original.

O narrador conclui que seu café foi drogado, mas a quantidade provavelmente era grande demais para que ele adormecesse, como planejavam. Tomando muito cuidado para não fazer nenhum ruído, ele foge do quarto, saindo pela janela e descendo por um cano de esgoto. Ele se dirige a uma delegacia de polícia, onde um subprefeito, que por acaso está discutindo um homicídio recente com colegas, logo fica interessado na história do narrador. Ele regressa com o subprefeito e vários assistentes, que prendem os residentes da casa de jogo e investigam a máquina que moveu o dossel da cama.

O subprefeito especula que muitos dos indivíduos encontrados afogados no Sena eram vítimas dessa casa de jogo, com falsas notas de suicídio. O velho soldado era o patrão da casa de jogo; ele e os outros mais tarde são condenados pela justiça. Quanto ao narrador, ele afirma que nunca mais entrou numa casa de jogo.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Wilkie Collins na Wikipedia.
  • Resumo de “A Pedra da Lua”.

Resumo: O Homem que Queria Ser Rei (Rudyard Kipling)

 

O narrador da história é um jornalista britânico que vive na Índia. Durante uma visita a alguns estados nativos indianos, conhece dois aventureiros maltrapilhos, Daniel Dravot e Peachey Carnehan. Gosta bastante deles, mas os impede de chantagear um rajá menor. Alguns meses depois, eles aparecem no seu escritório em Lahore e contam-lhe o seu plano. Eles já tinham sido de tudo: soldados, marinheiros, tipógrafos, fotógrafos, maquinistas de trem, pequenos empreiteiros… e decidiram que a Índia não é suficientemente grande para eles. No dia seguinte, eles partirão para o Kafiristão, onde querem se estabelecer como reis. Dravot pode passar por um nativo e eles têm vinte espingardas Martini-Henry, as melhores do mundo. Planejam encontrar um rei ou chefe, ajudá-lo a derrotar os seus inimigos e depois tomar o poder para si. Os dois pedem ao narrador a utilização de quaisquer livros ou mapas da região – como um favor, porque são colegas maçons, e porque ele estragou o seu esquema de chantagem. O narrador atende ao pedido deles, e eles vão embora depois de consultarem as informações desejadas.

Dois anos mais tarde, numa noite escaldante de verão, Carnehan entra sorrateiramente no escritório do narrador. É um homem destruído, um mendigo aleijado, vestido com trapos, e conta uma história espantosa. Dravot e Carnehan conseguiram tornar-se reis: encontraram os kafirs, pagãos que se revelaram brancos, reuniram um exército, tomaram as aldeias e sonharam em construir uma nação unificada. Os kafirs ficaram impressionados com as armas e a falta de medo de Dravot em relação aos seus ídolos e aclamaram-no como um deus, a reencarnação ou descendente de Alexandre, o Grande. Os kafirs praticavam uma forma de ritual maçônico e a reputação de Dravot foi ainda mais cimentada quando este demonstrou conhecer segredos maçônicos que só o sacerdote mais velho recordava.

Os seus planos fracassaram quando Dravot decidiu casar com uma moça kafir. Aterrorizada por se casar com um deus, a jovem mordeu Dravot quando ele tentou beijá-la. Ao vê-lo sangrar, os sacerdotes gritaram que ele não era nem Deus nem Diabo, mas apenas um homem. A maioria dos kafirs voltou-se contra Dravot e Carnehan. Um chefe (a quem apelidaram de “Billy Fish”) e alguns dos seus homens permaneceram leais, mas o exército desertou e os dois reis foram capturados.

Dravot, usando a sua coroa, avançou por uma ponte de corda sobre um desfiladeiro, enquanto os kafirs cortavam as cordas e ele caiu para a morte. Carnehan foi crucificado entre dois pinheiros. Como ele sobreviveu um dia inteiro, os kafirs consideraram isso um milagre e o libertaram. Ele mendigou por várias semanas até voltar para a Índia.

Como prova da sua história, Carnehan mostra ao narrador a cabeça de Dravot, ainda com a coroa de ouro. Carnehan vai-se embora. No dia seguinte, o narrador o vê se arrastando pela estrada ao sol do meio-dia, sem chapéu e delirando. O narrador manda-o para o asilo local. Dois dias depois, o narrador é informado que Carnehan morreu de insolação. Não foram encontrados quaisquer pertences com ele.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Rudyard Kipling na Wikipedia.

Resumo: O Lobo do Mar (Jack London)

 

A história se passa em 1893, no Oceano Pacífico.

Humphrey Van Weyden, morador de São Francisco e conhecido crítico literário, atravessa a Baía de São Francisco numa balsa para visitar um amigo mas, no caminho, sofre um naufrágio e cai no mar. Ele é retirado da água pelo capitão da escuna Ghost, que é chamado de Lobo Larsen por todos a bordo. Larsen, em uma pequena escuna com uma tripulação de 22 pessoas, vai partir em busca de peles de focas no Japão e leva Van Weyden com ele à força, apesar de seus protestos desesperados.

Com a tripulação, Van Weyden fica sabendo que Lobo Larsen é conhecido no meio marítimo por sua coragem, que beira a imprudência, mas também por sua crueldade, ainda mais terrível. Sua fama de perverso faz com que ele tenha problemas até mesmo para recrutar tripulantes; sabe-se que ele já cometeu alguns assassinatos. A ordem no navio é mantida inteiramente pela extraordinária força física e pela autoridade de Lobo Larsen. Toda pessoa acusada por qualquer má conduta é severamente punida pelo capitão. Apesar de sua força terrível, regularmente Lobo Larsen sofre crises com fortes dores de cabeça.

Certa noite, Van Weyden vê Lobo Larsen atravessando o navio, completamente molhado e com a cabeça ensanguentada. Juntamente com Van Weyden, que não entende muito bem o que está acontecendo, o capitão desce à cabine e tenta determinar quais marinheiros estão dormindo e quais estão fingindo. Nesse momento, os marinheiros, liderados por Leach, atacam Lobo Larsen e tentam matá-lo, mas a falta de armas, a escuridão e a quantidade de atacantes fazem com que Lobo Larsen, usando sua extraordinária força física, consiga abrir caminho até a escada e escapar da cilada.

Após o motim fracassado, o tratamento dado pelo capitão à tripulação se torna ainda mais cruel, especialmente com Leach e Johnson. Todos têm certeza de que Lobo Larsen os matará. O próprio capitão diz isso, mas não mata Leach, apesar das novas tentativas dele contra sua vida. Ao mesmo tempo, o capitão tem ataques intensos de dor de cabeça, que duram vários dias. Johnson e Leach conseguem escapar num dos barcos. Durante a perseguição aos fugitivos, a tripulação da Ghost consegue capturar outro grupo de vítimas, incluindo uma jovem, a poetisa Maud Brewster. Desde o primeiro olhar, Humphrey se sente atraído por Maud.

Lobo Larsen tem um irmão, apelidado de Morte Larsen, capitão do barco de pesca Macedonia, que, segundo dizem, além de pescar focas, se dedica a várias atividades ilegais, como transporte de armas e ópio, comércio de escravos e pirataria. Os dois irmãos se odeiam. Certa vez, Lobo Larsen encontra Morte Larsen e, após uma batalha marítima nos barcos, captura vários membros da tripulação de seu irmão, forçando-os a caçar focas junto com sua equipe.

Lobo também se sente atraído por Maud e acaba tentando estuprá-la, mas abandona a tentativa devido a uma forte dor de cabeça. Van Weyden, que estava presente durante essa tentativa, enfrenta Larsen com uma faca por causa da indignação e do amor que sente por Maud. Naquela ocasião, ele viu pela primeira vez Lobo Larsen realmente assustado. Logo depois, Van Weyden e Maude decidem fugir da Ghost, aproveitando que Lobo Larsen está na sua cabine, com nova crise de dores de cabeça. Depois de pegar um barco com um pequeno suprimento de comida, eles navegam na direção do Japão. Algumas semanas depois, eles vagam pelo oceano e chegam a uma pequena ilha, que Maud e Humphrey chamam de ilha Endeavor. Eles não podem deixar a ilha e se preparam para um longo inverno.

Depois de um tempo, chega uma escuna semi-destruída à ilha. Espantosamente, era a Ghost, com apenas Lobo Larsen a bordo. Ele estava cego, devido a um tumor cerebral. Eles descobrem que, dois dias após a fuga deles, Morte Larsen abordou a Ghost e subornou os tripulantes, que partiram os mastros e abandonaram o navio e seu capitão, já incapacitado pelas dores de cabeça que o deixaram sem visão. Durante semanas, a escuna ficou à deriva no oceano até finalmente encalhar na ilha. Por ironia do destino, naquela ilha havia uma enorme colônia de focas, que Lobo Larsen havia procurado inutilmente por toda a sua vida.

Depois de esforços incríveis, Maud e Humphrey consertam a Ghost e levam a escuna para o mar aberto. Larsen, que está piorando constantemente, fica paralisado e morre. No momento em que Maud e Humphrey finalmente descobrem um navio de salvamento no oceano, eles se confessam apaixonados um pelo outro.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Jack London na Wikipedia.

Resumo: As Ilusões Perdidas (Honoré de Balzac)

 

A história se passa na França, no início do século XIX, durante a Restauração.

A história começa em Angoulême. David Séchard, filho de um impressor, é ligado por uma amizade profunda a Lucien Chardon, jovem belo e letrado. O pai de David revende sua tipografia ao seu filho sob condições muito desfavoráveis a ele. David, que possui pouco tato para os negócios, fica à beira da ruína. Contudo, ele consegue sobreviver graças ao devotamento e ao amor de sua mulher, Ève, irmã de Lucien. David procura em segredo um processo novo que torne possível a produção de papel de melhor qualidade a custos mais baixos do que os que então eram feitos.

Lucien enamora-se de uma mulher da nobreza, madame de Bargeton, que vê nele um grande talento para a poesia. Por sua vez, ele vê nela sua Laura e, imitando Petrarca, dedica-lhe uma coleção de sonetos. Ela o introduz na alta sociedade da província e apaixona-se por ele. Este amor, que permanece platônico, entre um jovem e uma mulher mais velha casada, relaciona-se perfeitamente ao esquema de amor cortês medieval, no qual o herói se inebria de ilusões, mais ou menos conscientes, para conquistar sua dama. Lucien e sua protetora viajam para Paris, onde ele planeja iniciar uma carreira literária.

Ao chegar a Paris, Lucien descobre-se bem miserável diante da elegância parisiense. Pobre e pouco familiarizado com os costumes da capital, ele comporta-se de modo ridículo na Ópera, onde ele dá seus primeiros passos na nova vida. Seu fracasso social faz com que madame de Bargeton, aconselhada por sua prima, a marquesa d’Espard, abandone-o rapidamente para não comprometer-se diante da alta sociedade parisiense. As tentativas de Lucien para publicar seus livros fracassam. Ele conhece um jovem filósofo liberal, Daniel d’Arthez. Da, que o introduz no Cenáculo, um círculo de cavalheiros de tendências políticas e ocupações diversas que compartilham, em uma amizade perfeita, uma vida ascética ao serviço da arte e da ciência.

Lucien frequenta o Cenáculo durante algum tempo. Todavia, demasiado impaciente para obter sucesso pela via árdua de seu trabalho literário, ele cede à tentação do jornalismo, um universo corrompido no qual ele consegue rapidamente se destacar. Lucien passa a assinar seus artigos como “Lucien de Rubempré”, usando o sobrenome aristocrático de sua mãe antes do casamento. Apaixona-se por uma jovem atriz, Coralie, e leva uma vida de luxo com ela.

A ambição de Lucien o faz se interessar pela política. Ele abandona o jornal liberal onde trabalhava, e passa a escrever para um jornal monarquista. Esta atitude é muito malvista no meio jornalístico. Seus antigos amigos atacam-no violentamente e seus novos colegas não o suportam. Em pouco tempo, Lucien fica arruinado. Além disso, Coralie cai em desgraça no teatro, adoece e acaba morrendo. Lucien resolve finalmente voltar a Angoulême para pedir ajuda a David, a quem ele já tinha recorrido em várias ocasiões para conseguir dinheiro, inclusive falsificando sua assinatura em letras promissórias, acumulando dívidas no nome dele.

Depois de numerosas experiências, David encontra o processo de fabricação de papel que tanto procurara. No entanto, os inescrupulosos irmãos Cointet, concorrentes de David, o arruínam com a ajuda de um espião empregado na tipografia dele para roubar seu segredo. David é preso por não quitar as dívidas feitas por Lucien em Paris. Atormentado pela desgraça que causou à família, Lucien decide suicidar-se. Porém, quando iria afogar-se, ele é impedido por um misterioso padre espanhol, Carlos Herrera. O padre lhe oferece dinheiro, glória e vingança, sob a condição de que Lucien o obedeça cegamente daí em diante. Lucien aceita o pacto. Ele envia a David a quantia necessária para quitar suas dívidas e parte para Paris com o padre Herrera. David chega a um acordo com os Cointet para que eles explorem sua invenção. David e Ève retiram-se para a pequena vila de Marsac, onde vivem no campo, de forma bucólica, simples e apaixonada.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Honoré de Balzac na Wikipedia.

Frases: A Alma do Homem sob o Socialismo (Oscar Wilde)

  • A Arte nunca deveria aspirar à popularidade, mas o público deve aspirar a se tornar artístico.
  • A Renascença foi magnífica porque não procurou resolver nenhum problema social e não se ocupou de coisas dessa ordem, mas deixou que o indivíduo se desenvolvesse de maneira harmoniosa e natural; teve, assim, artistas magníficos e singulares.
  • A caridade cria uma legião de pecados.
  • A desobediência é, aos olhos de qualquer estudioso de História, a virtude original do homem. É através da desobediência que se faz o progresso, através da desobediência e da rebelião.
  • A marca da personalidade perfeita não é a rebelião mas a paz.
  • A verdadeira perfeição do homem reside não no que o homem tem, mas no que o homem é.
  • A única coisa de que o público não gosta é inovação. O público não gosta de inovação porque a teme.
  • É bem mais fácil sensibilizar-se com a dor do que com a ideia.
  • É de lamentar que a sociedade force o homem a uma rotina que o impede de desenvolver livremente o que nele há de maravilhoso, fascinante e agradável – rotina em que, de fato, perde o prazer verdadeiro e a alegria de viver.
  • É necessário que toda associação seja voluntária, pois somente numa associação voluntária o homem é justo.
  • Na sociedade, há apenas uma classe que pensa mais em dinheiro do que os ricos, e é a dos pobres. Estes não podem pensar em mais nada. Aí está o infortúnio de ser pobre.
  • O Estado deve fazer o que é útil. O indivíduo deve fazer o que é belo.
  • O fato é que a civilização exige escravos. Nisso os gregos estiveram muito certos. A menos que haja escravos para fazer o trabalho odioso, horrível e desinteressante, a cultura e a contemplação tornam-se quase impossíveis. A escravidão humana é injusta, arriscada e desmoralizante. Da escravidão mecânica, da escravidão da máquina, depende o futuro do mundo.
  • O verdadeiro artista é um homem que acredita absolutamente em si mesmo, porque é absolutamente ele mesmo.
  • Os piores senhores eram os que se mostravam mais bondosos para com seus escravos, pois assim impediam que o horror do sistema fosse percebido pelos que o sofriam, e compreendido pelos que o contemplavam.
  • Qualquer um pode se sentir solidário na dor sofrida por um amigo, mas é preciso uma natureza muito superior – a natureza de um verdadeiro Individualista – para se sentir solidário no êxito alcançado por um amigo.
  • Uma obra de arte sadia é aquela que apresenta tanto perfeição quanto personalidade.
  • Viver é o que há de mais raro neste mundo. Muitos existem, e é só.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Oscar Wilde na Wikipedia.