Resumo: A Filha de Burger (Nadine Gordimer)

A Filha de Burger

A história começa em Joanesburgo, África do Sul, no início da década de 1970, durante o apartheid.

Rosa é a filha de Lionel Burger, um ativista anti-apartheid branco que tinha sido preso e aguardava julgamento por traição. O tribunal o condena à prisão perpétua. Rosa o visita regularmente, tal como tinha visitado sua mãe, Cathy Burger, quando ela tinha sido presa dez anos antes. Cathy tinha morrido quando Rosa ainda estava na escola.

Rosa crescera numa família que apoiava ativamente a derrubada do governo do apartheid, e a casa deles se abria para todos que apoiassem sua luta, independentemente da cor da sua pele. Com eles, vivia um rapaz negro da idade de Rosa apelidado “Baasie”, que os Burgers tinham “adotado” após o pai dele morrer na prisão. Baasie e Rosa são criados como irmãos. Os pais de Rosa são membros do proscrito Partido Comunista da África do Sul, e desde muito cedo eles avisaram que podiam ser presos pelo governo. Os dois acabam sendo presos quando Rosa tinha nove anos, e ela vai morar com a irmã do seu pai numa fazenda no Transvaal. Baasie é enviado para outro lugar porque, dizem a ela, ele não seria aceito lá. Esta é a primeira experiência de Rosa com o apartheid e o mau tratamento sofrido pelos negros.

Em 1974, Burger adoece e morre na prisão, três anos após sua detenção. Aos 26 anos, Rosa fica sem família imediata pela primeira vez na sua vida. Ela vende a casa de Burger e vai viver com Conrad, um estudante de pós-graduação com o qual ela fizera amizade durante o julgamento do seu pai. Rosa não está apaixonada por Conrad, mas o relacionamento deles é conveniente durante este período de dificuldades. Conrad questiona o papel dela na família Burger e o fato que ela sempre fazia o que lhe mandavam. Certa vez, ela fora instruída a fingir ser a noiva de um prisioneiro político para que ela pudesse visitá-lo na prisão e lhe dar mensagens. Rosa obedecera sem discutir. Conrad também questiona se ela tem mesmo sua própria identidade, porque ninguém a vê como Rosa, mas sim como a filha de Burger. Mais tarde, Rosa deixa Conrad e se muda para um apartamento só seu. Ela trabalha durante algum tempo como fisioterapeuta, e depois passa a ser uma consultora de investimentos.

Rosa concede uma série de entrevistas para um escritor que prepara um livro sobre a vida do seu pai, agora famoso. Ela conta que Lionel se tornara médico durante a década de 1920 e casara-se com Colette Swan, conhecida como Katya. Eles foram ao Sexto Congresso Mundial do Comunismo Internacional em Moscou em 1926, e juntaram-se ao Partido Comunista ao voltarem para a África do Sul. Lionel e Katya se divorciaram na década de 1940, e em 1946 Lionel se casara com Cathy Jansen, uma ativista que trabalhava com sindicatos negros ilegais.

Enquanto alguns dos antigos associados de Lionel estão exilados ou em prisão domiciliar, Rosa é “marcada”, o que significa que ela é classificada como comunista, passa a ser vigiada e não pode receber um passaporte. Em 1975, apesar das suas restrições, ela vai à festa de um amigo em Soweto. Lá, ela ouve um estudante universitário negro declarar que considera irrelevante qualquer ajuda dos brancos, garantindo que eles não podem saber o que os negros querem, e afirmando que os negros se libertarão sozinhos. Percebendo que ela precisa se afastar, Rosa fala com Brand Vermeulen, um proeminente “liberal” do governo e pede ajuda para conseguir um passaporte. Vermeulen conheceu e respeitava o pai dela, mas acreditava que Lionel tomara a atitude errada quando traiu seu povo. Contra a opinião do Departamento de Segurança do Estado, o governo emite um passaporte para Rosa, e ela viaja para a França, onde encontra Katya em Nice pela primeira vez na vida. Ela também conhece Bernard Chabalier, um professor visitante de Paris. Apesar de ser casado, os dois se tornam amantes. Bernard a convence a voltar com ele para Paris, onde ele afirma que o Movimento Anti-Apartheid da França ficará muito satisfeito em montar um apartamento para a filha de Lionel Burger.

Rosa aceita se tornar a amante de Bernard, e se muda para um apartamento em Londres por várias semanas, enquanto ele acerta seus assuntos em Paris. Agora que ela não pretende honrar o acordo que ela fizera para receber seu passaporte, que era retornar para a África só Sul em um ano, ela se apresenta abertamente como a filha de Burger. Isso atrai a atenção da mídia e ela comparece a vários eventos políticos. Num deles, Rosa vê Baasie mas, quando ela tenta se aproximar, ele hesita em ser visto na sua companhia. Rosa lhe dá seu telefone. Mais tarde, ele liga para ela no meio da noite e começa a criticá-la ferozmente por não saber seu nome real, só seu apelido. Ele diz que não há nada especial no pai dela ter morrido na prisão, pois muitos pais negros também tinham morrido lá. Ele também deixa bem claro que não precisa da ajuda dela e, finalmente, ele afirma que “não era o seu Baasie” e desliga. Rosa fica arrasada pelas críticas devastadoras do seu amigo de infância e, cheia de culpa, desiste dos seus planos de se exilar na França e retorna para a África do Sul.

Ao voltar, ela retoma seu trabalho como fisioterapeuta em Soweto. Em junho de 1976, as crianças de Soweto começam a protestar contra sua educação inferior e contra as aulas serem dadas em africâner, que é a língua dos brancos. O protesto logo descamba em violência, que causa a morte de alguns trabalhadores brancos. A polícia reprime o levante com brutalidade, resultando em centenas de mortes. Em outubro de 1977, muitas organizações e pessoas que criticaram o governo branco são banidas e, no mês seguinte, Rosa Burger é presa. O advogado dela, que também representara seu pai, acha que as acusações contra ela serão de militar pela causa dos proscritos Partido Comunista e Conselho Nacional Africano, bem como de apoiar e incentivar a revolta dos estudantes.

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  • Artigo link externo sobre Nadine Gordimer na Wikipedia.