Resumo: Germinal (Émile Zola)

Germinal

Parte I

A história se passa no interior da França e começa em fevereiro de 1865. Um homem, Etienne Lantier, chega de madrugada à mina de carvão de Voreux proveniente de Marchiennes. Ele é filho de Gervaise Macquart e irmão de Claude, Jacques e Naná, todos personagens de outras histórias sobre as famílias Rougon e Macquart. O carreteiro Bonnemort o abriga e diz que não há trabalho ali para um maquinista. Etienne conversa com ele e se informa sobre Voreux.

Etienne explora as redondezas. Ele se dirige à vila operária, que é formada por casas onde vivem os mineiros e que pertencem à Companhia. A vila está se preparando para a troca de turno. Etienne se interessa pela família Maheu, formada pelo casal Maheu e seus sete filhos Zacharie, Cathérine, Jeanlin, Alzire, Henri, Lénore e Estelle, que vivem amontoados numa pequena casa no número 240. Os mais velhos e Maheu se preparam para ir trabalhar.

Etienne consegue trabalho na mina como quebrador de carvão. Ele é colocado na equipe de Maheu e de Chaval. Eles descem e marcham por longo tempo através do labirinto de galerias até chegarem ao seu lugar de trabalho. Etienne conhece Cathérine, que ele antes havia pensado ser um rapaz. A relação entre Etienne e Chaval começa mal, pois este vê Etienne apenas como um estranho que chegara para reduzir o seu salário.

A equipe começa a trabalhar. Etienne faz amizade com Cathérine, que lhe dá conselhos. Etienne conta a ela que fora demitido da companhia de estradas de ferro por ter dado um tapa no seu chefe. Ele também confessa que sofre com a história da sua família, decadente e enfraquecida pelo álcool, aludindo à famosa falha hereditária dos Macquart. Etienne pensa em abraçá-la. Chaval observa que o novato se entende bem com Cathérine, o que lhe causa ciúmes. Ele se aproxima dos dois e subitamente abraça Cathérine, bem na hora em que Etienne ia fazer isso. Etienne fica imóvel e rígido.

O grupo critica seus chefes, que são muito severos e aplicam multas. Neste exato momento, chegam o engenheiro Négrel e o contramestre-chefe Dansaert. Eles aplicam uma multa a eles por falta de revestimento de madeira, o que revive a cólera deles. Além disso, a direção anuncia medidas que tendem a rebaixar os salários. Exasperado, Maheu decide retornar, julgando o dia de trabalho perdido.

Voltando à superfície, os trabalhadores se separam. Etienne, a conselho dos seus colegas, vai ao L’Avantage, o cabaré de Rasseneur. É um lugar de reunião dos descontentes e de importante atividade política. Etienne se instala ali. Ele discute política e diz que conhece Pluchart, representante departamental da Internacional Socialista.

Parte II

Enquanto os mineiros vivem miseravelmente, os burgueses que controlam os negócios têm uma situação bem diferente. O sr. Gregóire é um importante acionista da Companhia e ele e sua família vivem muito confortavelmente dos rendimentos das suas ações. Um primo, Deneulin, age de forma diferente: ele investe muito e moderniza as instalações da mina Jean-Bart. Mas essa escolha o priva de rendas e ele vem pedir um empréstimo aos Gregóire. Eles se recusam, o aconselham a vender a mina para a Companhia e de não se preocupar com nada.

A sra. Maheu, não conseguindo mais alimentar todos em casa nem tendo mais crédito com Maigrat, o dono do armazém, decide pedir ajuda aos Gregóire. Os proprietários oferecem vestimentas mas se recusam a dar dinheiro a ela por uma questão de princípios. Ela volta a Maigrat e implora pela sua bondade. O comerciante aceita, mas com a condição que Cathérine venha à sua loja.

A sra. Hennebeau, esposa do diretor da mina de Voreux, traz alguns amigos parisienses para uma visita e os guia pelos casebres como se estivessem num zoológico. Mas essa visita em nada muda a vida dos mineiros, que apenas podem observar com inveja as roupas caras e o aspecto bem nutrido dos burgueses. Logo depois, os mineiros voltam para dentro das casas. Como todas as noites, a família Maheu janta, comenta os últimos mexericos e coloca as crianças na cama, numa rotina estafante e nada agradável.

Após jantar na casa de Rasseneur, Etienne sai para dar uma volta e esquecer sua dor de cabeça. É o fim do dia na vila; a população, exausta, se recolhe. Ele se afasta um pouco da vila, tentando aproveitar a noite agradável. Etienne ouve Chaval e Cathérine à distância. Para seu grande ultraje, ele assiste Cathérine ser violentada; ela se submete e se torna a amante de Chaval. Etienne fica fora de si de tanta raiva, mas se mantém afastado.

Parte III

Etienne contém sua cólera e se torna gradativamente um bom trabalhador, com a ajuda de Cathérine. A amizade deles se aprofunda, apesar dos acontecimentos anteriores. No L’Avantage, Etienne conhece Souvarine, um anarquista russo refugiado na casa de Rasseneur. Os três têm longas discussões políticas sobre o futuro dos mineiros. Souvarine prega a destruição total, propondo lavar a terra com sangue e purificá-la com incêndios.

Passam-se alguns meses. Após um acordo com seu amigo Pluchart, Etienne cria uma divisão local da Internacional. Durante a festa da Ducasse, Etienne tenta doutrinar muitos mineiros para lutarem contra o capitalismo. Ele propõe a criação de uma caixa de previdência, financiada por contribuições, que permitirá que eles resistam por mais tempo no caso de uma greve. Mas os mineiros são muito reticentes diante dos seus projetos. Ele também procura se aproximar do seu inimigo Chaval.

Zacharie, o mais velho dos Maheu, se casa. Etienne recebe uma proposta para morar com a família e ele aceita. Ele se torna ainda mais próximo de Cathérine, e a sua forte amizade por ela se transforma num desejo ardente. O desejo é recíproco, mas nada acontece. A influência de Etienne e de suas propostas aumenta, especialmente devido à propaganda boca-a-boca. Ele é considerado um homem capaz e instruído. Sua caixa de previdência se torna uma realidade, enquanto aumenta o descontentamento da maioria dos operários.

Em outubro, no dia do pagamento, a Companhia disfarça uma redução dos salários como uma nova forma de pagamento. Isso é a gota d’água. Os mineiros ficam consternados. Além disso, Maheu é criticado por causa do seu inquilino, Etienne. A ação se torna necessária. Naquela mesma noite, no L’Avantage, é decidida a greve.

Apesar disso, o trabalho continua, sob condições cada vez mais duras. Para piorar ainda mais a situação, um grave acidente acontece na mina, deixando um morto e vários feridos. Jeanlin, um dos filhos de Maheu, é uma das vítimas e se torna um enfermo.

Cheio de ciúmes pela proximidade entre Etienne e Cathérine, Chaval se muda com ela. Os dois partem para se instalar na mina de Jean-Bart. Etienne sofre muito com todos estes acontecimentos, inclusive com a pobreza crescente dos Maheu.

Parte IV

Antes que os Hennebeau recebam seus lucros, a greve explode, em meados de dezembro. Eles tentam ignorar os acontecimentos, mas as manifestações que acontecem diante da propriedade os perturbam. Os mineiros insistem em encontrar o diretor da mina. A contragosto, o sr. Hennebeau concorda em receber uma delegação.

A delegação, cujos membros foram escolhidos na casa de Rasseneur, é recebida de forma irônica por Hennebeau. Maheu toma a frente do grupo e reclama das injustiças e da dor de todos os dias. Ele se queixa amargamente sobre o novo sistema de pagamento. Ele declara ao diretor a decisão de todos os mineiros: o retorno ao trabalho na mina só acontecerá se as coisas voltarem a ser como antes, com um aumento dos salários como compensação. O diretor promete transmitir suas reclamações aos seus superiores.

Pouco a pouco, a greve se torna geral. A maior parte das minas é fechada. Apenas a mina de Jean-Bart continua a funcionar. No fim de dezembro, a caixa de previdência está quase vazia. A Companhia não parece disposta a ceder. Cheio de energia, Etienne reforça sua posição de liderança, mas muitos se ressentem por ele estar assumindo uma responsabilidade muito pesada.

Cathérine, que não tinha reaparecido desde sua fuga com Chaval, surge repentinamente na casa dos Maheu, onde a miséria é cada vez maior, e lhes oferece víveres. Ela continua trabalhando na mina de Jean-Bart. No entanto, Chaval, que a havia seguido, chega e trava uma violenta discussão com Etienne, cheia de injúrias e ameaças.

Etienne organiza uma reunião para decidir os próximos passos. Ela conta com a presença de Pluchart, pois Etienne pretende pedir ajuda à Internacional. Durante essa reunião, Etienne é duramente criticado, pois muitos acreditam que ele está interessado apenas no poder. Além disso, os policiais estão prestes a chegar para dissolver a reunião. Etienne e Pluchart conseguem convencer a tempo os últimos relutantes, e os dois mil mineiros de Montsou decidem aderir à Internacional. É uma grande vitória para Etienne.

Em janeiro, a situação se torna insuportável para os mineiros. A miséria, a fome e as doenças se espalham por toda parte. Além disso, o frio intenso no norte da França só piora as coisas.

Etienne e os delegados decidem marcar um encontro com o sr. Hennebeau para acelerar as coisas. Ele os recebe duramente; as concessões são mínimas e o encontro é um fracasso. As mulheres tentam conseguir ajuda com Maigrat, mas sem resultados. Embora a miséria aumente cada vez mais, os mineiros continuam determinados. Eles falam em ajustar as contas com os traidores, e organizam uma assembleia na floresta, pois as reuniões públicas são reprimidas.

Na vila, as crianças são as que mais sofrem. Várias delas vagam sem rumo pelas redondezas, fazendo toda espécie de atos cruéis, especialmente para conseguirem aplacar a fome. Outras se isolam, em busca de paz. Etienne nota que Jeanlin, um dos filhos de Maheu, desaparece frequentemente sob a terra. Etienne o segue e descobre que Jeanlin tinha criado um refúgio numa parte abandonada da mina, onde ele fizera seu oásis de paz.

Na clareira de Plan-des-Dames, os mineiros se reúnem na assembleia clandestina. Chaval não é ouvido e ninguém se interessa pelo que diz Rasseneur. Etienne se impõe como o líder incontestável. Os mineiros o seguem e compartilham das suas opiniões. A continuação da greve é decidida, e os descontentes resolvem ir no dia seguinte à mina de Jean-Bart, ainda em atividade, para destruir as instalações dos “traidores”. Chaval tenta salvar sua popularidade, desafiando-os a ir até Jean-Bart e verificar se ele estará trabalhando.

Parte V

Deneulin descobre que a mina está em greve e tenta convencer os mineiros a descer para trabalhar. Ele diz que, se a greve acontecer ali, a Companhia irá engolir a sua mina. Ele tem a brilhante ideia de corromper Chaval. Deneulin o considera como o líder da greve e lhe oferece um cargo de chefia se a greve for evitada. Ávido de poder e egoísta, Chaval aceita e põe um fim na revolta, traindo Etienne e os mineiros de Montsou.

Cathérine é vítima de um acidente com o grisu, o gás dos mineiros, que a faz perder os sentidos por algum tempo. Duas horas depois, ela retorna ao trabalho. Chaval se emociona, temendo pela vida de Cathérine.

Neste momento, os mineiros percebem que os cabos foram cortados. Acusando seus colegas grevistas de Montsou, eles voltam à superfície subindo pelas escadas de emergência. A subida é difícil e lenta, pois as escadas são frágeis e há muitos mineiros, mas todos saem em segurança. Eles se recuperam, cansados pela subida, e se vêem no meio de uma multidão enfurecida. São os colegas de Montsou que os rodeiam, e a tensão aumenta.

Etienne tinha sido cético às palavras de Chaval sobre Jean-Bart e tinha seguido para lá com trezentos companheiros. Ao chegarem, percebem que tinham sido traídos pelos mineiros de Jean-bart, liderados por Chaval.

Eles garantem a Deneulin que fariam cessar todo o trabalho. Ele se recusa a obrigar os mineiros a subirem, apesar da cólera crescente dos manifestantes. Etienne tenta argumentar, mas é tarde demais. Muito excitados, os mineiros atacam e, em poucos minutos, as instalações de Jean-Bart são tomadas. Deneulin é poupado, graças principalmente aos esforços pacificadores de Etienne. A multidão começa a depredar as instalações, quando alguém dá a ideia de punir os traidores cortando os cabos. No entanto, eles deixam as escadas intactas, pois não querem matar ninguém. Depois, os grevistas destroem todas as instalações, tornando impossível retomar o trabalho em Jean-Bart.

Depois os “traidores” sobem. Os grevistas se colocam em duas fileiras ao longo das saídas, para que os mineiros sejam obrigados a passar diante deles. Chaval está pálido de medo. Os mineiros de Montsou decidem se dirigir às outras minas. Eles levam consigo Chaval e Cathérine, como símbolos da sua força crescente.

A multidão de grevistas segue de mina em mina com uma poderosa força destrutiva. Em Mirou, eles tentam fazer sair alguns mineiros que haviam descido para trabalhar, mas fracassam devido à presença de espírito do contramestre da mina. Eles percorrem as minas de Madeleine, Victoire e Peutry-Cantel, destruindo algumas instalações e enfrentando os policiais e os soldados. Durante todo esse tempo, Etienne e Chaval discutem enquanto caminham; Cathérine os afasta e acaba piorando as coisas.

Os mineiros se dirigem para a direção da mina, em Montsou, em busca de alimentos. Enquanto se aproximam, gritando por pão, o Diretor Hennebeau descobre a infidelidade da sua mulher. Após uma cena dramática, a sra. Hennebeau, sua filha, Cécile Gregóire e Négrel saem da casa e seguem pelo campo. Ao verem a multidão se aproximando, eles se assustam, achando tratar-se de uma revolução, e se refugiam numa granja. Eles ficam impressionados pela amplitude do movimento grevista.

Começa o cerco à casa dos Hennebeau. Os grevistas gritam insultos e arremessam pedras. Os Gregóire chegam à casa cercada, sem suspeitar de nada. Neste momento, os outros tentam retornar para a casa e os mineiros atacam a carruagem dos burgueses. Cécile é envolvida pela multidão, insultada e humilhada. Felizmente, Deneulin chega a tempo de evitar a morte da jovem.

Etienne tenta acalmar a turba desviando-a para o armazém de Maigrat. Rapidamente, a multidão faminta e exausta cerca o armazém e começa a saquear a loja, destruindo tudo o que não podem carregar. Maigrat tenta fugir, mas sofre uma queda violenta e morre. As mulheres ficam em êxtase, pois odiavam Maigrat profundamente e estão agora livres dos abusos dele. No auge da alegria, elas decepam o órgão genital do cadáver e o exibem como um sinal de vitória. No entanto, os policiais se aproximam e a multidão rapidamente se dispersa.

Parte VI

O inverno se prolonga e o frio torna a falta de víveres ainda mais intolerável. Além disso, o exército chega a Montsou para vigiar os mineiros. A greve se intensifica e os mineiros não a abandonam por orgulho. Para evitar a cólera dos mineiros, que o haviam seguido mas não tinha conseguido nada, Etienne se esconde no refúgio de Jeanlin. No entanto, é difícil para ele viver num lugar sem luz e sem ar. Uma noite, Jeanlin o avisa que aparentemente os soldados haviam partido, e Etienne se arrisca a sair do seu esconderijo. Ele se depara com um jovem soldado, com o qual ele conversa. O jovem recruta fala sobre sua vida e sua família; por sua vez, Etienne fala sobre sua infância na Provença.

Neva em Montsou. A situação na casa dos Maheu é terrível, pois não há comida nem aquecimento. A doença e a morte rondam a vizinhança. Alzire se sente mal. O abade Ranvier os visita e tenta reavivar a fé deles. Mas os Maheu perguntam por que Deus os deixa morrer. A abade tenta consolá-los, mas não consegue convencê-los a irem à missa.

Etienne também vem visitá-los. Ele descobre que Maheu já havia saído. O médico chega, bem a tempo de constatar a morte de Alzire.

É anunciada a retomada do trabalho, pois o engenheiro Négrel deveria chegar em breve com trabalhadores belgas. Etienne, que sai cada vez mais do seu esconderijo, vai até a casa de Rasseneur, que continua a considerar a greve absurda e inútil. Ele se opõe às suas ideias. De repente, Cathérine e Chaval entram no L’Avantage. Muito exaltado, Chaval anuncia que retomará o trabalho em Voreux no dia seguinte, à frente de doze belgas. Isso é demais para Etienne e começa uma luta violenta. Etienne domina Chaval, mas poupa a vida dele.

Etienne e Cathérine deixam o L’Avantage e se afastam. Etienne propõe que ela vá morar com ele, mas ela recusa e os dois se separam. Etienne reconhece Jeanlin, que se esgueira por trás do sentinela com o qual Etienne havia conversado antes. Estupefato, Etienne vê Jeanlin enfiar sua faca na garganta do soldado. Como justificativa, ele diz apenas que havia sido enviado para fazer isso. Ele esconde o cadáver dentro da antiga galeria, da qual o refúgio de Jeanlin é um respiradouro.

Os trabalhadores belgas chegam e se preparam para descer nas minas. Os mineiros estão excitados. Eles se reúnem na entrada de Voreux, guarnecida por soldados armados. Apesar dos pedidos de calma do capitão, os grevistas estão furiosos e se sentem traídos. Eles gritam de raiva e chamam os belgas de traidores. Etienne tenta conter a multidão, pois sabe que nada conseguirão contra homens armados, mas os mineiros não o escutam mais. Os grevistas avançam, a tropa recua um pouco e abre fogo. Muitos tombam, inclusive Maheu, morto. A multidão se dispersa e foge. No chão, jazem catorze mortos e vinte e cinco feridos. O abade Ranvier chega ao local do confronto e condena violentamente o massacre dos trabalhadores.

Parte VII

Confusa pelo desenrolar dos acontecimentos, a Companhia incita os mineiros a voltarem ao trabalho, prometendo dar a eles algumas melhorias. Na casa dos Maheu, não há outra alternativa – com o pai morto, todos terão que trabalhar para sobreviver.

Etienne é hostilizado pelos grevistas, que o culpam por todas as desgraças que sofreram. Ele é alvo de insultos e brigas violentas estouram por onde ele passa. Rasseneur se torna o novo líder dos mineiros.

Enquanto isso, na casa dos Gregóire se festeja tranquilamente o noivado de Cécile e Gregóire. Deneulin, arruinado, vende sua concessão para a Companhia.

Durante um longo passeio, Etienne encontra Souvarine. Eles conversam sobre o sucesso de Pluchart em Paris, as teorias de Darwin e o socialismo. Souvarine conta que sua esposa tinha sido executada por atividades políticas. Eles comentam a iminente retomada do trabalho e Souvarine confidencia a Etienne que irá embora. No entanto, o que ele não diz é que, secretamente, ele já havia decidido por em prática suas ideias anarquistas e sabotar a mina de Voreux antes de partir.

Etienne, tendo retomado seu lugar na casa dos Maheu, observa, toda a manhã, Cathérine se lavar. Surpreso, ele a interroga: ela parte para trabalhar e deixar de ver sua família na miséria. Ela não se importa mais com as críticas. Comovido pelo seu amor, Etienne decide acompanhá-la, sem se importar com o que dirão dele. Ao se aproximar da entrada da mina, ele encontra Souvarine, que estremece ao pensar que sua ação também põe em risco a vida de Etienne.

Muitos retornam ao trabalho; a sofrida greve acabou. Os mineiros haviam perdido muito e não tinham ganhado nada. Etienne, Cathérine e Chaval seguem juntos. As infiltrações de água se tornam cada vez maiores, devido à sabotagem de Souvarine, mas ninguém presta atenção a elas.

De repente, a equipe se vê diante de uma verdadeira torrente de água, que enche o seu túnel. Percebendo o enorme perigo, os mineiros correm para os elevadores para subirem à superfície. Entretanto, nem todos conseguem, e mais de vinte mineiros ficam para trás, inclusive Etienne, Cathérine e Chaval. Négrel chega à superfície e anuncia que tudo está perdido. Apesar disso, ele decide voltar para salvar os últimos mineiros, que ele considera como já mortos. Ao observar as bombas de água, ele percebe que elas foram sabotadas. Ele volta rapidamente, mas o caminho não está mais livre. Uma multidão imensa já se reunira diante da entrada, buscando pelos sobreviventes. Neste momento, acontece uma catástrofe. Saturada de água, a mina desmorona completamente e afunda no solo com um grande estrondo.

Enquanto isso, o sr. Hennebeau é condecorado em Paris com a Legião de Honra. Dansaert é demitido e Cécile se faz estrangular por Bonnemort durante uma visita à vila com sua família. Praticamente nada é dito ou publicado sobre os mineiros que ficaram presos, além de algumas notas nos jornais locais.

Grevistas ou não, os mineiros se oferecem às centenas para ajudar no resgate dos seus companheiros. Mas é um trabalho lento e perigoso; além disso, não se percebe nenhum sinal de vida nos escombros. Apesar disso, os trabalhos de resgate começam três dias depois do desastre, após terem escutado algumas batidas no solo. Zacharie morre num acidente; contrariando todas as regras, ele havia acendido uma chama sem proteção e causara uma explosão do gás grisu. Jeanlin também sofre inúmeros ferimentos.

Dentro da mina, os mineiros presos estão com água até o ventre. Eles tentam abrir uma saída e se separam. Os mineiros acabam se perdendo no labirinto de galerias e passagens. Etienne, Cathérine e Chaval acabam se reencontrando num pequeno nicho que parece mais propício para se abrigarem. As rivalidades entre Etienne e Chaval acabam superando o instinto de sobrevivência. Os dois lutam e Etienne acaba matando Chaval.

A situação se agrava. A água sobe ainda mais e eles percebem que estão presos no nicho. Ainda há uma esperança: eles escutam ao longe os mineiros tentando abrir uma passagem para salvá-los. Mas os trabalhos são lentos demais.

No nono dia, em companhia do cadáver de Chaval, os dois dão vazão aos seus instintos e finalmente fazem amor, depois de tantos sofrimentos. Pouco depois, Cathérine morre. Finalmente, o socorro chega até o local onde estava Etienne, que acaba sendo salvo. Ele é o único sobrevivente, e sua aparição causa espanto a todos.

Etienne parte, deixando para trás a mina e suas más lembranças. Ele se despede dos seus companheiros, que haviam retornado ao trabalho. Apesar de tudo, eles têm a esperança de uma revanche. Etienne segue para Paris, onde ele irá se juntar a Pluchart. Ele está cheio de ambições políticas e sente que as sementes da revolução estão prestes a germinar.

Veja Também:

  • Artigo link externo sobre Émile Zola na Wikipedia.